Desconstruir para construir



Willes da Silva

Às vezes, é necessário pôr a casa abaixo para reconstruí-la em bases mais fortes para suportar as intempéries. Feito isso, abrigamo-nos com mais segurança e desfrutamos de maior conforto.

Assim também é com a nossa casa interior, se nos sentimos inseguros dentro dela, se somos alvos do medo, da apreensão, enfim, se nos sentimos desconfortáveis conosco mesmos é sinal de que algo não está bem em nossa estrutura, naquilo que nos mantêm ou nos nutre. 

Então, é nesse momento que necessitamos parar para conferir como verdadeiramente estamos interiormente, é chegada a hora de nos fazermos algumas perguntas acerca dos valores ou crenças que têm norteado a nossa lide existencial. 

Caminhos bons existem, mas, muitos preferem atalhos na esperança de seguir mais depressa. Porém, ante o inesperado da desconhecida trilha, são estes mesmos atalhos que os perdem de si e da própria vida, muitas das vezes numa passagem de ida sem volta. 

É fácil culpar o imprevisível ou a má orientação externa pelas quedas e fracassos, o mais difícil talvez seja responsabilizar-se pelas escolhas ou, no mínimo, ter a humildade de reconhecer os desacertos. 

Desconstruir-se, então, significa revelar-se por inteiro para si mesmo, para conscientemente e com presteza iniciar um processo de eliminação e desapego de tudo quanto foi assimilado de negativo em nível de padrão existencial e comportamental.

Para alguns pode até ser penoso desligar-se de antigas crenças, vícios, deficiências, ilusões e valores inadequados, mas, não há outro caminho que não seja este para por fim ao que causa sofrimento e frustrações comprometendo a vida e o bem-estar que se deseja.

O verdadeiro e profundo transformar-se passa, inevitavelmente, por esta invulgar vivência de superação de si mesmo, uma vez que reside interiormente toda a base da conduta humana. 

Feito isto, se inicia uma nova construção da vida baseada em posturas seletivamente conscientes, produtivas e saudáveis, onde a humildade em aprender a cada dia e a perseverança devem direcionar os fazeres de forma progressiva e constante. 

Nesse construir de novo há que existir espaço não só para as realizações do corpo e da materialidade, mas há que se pensar também em alimentar a alma, o espírito e tudo quanto seja também proveitoso e motivador para aqueles que se encontram à nossa volta, às vezes, esperançosos por uma luz que os despertem também para um novo modo de viver. 

Boa Reflexão para você. 

Willes da Silva é psicoterapeuta.

Postado no site Somos Todos Um

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