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O tempo de Deus é perfeito



Prof. Marcel Camargo

As pessoas vivem cheias de desejos, de vontades, planejando o que ainda não aconteceu ou nem acontecerá. Essa é a magia da vida: sonhos e esperanças. A gente quer e espera sempre o melhor da vida, das pessoas, dos lugares, dos acontecimentos. A gente quer sorrir, ser feliz. E, quando tudo desanda, a gente quer sair logo dali, a gente quer sair correndo. Mas não dá.

E a gente se desespera, porque a pressa fica gritando e a dor parece ser a única coisa que resta. Falta o ar, dói por dentro de tudo, dói fundo. E nem nos damos conta do tanto de aprendizado que a gente pode retirar daquilo. Porque, lugar-comum mesmo, a dor tem muito a nos ensinar. A dor nos iguala, nos redime, nos nivela, a dor nos lembra de nossa essência humana. E ela vem de onde menos esperamos, muitas vezes vem de fora.

Às vezes, sofremos por coisas que não dependiam de nós, por colheitas que não semeamos. Nem sempre escolhemos aquilo pelo que passamos. Esse discurso de que é a gente que provoca tudo na nossa vida é cruel. As escolhas alheias também nos afetam. Nosso amor não fica somente aqui dentro, ele se espalha, ele dá as mãos aos nossos queridos, é uma corrente. E, quando um elo dessa liga se parte, a gente sofre junto.

É preciso saber esperar. Amar tem muito de esperar, mas aquele esperar de esperançar, de esperança. Porque o amor nos torna mais capazes de sonhar com um amanhã melhor, nem que esse amanhã seja daqui a um tempo. O amor espera, porque sabe que, quando acontecer, será explosivo e para sempre. Por mais que não pareça ter fim, terá. Por mais que a dor não cesse, cessará. As respostas virão na hora certa, para calar quem usou de sua escuridão da pior forma possível.

Lembre-se: não permita que te digam para não fazer drama, não fazer tempestade, para engolir o choro, quando estiver doendo demais. Da mesma forma, não menospreze as dores alheias. Se em você não dói tanto, agradeça, mas deixe o outro doer e se permita doer também quando precisar.

Entenda: o tempo de Deus é perfeito. A gente não quer entender, fica chateado, querendo as razões daquilo tudo. A única resposta que existe é a de que Ele nunca nos abandona, Ele ouve nossas preces. Ele não falha.



















Aqui e agora, não há nada além




Você, que acorda a cada manhã com o cabelo bagunçado, tentando adiar o que será o começo de um novo dia, preferindo manter o romance idílico com o seu travesseiro.

Ou você, que assim que toca o despertador, corre com toda a pressa porque se juntam os minutos do café da manhã com os de lavar o rosto e pegar as chaves de casa, para ir disposto a começar um novo dia.

Sim, você, que assim que começa a se ligar com a realidade, após um período de sono, dirige a sua mente para o que tem que fazer ao longo da manhã ou da tarde, e se você me apressar, ao longo da semana. Futuro. Você está no futuro.

Ou também pode se pôr a pensar que a sua reunião de ontem não foi tão boa quanto você esperava, que o resultado do seu trabalho deixou muito a desejar ou que gostaria de ter estudado mais. Passado. Agora você está no passado.

Futuro e passado. Passado e futuro. Tão somente dois momentos temporais, que se unem com um fio transparente, movendo-o de um ao outro constantemente.

– O que fiz ontem… o que farei amanhã… – e você repete isto como se fosse um mantra

E enquanto isso, quase nem aprecia o sabor do que está comendo, o toque do pijama sobre a sua pele ou os raios de sol que espreitam a sua janela.

Pensamento e pensamentos que sucedem e se encadeiam um atrás de outro, porque você se viciou a isto, a viver em automático em direção ao futuro e ao passado.

Você vive para a frente e para atrás, consumindo os segundos do presente. Desperdiçando o agora.

E se você se detiver? Você já experimentou? Você poderia tentar mesmo que fossem apenas um par de segundos.

Convido-lhe e sugiro que o faça. Respire. Sinta-se. Conecte-se a si mesmo.

Comece prestando atenção ao que estiver fazendo, ao seu presente. A vida são momentos e é preciso começar a espremê-los ao máximo. Adiante, com intenção e responsabilidade, proponha-se.

O melhor lugar para começar é onde você estiver, por exemplo agora, lendo estas linhas. Mergulhe na experiência. Assim você garante uns momentos para si.

Desfrute do que você estiver fazendo, faça-o conscientemente. Sabendo o que você faz, mergulhando na experiência. Como se faz? Eu já disse. Colocando atenção naquilo que estiver fazendo. Sendo consciente.

Quando você estiver comendo, está comendo, só isso. Saboreie a comida, a textura do alimento… Do mesmo jeito quando estiver tomando banho. Alguma vez você já se concentrou na sensação da água sobre a sua pele? Ou quando estiver com seus amigos, dedique-se a eles, a suas conversas.

E sim, também nos momentos desagradáveis. Nem tudo será impregnar-se de alegrias. Aprofunde-se e encontre o seu propósito, as suas necessidades e suas sensações.

Descubra o poder da aceitação. Esqueça os ressentimentos e as expectativas.

Muitas vezes nos afastamos do agora porque este dói ou não é como o havíamos imaginado. Ou porque nos sentimos culpados de poder desfrutá-lo… pode ser por tantas razões…

O que você fez, feito está, e o futuro, mesmo que você tenha que trabalhar e se esforçar a favor do que você deseja, virá. Como dizem: não use o passado como sofá e sim como trampolim, e apague o “e se…” da sua vida, porque as hipóteses não são a realidade. Apenas procure ter uns minutos consigo, com o agora.

Entregue-se à experiência.

E lembre-se, aqui e agora, neste momento. Não há nada mais.










Aqui e agora, não há nada além




Você, que acorda a cada manhã com o cabelo bagunçado, tentando adiar o que será o começo de um novo dia, preferindo manter o romance idílico com o seu travesseiro.

Ou você, que assim que toca o despertador, corre com toda a pressa porque se juntam os minutos do café da manhã com os de lavar o rosto e pegar as chaves de casa, para ir disposto a começar um novo dia.

Sim, você, que assim que começa a se ligar com a realidade, após um período de sono, dirige a sua mente para o que tem que fazer ao longo da manhã ou da tarde, e se você me apressar, ao longo da semana. Futuro. Você está no futuro.

O emocionante discurso de Glenn Close em homenagem a sua mãe


 

A sociedade espera que sejamos mães, esposas ou companheiras perfeitas. No entanto, as mulheres precisam de mais. Nós temos o direito de lutar pelos nossos sonhos. A mensagem de Glenn Close na premiação do Globo de Ouro continua sendo inesquecível.

“Quando minha mãe completou 80 anos, me disse que tinha a sensação de não ter conquistado nada na vida”. Esta foi uma das frases contundentes e emocionantes que Glenn Close compartilhou com o público em seu discurso quando ganhou o Globo de Ouro pela atuação no filme A Esposa. Ao agradecer pelo prêmio, ela fez uma profunda reflexão sobre a maternidade e a necessidade de realizar os sonhos pessoais.

Poderíamos dizer que esta atriz é, nos dias de hoje, uma das mais admiradas pelo público. É uma verdadeira dama de mil caras, que encarnou mulheres de todos os tipos nas telonas.

Ela despertou em nós, por exemplo, uma mistura de terror absoluto e fascínio com seu papel em Atração Fatal. Aquela necessidade de matar Michael Douglas, um homem casado com quem teve uma relação e que acabou deixando-a, se tornou parte da história do cinema.

Ela também foi inesquecível em O Mundo Segundo Garp, um de seus primeiros papéis em que interpretou uma feminista de convicções firmes. Nos encantou em Albert Nobbs, quando teve que se vestir de homem. Também foram memoráveis seus trabalhos como Cruella de Vil e seu papel em O Reencontro (1984).

Dramas, comédias, aventuras, ficção científica e suspenses: Glenn Close assume qualquer personagem com a paixão e a excelência dos grandes artistas. Adota cada um dos seus papéis a partir da profundidade das emoções, daquele local privilegiado que só está presente nos grandes artistas. Além disso, as suas mensagens se destacam, como a que estava presente no seu discurso no Globo de Ouro.
“Toda forma de arte provém de um sentimento de profunda indignação”.   - Glenn Close -


A esposa, a mulher escondida por trás do homem

A Esposa começa nos apresentando uma personagem vivaz com um enorme potencial. Em sua juventude, a mulher interpretada por Glenn Close é ambiciosa e cheia de talento, vive na costa leste dos Estados Unidos e deseja ser escritora.

Tempo Rei : Gilberto Gil tentando nos alertar . . .







Tempo Rei : Gilberto Gil tentando nos alertar . . .







Stella Senra à juíza Carolina Lebbos : De mulher para mulher / Dia Internacional da Mulher



Stella Senra à juíza Carolina Lebbos: De mulher para mulher





Carta à juíza Carolina Lebbos


por Stella Senra*

Senhora juíza,

Nos últimos tempos temos visto um grande número de juízas, mulheres que, como a senhora, se tornaram conhecidas pelo rigor — ou melhor, pela dureza — de suas sentenças.

Se tomo a decisão de lhe escrever, é também nessa mesma condição: de mulher para mulher.

Essa curta afirmação — de mulher para mulher — parece óbvia, mas não é.

Colocando-me me aquém dos muitos estereótipos que tem definido o termo “mulher”, refiro-me ao sentido animal, o mais cru do termo: à carne, ao sangue, às entranhas que dão origem à vida.

Refiro-me, portanto, a seres capazes de um amor irrestrito.

Também esta expressão “amor irrestrito” exige maior precisão.

Se quiser saber o que pretendo dizer, deixe sua sala de juiza federal (responsável pela custódia do Presidente Lula), dê um pulo ao presídio e vá até a fila da visita aos prisioneiros.

Lá verá quase unicamente mulheres, em filas que dobram esquinas; dentre elas mães, uma maioria de mães, mas também esposas, namoradas, filhas…

Qualquer que seja o crime, lá estarão elas: para além do mal, cuidando; para além do mal, amando.

É nesse plano das entranhas que estou me colocando para me dirigir à senhora.

E o que me motivou foi a pungente fotografia de Ricardo Stuckert que circulou na internet, da família Lula da Silva no velório do menino Arthur, neto do presidente Lula.

Habituados a vermos a representação fotográfica do presidente sufocado pelos abraços de seus admiradores não nos espanta, à primeira vista, esse amontoado de braços e cabeças, num enlace tão estreito que mal conseguimos distinguir, ao centro, a cabeça de Lula.

Mas logo percebemos, recuada ao fundo do quadro, uma pequena figura solitária que chora; e de imediato ficamos sabendo que o motivo de tal enlace não é a alegria do encontro.

É uma grande dor, a mais profunda, a dor da perda, aquela que faz de todos os corpos um só corpo, um sólido bloco de dor.

Esta foto me fez pensar na senhora, que concedeu 1:30 hs ao presidente para estar com sua família na despedida do netinho.

E como tal medida temporal não foi extraída da letra da lei, posso me perguntar que aritmética lhe teria servido para chegar a esse número.

Que contabilidade lhe teria inspirado?

Seria a senhora conhecedora de alguma “medida” para o sofrimento humano?

De um número capaz de definir o rugir da dor de uma família?

A dor é selvagem. Não escolhe, não poupa. É devastadora.

Pode acontecer a todos e a qualquer um de nós. Por ela sofremos. Mas sofremos também quando ela atinge o outro.

Seja ao nosso lado, seja distante de nós — mas próximo pela mesma condição de seres humanos.

O sentido de humanidade infelizmente não é distribuído de forma equitativa pra todos; mas não é tampouco passível de ser medido, não é objeto de nenhuma matemática, de nenhuma contabilidade.

Por isto não pode ter sido ele que lhe ajudou a estabelecer tão precisamente a “cota” do presidente Lula.

Aqui se trata de amor irrestrito, (que, portanto, também não pode ser medido), de carne, de sangue, de entranhas — coisas concretas e também incomensuráveis que se objetivam, no entanto, de modo palpável no mundo das mulheres.

Mesmo dentre os animais, as fêmeas que dão a vida cuidam e defendem seus filhotes até a conquista de sua autonomia.

É o que me deixa perplexa, com uma pergunta que não sei responder: de que matéria serão feitas suas entranhas, juíza Lebbos?

Stella Senra

*Foi professora da PUC-SP. Mantém o site stellasenra.com.br.



Postado em Viomundo em 08/03/2019



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Minha homenagem às mulheres como Stella Senra, Marisa Letícia, Marielle Franco, Malala Yousafzai,  Gleisi Hoffmann, às vitimas de feminicídio, à minha mãe e minha irmã, às primas, às amigas maravilhosas e às leitoras deste blog, enfim a todas que unem sabedoria com coração e ternura em suas batalhas diárias.


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