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Toques espirituais para corações que cantam




Wagner Borges

Eu fui lá em cima e peguei uma estrelinha.

Carreguei-a em meu colo, como um bebê luz.

Eu fui lá em cima e peguei uma estrelinha. Carreguei-a em meu colo, como um bebê luz.E ela me perguntou: 

"Para onde você me leva?"

E eu lhe disse: "Para o céu do meu coração."

Então, ela riu e me pediu uma canção de ninar. E eu cantei para ela, como cantam as estrelas.

E, assim, viemos juntos do céu, num raio de luz.

E, agora, ela está dormindo dentro de mim. Sim, ela entrou em meu coração... E ambos se fundiram.

Ah, eu tenho uma estrela-bebê em meu peito.

E um Grande Amor brilhando tanto...

P.S.: Por amor, semeamos estrelas. E elas vão por aí... Brilhando e rindo.

Às vezes, elas entram em outros corações...

E pedem canções de ninar, em espírito. E quem canta para elas, sente algo mais. Sim, algo mais...

Um Amor. Uma Luz. Ah, isso não se explica, só se sente...


(Dedicado a Fernando Pessoa e a todas as pessoas que carregam estrelinhas em seus corações, sem jamais deixarem de sonhar e cantar o Amor e a Luz.)

- Wagner Borges - mestre de nada e discípulo de coisa alguma.

- Notas:* Este texto foi extraído do livro "Vida e Imortalidade da Consciência (Há Algo Mais... Um Amor, Uma Luz)", publicado pela Edições Mahatma, de Lisboa, Portugal. linkObs.

Abaixo a música que eu estava ouvindo enquanto reeditava estas linhas. Only a Dream in Rio" - do vocalista americano James Taylor (com Milton Nascimento e Naná Vasconcelos).






Nota ( Rosa Maria - Editora do Blog )

No começo dos anos 80, James Taylor estava passando por uma fase muito difícil na carreira e na vida pessoal. Seus discos vendiam pouco, seu casamento com Carly Simon terminou, seus amigos John Belushi e Dennis Wilson morreram precocemente e ele se perdia cada vez mais no vício em heroína.

Deprimido, ele já pensava em se aposentar da música quando foi convidado pra tocar no Rock In Rio de 1985. Ele aceitou e se surpreendeu muito com a resposta das 300 mil pessoas que acompanharam seu show e sabiam as letras de suas músicas.

A reação do público foi tão boa que o show foi estendido e o show seguinte (do cantor George Benson) teve que ser encurtado. Dois dias depois, quando ambos iriam tocar novamente, Benson sugeriu que os shows fossem invertidos para que James pudesse brilhar. 

A resposta positiva do público o energizou e o ajudou a retomar a carreira e se livrar das drogas nos anos seguintes. Essa música, "Only a Dream in Rio", é uma homenagem a esse dia que mudou sua vida.


E por falar em Amor e Estrelas, não me canso de ver o vídeo abaixo. Amo a música Perhaps Love ( Talvez o Amor ) de John Denver. Cantada por John Denver e Placido Domingo.  




Amor : fundamental é querer !



Rosana Braga

Muito provavelmente, a maioria das pessoas afirmaria categoricamente: "eu quero! E mesmo assim, não dá certo!". Eu acredito que a maioria queira mesmo. Mas é preciso refletir: quer como? Quer quanto? Quer até que ponto? Mostra que quer? Mostra como?

Talvez, a principal questão seja: será que você realmente está agindo como quem quer? Esta decisão precisa estar presente na sua relação todos os dias, diante de qualquer circunstância, e especialmente nas mais difíceis, naquelas que mais despertam em você sentimentos como raiva, desconfiança, ciúme, insegurança, cansaço, tristeza, irritação, impaciência, desânimo, decepção e frustração.

Caso contrário, esteja certo de que, mais cedo ou mais tarde, você vai começar a 'desquerer'. E o amor vai desandar! Esta é a grande armadilha, da qual a maioria das pessoas não se dá conta! E quando vê... o amor adoeceu. E doente, fica muito mais difícil ainda de querer.

Então, o segredo é descobrir qual atitude sustenta o querer. Bom começar sabendo que querer não é algo que possa depender essencialmente dos acontecimentos. Os acontecimentos influenciam, mas são efêmeros. O que sustenta o querer é uma decisão. É uma escolha. É a consciência de que amor é consequência de algo que começa e termina dentro de você e não em qualquer outro lugar ou em qualquer outra pessoa.

Pare por um instante e pense em seu relacionamento. Você quer que dê certo? De verdade? Então, faça um pacto consigo mesmo e, de preferência, converse com seu par e conte a ele sobre esse compromisso, sobre essa decisão. O melhor dos mundos é quando ele também se decide. E, juntos, vocês começam a se comportar como quem quer fazer este amor dar certo!

Funciona mais ou menos assim: vocês se desentenderam por qualquer motivo. Desde o mais banal até o mais grave. Talvez tenham perdido a linha. Talvez tenham discutido e até se magoado. Mas, em seguida, mais calmos, precisam se lembrar de que escolheram fazer dar certo. E sendo assim, a postura tem de ser coerente. O que vão fazer agora?

Se o motivo era banal, é provável que a mágoa ou a irritação já tenha passado. E que passe logo mesmo! Quem quer fazer dar certo não pode ficar alimentando briguinhas infantis e que não levam a nada. Mas se o motivo foi mais sério, é provável que precisem conversar sobre o assunto. Esclarecer pensamentos, sentimentos e impressões. Contar um ao outro o seu ponto de vista. E precisam se ouvir. Ouvir com a mente aberta. Com a decisão de querer ativada.

Porque assim, quando o objetivo é fazer dar certo, os caminhos podem mudar, as diferenças podem incomodar, os problemas podem surgir, mas a intenção será sempre contundente e soberana. E isso muda tudo! Experimente...


Rosana Braga é Especialista em Relacionamento e Autoestima, Autora de 9 livros sobre o tema. Psicóloga e Coach. Busca através de seus artigos, ajudar pessoas a se sentirem verdadeiramente mais seguras e atraentes, além de mostrar que é possível viver relacionamentos maduros, saudáveis e prazerosos.Acesse rosanabraga.com.br para mais conteúdos exclusivos!

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Os avós : um tesouro que beneficia a todos



Você já parou para pensar no peso que os avós têm em muitas famílias? São figuras que sabemos que estarão sempre lá, e a verdade é que a ajuda que prestam é inigualável. Por este lado, os benefícios que trazem para os netos e pais vão muito além do que somos capazes de reconhecer.

Na verdade, seu papel não é fundamental apenas na família. Como sociedade, também somos beneficiados pela participação dos avós e pelos vínculos que são criados e fomentados graças a eles… Neste artigo nos aprofundaremos em tudo que os avós podem nos trazer.
“Todo mundo precisa ter acesso a avós e netos para ser um ser humano completo”.
– Margaret Mead –
Benefícios psicológicos dos avós para os pais

Há pouco tempo, o normal era que o pai se dedicasse ao trabalho fora de casa e a mãe a tudo o que estava relacionado com as tarefas de casa. Felizmente, hoje em dia esses papéis mudaram, de forma que tanto papais quanto mamães estão imersos no mundo de trabalho e também no doméstico.

O caso é que, devido a isso, é muito difícil que a soma do tempo que os dois dedicam possa se equiparar à quantidade de tempo que antes as mães dedicavam. Nestas circunstâncias, muitos avós ajudam e ficam com os netos naqueles momentos em que nenhum dos pais está disponível. Além disso, estes ficam tranquilos, já que seus filhos dificilmente poderiam estar em melhores mãos.

Além de ser um apoio de confiança para os pais, também podem dar conselhos vindos da experiência, especialmente quando surgem dúvidas na educação dos filhos, e ter empatia nas dificuldades do dia a dia. Por último, não podemos esquecer o valioso papel de mediadores naqueles conflitos que podem surgir no ambiente familiar.
“Os avós, assim como os heróis, são tão necessários para o crescimento das crianças quanto as vitaminas”.
– Joyce Allston –
Benefícios psicológicos dos avós para os netos

Como netos, os que puderam desfrutar de sua companhia são conscientes da impressão que deixam. Esta não é apenas nossa sensação subjetiva, e sim fatos que têm um respaldo objetivo. Por um lado, os avós não têm que ser tão rígidos com as normas e os limites como os pais, por isso o tempo que passam com os netos se centra mais no desfrute.

Assim, quando estão com os avós, os netos recebem os dois presentes que mais valorizam e estimulam seu crescimento: atenção e tempo. Eles se sentem cômodos e ouvidos, ao mesmo tempo em que se divertem brincando com pessoas que os amam. Por outro lado, o contato com os avós fomenta valores, como o respeito e a consideração com a experiência.

Além disso, os benefícios não terminam na infância. Foi comprovado que adultos que puderam desfrutar de seus avós na infância desenvolvem habilidades sociais e emocionais de forma mais eficaz e adaptada. Isso lhes permitiu desenvolver mais e melhores vínculos afetivos e ter uma vida social mais saudável e feliz.
“Certamente uma das experiências mais satisfatórias da vida é ser neto ou ser avô”.
– Donald A. Norberg-
Benefícios psicológicos para os avós

Os netos e os pais não são os únicos a apreciar esta relação especial; os próprios avós também colhem os benefícios. Graças ao desempenho deste papel, eles se sentem úteis, valorizados e ocupados, por isso apresentam uma melhor autoestima do que outras pessoas de sua idade que não têm netos ou contato direto com eles.

Como seus netos quando estão com eles, os avós também se sentem atendidos e ouvidos nestes momentos, já que os pequenos costumam estar interessados nas histórias familiares e de juventude que eles contam. Desta maneira, os laços familiares são fortalecidos.

Mas não é só isso, as relações com os netos também provocam nos avós a motivação para aprender coisas novas e usar as novas tecnologias. Ou seja, os mantêm atualizados. Como dissemos, os avós são um bem único e muito apreciado que beneficia todos os membros da família… Aproveite a companhia deles!


 Laura Reguera
Psicóloga clínica especializada em inteligência emocional e intervenção nas emoções. Participou em congressos nacionais e internacionais, também em programas de voluntariado do Colégio Oficial de Psicologia de Madrid. Atua como psicóloga clínica em consultório particular e como professora e tutora na UNED.


 




Vovó molhando as plantinhas e Vovô ensinando pelo exemplo e sabedoria e com muito afeto e amor envolvido !


Entenda o poder da compreensão



Paulo Tavarez

O amor é uma força transformadora que se manifesta de maneira sublime na compreensão. Quando alcançamos a compreensão ampla e sistêmica, por meio da prática constante do amor, somos capazes de olhar para as experiências negativas, seja com os outros ou conosco, sob uma nova luz. Como Marcel Proust nos lembra: "A verdadeira jornada de descoberta não consiste em buscar novas paisagens, mas em ter novos olhos".

Para desenvolver a compreensão e transformá-la em uma virtude, é necessário empreender a desconstrução de nosso programa mental. Esse programa foi moldado por conceitos de certo e errado que foram profundamente influenciados por religiões, pela educação, por normas externas e toda a programação do mundo ao nosso redor. É, portanto, um programa dual, que nos induz ao conflito, que nos obriga a julgar, classificar, segregar e lutar.

O indivíduo que desenvolve essa virtude aprende a não julgar, a não avaliar as ações do outro de maneira negativa e a não se deter na observação de imperfeições. Em vez disso, ele busca constantemente os aspectos positivos em todas as situações, expande sua perspectiva e compreende as razões daquilo quem está em curso, com isso não precisa julgar nada. Como disse Jesus: "Vocês julgam de acordo com padrões humanos; eu a ninguém julgo" (Mateus 8:15).

A compreensão é a chave para a conexão mais profunda com o outro e consigo mesmo. Ela nos permite enxergar além das aparências e das limitações superficiais. Ao compreender verdadeiramente, somos capazes de estender a mão da empatia, da aceitação e do perdão. Nesse estado de compreensão amorosa, as diferenças se dissolvem, e somos capazes de construir pontes de entendimento e harmonia.

É importante reconhecer que a compreensão não significa a aceitação passiva de comportamentos prejudiciais, mas sim a capacidade de discernir e, quando necessário, agir com sabedoria e compaixão. É uma jornada interior que nos leva a transcender os julgamentos superficiais e a ver o cerne de cada ser humano, reconhecendo sua humanidade e sua capacidade de crescimento.

Assim, o amor, aliado à profunda compreensão, abre nossos olhos para a verdadeira natureza das coisas. Através dela, aprendemos a transcender a dualidade do certo e errado, a julgar menos e a amar mais. O amor e a compreensão caminham juntos, revelando o potencial infinito da alma humana para a evolução espiritual e o florescimento de uma sociedade mais compassiva e unida.






Quem é você para julgar, criticar os sonhos dos outros?!

 


Patricia Tavares

Quem é você para dizer algo sobre os sonhos dos outros?

Nunca se deve dizer para uma pessoa que o sonho dela não se realizará. Nem quando está mais velha, muito menos quando é uma criança...

Em idade alguma, ninguém tem o direito de dizer para a outra pessoa que o sonho dela é difícil de se realizar, já passou do tempo, ou qualquer coisa do gênero.

Além de ser uma tremenda falta de bom senso, deselegante, é uma total falta de educação.

Não importa o que pense sobre o sonho do "outro". Sendo do "outro", você não tem nada a ver com isso. O máximo que pode fazer é pensar sobre o seu sonho, julgar o seu próprio sonho, e não o de qualquer outra pessoa.

Cada um tem o direito e a liberdade  de sonhar qualquer sonho.

Por mais utópico que seja para você o sonho de alguém, não tem o direito de opinar sobre.

Ainda mais quando a pessoa não solicitou a sua opinião.

Pessoas infelizes, imaturas, pessoas egocêntricas, egoístas, são pessoas que adoram opinar, mesmo quando não são convidadas a isso. Mas mesmo quando são, adoram destilar um julgamento, crítica. E não possuem critérios para isso, e em vez de destilarem veneno, possam oferecer uma opinião leve, com energia boa para o outro.

Mas se é ao contrário se ofendem. Como se só a sua vida importasse e valesse uma palavra boa.

Identificar determinados tipos de pessoas é o fundamental para estar em um certo alerta e proteger a sua saúde mental e a de quem você ama.

No mais, é torcer para que pessoas sem noção cresçam, sejam mais felizes e tenham sonhos que possam realizar. E não fiquem minando, contaminando, de forma vil, a vida dos outros. Não perturbem mais ninguém.

E como estamos em vésperas de fim de ano, contando os dias para virarmos o calendário para um ano totalmente novo, vale lembrar isso para que possamos nos livrar definitivamente de gente que empata sonhos, que opina demasiadamente sobre a vida alheia, mas não consegue olhar para sua própria vida.

E como energia conta e conta muito, é fundamental identificar quem não soma, quem quer fazer peso para baixo e levar para sua vida uma energia totalmente desinteressante e nada a ver.

E que possa identificar essas pessoas todas, suas energias de nuvens cinzas pesadas, para  retirar todas elas de sua vida definitivamente antes da virada, porque, por mais simbólica que seja, uma virada de ano traz muita força energética e não se deve levar para frente, para o próximo ano nada de dificultador, de vampirizador; somente pessoas que somem, pessoas que sejam luz, energia boa, vibrações poderosas que acrescentem em sua vida e tragam motivação para a realização de todos sonhos.

Tudo que for pesado demais que fique para trás, pessoas e coisas.

Ninguém merece carregar gente difícil, seja quem for...

A jornada da vida, por si só, já contém desafios demais, surpresas complexas... e ninguém precisa estarlado a lado com “vodus”.

Desejo para todas as pessoas uma limpeza geral e total. Essa limpeza inclui coisas e pessoas.

Uma faxina grande e que primeiro seja na alma, para depois abranger todo o lado exterior. Que também seja uma faxina no coração. Deixando tudo aquilo que for lixo, sujeira, empecilhos, coisas degradantes, fiquem no ano velho, no tempo que está para ficar totalmente para trás...

E que para o novo ano se leve tudo que for bom, que faça bem para você, tudo que faça maior sentido para seu coração, para seu corpo, sua alma e para seus sonhos.

Que só caibam em sua vida as coisas leves, as vibrações boas, as motivações das palavras, a parceria de coração. O incentivo do sonho lindo. A palavra que levanta.

Ninguém tem o direito de dizer ao outro o que vale a pena sonhar ou não.

"Os sonhos não envelhecem" (Milton Nascimento)

Os sonhos não têm idade.

Qualquer sonho pode ser realizado.

Ninguém pode dizer para você o que sonhar.

O sonho vem do coração.

Cada um que sonhe o seu sonho, mas ninguém tem o direito de ditar o sonho do outro.

Um Ano Novo cheio de sonhos, sonhos que sejam sonhados pelo seu coração, pela sua alma, sonho esse que faça seu rosto sorrir lindamente, enquanto pensar nele, um sonho que traga toda a felicidade necessária para realizá-lo, um sonho lindo que o alimente por inteiro e faça se sentir muito mais vivo, capaz, seguro, completo.

Que seu Novo Ano tenha o tamanho dos seus sonhos.

Sempre existe um sonho esperando para ser sonhado.

Sempre existe um sonho esperando para ser realizado.

Que as melhores emoções, vibrações, sensações, realizações, energias estejam presentes no Novo Ano! E que o seu coração dispare com frequência por maravilhosas emoções e acontecimentos.

Não deixe ninguém dizer que é cedo ou tarde demais para sonhar determinado sonho e para fazer ele se realizar.

Vai lá e faça acontecer tudo aquilo que pretende da sua vida neste ano que irá começar.

Você pode realizar tudo aquilo que pretende.

O desejo é a mola mestra das grandes realizações. Sonhe alto com o coração, mantenha sua mente firme, siga agindo, criando, oportunizando tudo aquilo que acredita.

O impossível é algo que não existe.

Existem infinitas possibilidades!

Realize o seu Novo Ano com tudo aquilo que o faz feliz!

Desejo muita esperança, muita fé, muito amor no coração, alegrias, entusiasmo, motivação para todos os sonhos e motivações.









Instagram da Autora




Que eu ame sem possuir, acompanhe sem invadir e viva sem depender

 



Que eu ame sem medo, sem reservas, sem posse. Que eu seja companhia, sem invadir espaços que não me cabem. Que eu possa viver sem dependências, sem migalhas, sem mendicância afetiva.

Marcel Camargo

Que eu sinta, que eu sinta muito. Que eu seja sentimentos e que eles ultrapassem limites, alcançando as pessoas, os ambientes, a vida em si. Que eu possa transmitir intensidade e clareza, no afeto ou desafeto, para que não me machuque, nem machuque ninguém em meu caminhar.

Que eu seja energia, que eu seja energia boa, positiva, vibrante, e que o exemplo de meus passos aliviem a dor alheia, para que eu possa trazer luz a quem precise e para que eu possa absorvê-la quando eu necessitar. Para que eu ajude na cura do outro, na minha, que eu salve e me salve.

Que as vibrações de amor acompanhem minha jornada, meus compartilhamentos, meus acolhimentos e minhas ações, a fim de que nenhuma tempestade que eu provoque atinja quem não tem nada a ver com minha escuridão. Que eu jamais traga para as minhas quedas quem não escolheu as sementes que eu mesmo plantei.

O Que é o amor?

 


Patricia Tavares

Depende de quem ama.

O amor em sua essência é genuíno.

Mas a forma como cada um ama é diferente, depende da condição que se tem de amar. Cada um tem a sua possibilidade e grau de evolução.

Se a pessoa ainda é egoísta, com certeza conseguirá amar, mas seu amor será reduzido, limitado.

Uma pessoa que ainda é insegura também amará, mas com enorme limitação, será ciumenta, isso porque o amor ainda não se desenvolveu suficientemente nela, então ela amará com esta limitação.

Neste exato momento, é possível escolher e direcionar sua vida com as vibrações de afeto e de amor



Não importa com o que vibrou até hoje, não importa quais sentimentos cultivou até hoje; a qualquer momento, você pode começar a viver no afeto; a qualquer momento, pode começar a basear sua vida nos alicerces de carinho e amor.

Em qualquer momento, você pode mudar totalmente os seus sentimentos e os seus pensamentos, deixar para trás as confusões emocionais e psíquicas de uma vida mal vivida, de relacionamentos que só levaram você para baixo, olhar e perceber o melhor para sua vida.

A sua vida é início, meio e fim em você, as situações importam, as pessoas importam e influenciam, acrescentam em sua vida ou confundem as situações da sua vida, mas só você é o personagem principal da sua história, portanto é você que importa mais; são seus sentimentos, atitudes, seus pensamentos é que irão realmente contribuir - ou não - para o seu contexto de vida.

Garotinho diz sim a pedido de adoção e comove a web


contioutra.com - Garotinho diz sim a pedido de adoção e comove a web
A emoção de Joninhas diante do pedido de adoção comoveu milhares de pessoas nas redes sociais. Veja o vídeo !


Nos últimos dias, viralizou nas redes sociais um vídeo comovente que mostra um menino de 4 anos dizendo ‘sim’ ao ser perguntado se gostaria de ser adotado.

O mais novo papai adotivo é Felipe Valentim, de 32 anos. Em entrevista ao Gshow, ele contou que o Joninhas Matias foi abandonado pelo pai aos quatro meses de vida, e a mãe o criou sozinha. Felipe, que faz trabalhos voluntários em comunidades carentes, diz ter conhecido o menino há quatro anos em uma comunidade carente onde realizava uma ação de Natal distribuindo presentes para as crianças.

Quando Felipe viu Joninhas e sua família, o garoto chorava muito.

“Comecei a conversar com ele, que tinha apenas alguns meses, e ele ficou tranquilo. Deu um sorriso e desde este dia todas as semanas eu o visitava”, lembra.

Nas visitas, Felipe levava alimentos, fraldas e tudo que o garotinho necessitasse. A partir desses encontros, a conexão entre eles foi se fortificando:

“Ele sempre foi como um filho para mim, mas me chamava de tio. Eu tinha vergonha de pedir para ser pai dele, até que conversei com a sua mãe há alguns dias sobre eu colocar meu nome na certidão dele de paternidade socioafetiva. Ela topou, mas claro que eu tinha que perguntar a ele. Comecei a gravar e a resposta dele está no vídeo, lindo e muito emocionado”, lembra Felipe.

O reconhecimento de paternidade socioafetiva existe quando é estabelecida uma relação de pai e filho mesmo sem um vínculo sanguíneo ou de adoção. Dessa maneira, além de ganhar o nome de Valentim em sua certidão de nascimento, Joninhas também passa a ter todos os direitos de filho.

Sobre a guarda do menino, Felipe explica que ele e a mãe de Joninhas ainda avaliam como será: “Estamos em conversa e também verificando os meios legais de como vamos proceder nesse requisito ainda.”

Veja o vídeo que comoveu a web:
Redação Conti Outra, com informações do GShow.

Postado em Conti Outra

Faça amor



Martha Medeiros

Se não há maneira de parar pessoas com o impulso perverso e a excitação de destruir vidas dos outros, então vamos fazer amor. Isto é o que eu proponho sabendo que não sou especialista em nada, muito menos raiva assassina. 

Vamos fazer amor com a facilidade e graça de um acrobata se movendo e com a flexibilidade de um contorcionista. Vamos fazer amor como aqueles que dançam tango, e vamos deixar os discursos frios e longos para aqueles que gerem os portões do inferno.

Vamos fazer amor com a boca, com as pernas, com os olhos, com o coração a bater fora do peito. Que possamos acender os prazeres das nossas trincheiras mais profundas e íntimas para que possamos alcançar plenamente a humanidade. Que possamos nos aproximar da insanidade do mundo de hoje com alguma compaixão para que possamos manter nossos corpos inteiros em vez de sermos inutilmente despedaçados em muitos pedaços; fazendo amor, tocamos o sublime. Hoje. Com as luzes acesas. Vamos continuar fazendo amor.

Músicas que nos levaram a pedir Paz e Amor ! Apesar de todo o tempo que já passou continuamos a pedir ...

 

Nem toda tempestade deixa a pessoa mais forte




Nos últimos tempos, cresce imensamente a quantidade de materiais vários voltados a ajudas emocionais. Canais do youtube, perfis do Instagram, vídeos do tiktok, livros, cursos, inúmeras são as formas como as pessoas vendem materiais que tratam de trazer alento e formas de superação. O mundo anda difícil. Quanto maior a demanda, maior a variedade de ajudas a serem compradas.

Há muita coisa boa por aí, mas, como em tudo, existem também discursos que, em vez de ajudar, pioram ainda mais os sentimentos da gente. Chega uma hora em que a pessoa se sente cada vez mais impotente, como se ela fosse incapaz de ficar forte ou feliz. Parecem obrigatórias a felicidade, a resiliência, a persistência. Mas não é assim que funciona, não toda hora, nem todo dia.

Fala-se muito, por isso, na tal da positividade tóxica, que insiste tanto na nossa necessidade de ser forte, que até nos assustamos por não sermos felizes sempre. Por sermos humanos. Na verdade, o senso comum bate naquela tecla do “sofrimento que fortalece”. É como se apenas fôssemos capazes de amadurecer na dor; ou seja, a dor é o espaço, por excelência, do aprendizado. É como se somente através das lágrimas a gente conseguisse expurgar tudo de ruim que se encontra dentro de nós.

Porém, não podemos nos esquecer de que também conseguimos aprender e nos fortalecer sem doer. Momentos felizes podem ser fontes preciosas de aprendizado e de fortalecimento, sim. Nem sempre será preciso obter feridas para continuar melhor e mais forte. Atitudes acolhedoras, palavras amigáveis, momentos gostosos, muitas situações prazerosas trazem sabedoria, porque ali o amor está presente. O amor é um ótimo professor.

Algumas dores diminuem, mas permanecem ali num cantinho dentro de nós. Certas experiências traumatizam e deixam marcas que não saem. Nem toda tempestade deixa a pessoa mais forte. Algumas experiências são tão devastadoras, que a pessoa até se reergue, mas não se fortalece. Há sofrimentos irreparáveis, não romantizem.











O amor duradouro começa quando a paixão termina



O amor companheiro é aquele que se estabiliza e pode durar a vida toda se for trabalhado adequadamente.

Quando se deixa de estar apaixonado? Quando se passa de falar sobre amor para falar sobre paixão? A chave para entender o amor duradouro está na transição e não na mudança, assim podemos entender quantos amores sobrevivem quando a idealização é quebrada e outros não.

Pensemos que a paixão não acaba e o amor começa, mas que é um caminho de um ao outro. A paixão é permeada de idealizações, não vemos o outro como ele realmente é, mas projetamos todas as nossas ilusões e desejos no outro, tudo o que queremos no outro está incorporado nessa paixão.

Quando realmente começamos a ver o outro com seus defeitos e falhas, quando temos aquele “choque” de realidade e aceitamos essas diferenças e passamos a amá-lo é que realmente podemos falar de amor. Podemos então encontrar e compreender o amor duradouro se pudermos ver a transição e o ajuste às circunstâncias ao longo do tempo. Não tem de ser perfeito, tem de ser real e responder às exigências de cada momento para que perdure no tempo.
“O verdadeiro amor nada mais é do que o inevitável desejo de ajudar o outro a ser quem ele é.”
- Jorge Bucay -
Teoria de Stenberg sobre o amor

Stenberg estabeleceu o que hoje se conhece como a teoria triangular do amor. Esse autor nos fala sobre o amor como um sentimento que estaria baseado em três pilares básicos:
  • Intimidade: entendida como a proximidade entre duas pessoas, conhecendo-se e descobrindo-se. Permitindo-se a confiança para desnudar suas almas.
  • Paixão: como um sentimento de desejo e ativação fisiológica.
  • Compromisso: decisão tomada entre os dois de permanecerem juntos ao longo do tempo.
O amor duradouro e completo ocorreria então se você tivesse os três componentes em partes iguais, embora haja fases em que a intimidade, a paixão ou o compromisso adquirem maior peso como “cola” do casal.


Para Stenberg, o amor duradouro e completo seria fácil de encontrar, mas difícil de manter. Olhando agora para os três pilares, dependendo de qual deles se destaca, teremos diferentes tipos de amor. Por exemplo:

Agrado: aqui apenas a intimidade estaria presente. Haveria proximidade e compreensão.

Paixão: a paixão marcaria esse sentimento. Há atração física e sexual. É muito rápido, mas também diminui em grande velocidade.

Amor vazio: o compromisso permaneceria. Foi tomada a decisão de ficarmos juntos e essa promessa está sendo cumprida.

Amor romântico: aqui encontraríamos paixão e intimidade. O compromisso ficaria de fora desse tipo de amor.

Amor companheiro: intimidade e compromisso marcam esse modelo. Pode ser entendido como uma amizade comprometida de longo prazo.

Amor fátuo: entendido como a união de paixão e compromisso, mas sem intimidade. Não se conhecem em profundidade e é difícil que permaneçam juntos ao longo do tempo.
“Se você realmente ama alguém, tudo o que deseja para essa pessoa é a felicidade dela, mesmo que você não lhe possa dar.” - Anônimo -
Compreendendo esses tipos de amor podemos entender muito melhor que esse sentimento é dinâmico e mutável. Assim, é possível ir de um tipo a outro conforme as etapas vão se sucedendo ou destacar um dos pilares básicos que identificamos anteriormente.

É saudável estar sempre apaixonado?

Muitos descrevem a fase da paixão como uma fase delirante, pelo fato de que nesse período costuma haver uma distância considerável entre o que é e o que percebemos. Nós idealizamos a outra pessoa e nos custa um mundo ser objetivo, então isso não seria um amor verdadeiro. Amar alguém implica conhecer a pessoa por completo, saber o que gostamos no outro e o que não gostamos, e mesmo assim tomar a decisão de querer ficar ao seu lado.



Quando nos apaixonamos, nosso cérebro libera substâncias chamadas serotonina e dopamina. Sua liberação gera em nós uma sensação de prazer e felicidade e nos torna “viciados” naquela outra pessoa, pois gera euforia e bem-estar. Mas essa torrente de emoções diminui com o tempo e dá lugar a novas emoções, mais racionais e, em alguns casos, menos intensas. Nosso cérebro apaixonado é levado pela paixão e felicidade do momento, quase como animais.

Quando nosso cérebro ama, o faz também com sua parte racional, valorizando e tomando decisões e escolhendo a outra pessoa de um ponto de vista mais maduro e humano. Apaixonemo-nos todos os dias, mas acima de tudo, aprendamos a amar cada segundo, uma vez quebrada a inércia da fase da paixão. Assim, o amor duradouro implica certos sacrifícios que a princípio nos escapam e exigem um esforço que a princípio não nos custou. Somos nós que temos que decidir se vale a pena ou não.


Bibliografia

Sternberg, R. J. (1986). A triangular theory of love. Psychological review, 93(2), 119.

Machin, A. (2022). Love is the drug.

Esch, T., & Stefano, G. B. (2005). The neurobiology of love. Neuroendocrinology Letters, 26(3), 175-192.








Amor . . . Vídeos lindos e músicas maravilhosas

 












Ao Brasil, com amor



Jamil Chade, Juliana Monteiro | pandemia (Foto: Reprodução Reuters)


Apresentação do livro recém-lançado de Juliana Monteiro &
 Jamil Chade


Por Renato Janine Ribeiro

Amor é uma palavra onipresente em nossa sociedade. É um dos instrumentos mais poderosos do marketing atual. Amor vende quase qualquer produto. Mas por isso mesmo é importante saber o que ele quer dizer. Os estudiosos se dividem entre os que sustentam a existência de um “verdadeiro amor” e os que aceitam que haja vários tipos dele. A primeira distinção talvez seja entre um amor erótico, predatório no limite, e um amor dedicado, que no seu limite é doação, é o amor materno pelo filho. Não por acaso, nesta bela troca de cartas, tanto Juliana Monteiro quanto Jamil Chade falam da experiência que tiveram ao nascerem seus filhos.

Juliana tece uma oposição entre maternidade e guerra. Vingar, diz ela, para uma mãe, é ver seu rebento vingar, como dizemos de uma planta: é consolidar-se como ser vivo. (É muito diferente, praticamente o oposto, de vingar-se). Mães temem, por dias ou meses, talvez anos, que algo de ruim suceda a seu filho. Felizmente, acrescento eu, a mortalidade infantil despencou no último século, mercê especialmente da saúde pública, da água potável e do tratamento dos esgotos. A morte de crianças caiu, por milhar de nascimentos, de três dígitos para apenas um.

Pais não precisam mais ter inúmeros filhos para que sobrevivam um ou dois que, por sua vez, os amparem na velhice. Jamil fala do receio que teve, ao nascer seu filho Pol, de perdê-lo. Lembrei-me de Montaigne contando que teve “dois ou três” filhos que morreram em tenra infância. Comentando essa passagem, o historiador Philippe Ariès observa: qual pai, hoje em dia, não saberia se foram duas ou três as crianças que morreram na idade de 1 ou 2 anos? Haveria uma frieza maior naquela época ou simplesmente era tão comum a mortalidade infantil que já era aguardada a perda, e a memória se adaptava a ela?

Usualmente, quando falamos em amor, a tendência é distingui-lo da paixão. As definições clássicas de amor o identificam a querer o bem da pessoa amada – o que tem tudo a ver com o amor aos filhos, que antes mencionei. Mas o sentido usual de amor, na cultura atual, como a telenovela e a canção popular, está mais próximo do desejo sexual. Ora, este almeja o bem do amante mais que o da pessoa amada (ou desejada). Crimes passionais são justamente isso: se ela não vai ser minha, que morra.

Minha primeira orientadora, dona Gilda de Mello e Souza, se indignou quando Doca Street assassinou Ângela Diniz no final de 1976. E me disse algo assim: crime passional é uma farsa; para acreditar que um homem não possa viver sem a pessoa que ele diz amar, a lógica seria que ele se matasse. Matá-la e sobreviver mostra muito bem que esse suposto amor era mentira. Não era o querer bem ao outro, mas o desejo de dominá-lo.

Ora, somos inundados por uma mídia que apresenta o amor como sendo desejo, como sendo sexo. (Por isso mesmo tenho insistido em que, se é preciso termos educação sexual nas famílias e nas escolas – até para evitar a gravidez indesejada, o abuso sexual e a transmissão de doenças, inclusive fatais –, faz tanta ou mais falta educar para o amor).

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Falar de amor num tempo de ódio é prioritário, como dizem de vários modos nossos dois autores. Vivemos, entre 1980 e 2010, trinta anos gloriosos – não como os após a Segunda Guerra Mundial, cuja glória esteve no desenvolvimento econômico dos países mais ricos e na formatação de um Estado do bem-estar social, mas como os do combate à fome e do avanço da democracia nos países mais pobres, entre eles o Brasil. Saímos, em 2013, do Mapa da Fome, ao qual lamentavelmente voltamos nos governos seguintes. Parecia vitoriosa a luta pela democracia. Poderíamos imaginar a grande regressão que depois veio? Poderíamos acreditar que pessoas queridas, até parentes nossos, viriam a apoiar governos que querem a morte de tantas pessoas, inclusive de seus consanguíneos ou amigos de infância?

Não por acaso, Juliana e Jamil insistem no papel democrático do amor e das paixões a ele correlatas, como a amizade. Lembro uma passagem de Jorge Luis Borges, quando evoca a homenagem de um guerreiro medieval ao inimigo morto. Lembro também uma observação atribuída a Margaret Mead, que data a humanidade (no sentido figurado e não como espécie, como qualidade ética) do osso humano que se recompôs de uma fratura: foi preciso haver quem cuidasse do ferido, quem o amparasse, até ele cicatrizar-se do machucado.

Noto que, nos últimos meses, me deparei várias vezes com essa referência ao comentário, genuíno ou não, da grande antropóloga. Quer dizer que cresce a esperança na ideia de que a humanidade, enquanto espécie humana, tenha a possibilidade de recuperar a humanidade enquanto sentimento de compaixão e prática de cooperação.

Ou lembremos a questão da ética do cuidado, levantada umas décadas atrás por Carol Gilligan. Ela parte de uma experiência proposta por seu mestre Kohlberg sobre o desenvolvimento moral da criança. Kohlberg colocava cada criança diante de um problema: a mãe dela estava à beira da morte, dependia de um remédio caríssimo para se curar, e o farmacêutico se recusava a dá-lo a ela. O que fazer então? Assim posta a questão, ela praticamente determina uma resposta ao modo de Antígona: a ética exige quebrar a lei. Dessa maneira respondiam os meninos, mas não as meninas, que insistiam em tentar persuadir o farmacêutico. Kohlberg disso inferiu uma deficiência das meninas na compreensão do problema – e do que ele chamou de ética da justiça –, mas Gilligan o contestou. O que elas expressariam seria uma ética do cuidado, um conjunto de valores em torno da convicção de que seria possível uma solução pelo acordo, não pelo confronto, não pelo corte (lembrando que decisão contém cisão, corte, no seu âmago). O modo masculino de ver as coisas seria incisivo, cortante; o feminino seria englobante, includente.

Ora, o avanço do papel das mulheres na sociedade atual não será sinal do que podemos chamar uma feminização crescente de nossa cultura? Notem que, ao contrário do que algumas autoras criticaram em Gilligan, nada disso supõe predicar uma essência masculina ou feminina, uma natureza belicosa do homem ou compassiva da mulher. Podemos seguir sua intuição entendendo-a como uma simples referência a papéis construídos ao longo dos milênios e que foram identificados a dois suportes diferentes, um o dos cromossomos XX e outro dos XY, mas podem estar presentes em homens e mulheres.

Se recuarmos no tempo, veremos que na sociedade medieval as mulheres, ou o feminino, desempenharam papel importante na adoção de costumes mais cuidadosos e respeitosos, processo que Norbert Elias chamou de “civilizar os costumes”. Foi a presença delas que levou, por exemplo, às maneiras modernas, como não cuspir na mesa (ou à mesa), não tomar a sopa diretamente da sopeira, não assoar o nariz sobre os pratos em que se servia o alimento. Esses cuidados, que hoje às vezes são associados, retroativamente, a intuitos higiênicos, na verdade se originaram de formas de respeito. Era respeitoso em relação ao outro, e em especial à mulher, abster-se de práticas que suscitassem o incômodo ou, mesmo, o asco.

A mulher era o outro por excelência. Pretendia-se agradá-la, conquistá-la: por isso, aqueles machões medievais, comparáveis a fazendeiros grosseiros de um Brasil que felizmente foi desaparecendo, a um Paulo Honório como o que Graciliano Ramos coloca em cena no seu São Bernardo, adotam modos que eles imaginam causar prazer às mulheres, e que seriam os delas. Por isso, faz sentido pensar aqui no amor materno: o amor que Juliana e Jamil dedicam ao Brasil é um amor de mãe.

É nosso país um filho? Todo país o é. Nenhum país é uma essência prévia a seus cidadãos. Toda pátria, ou mátria se assim preferirmos, é uma criação constante do afeto. Em português, chamamos de criança a pessoinha que estamos criando. Criar, em nossa língua, não é um ato fulgurante, instantâneo, como a criação divina do mundo a partir do nada, na versão judaico-cristã. É um trabalho longo, com muito afeto investido, que dura dez anos ou mais. Até pouco tempo atrás, por sinal, era uma tarefa da mãe, mais que do pai. E não é fortuito que o ódio que nestes últimos anos tomou conta de nosso país, e de tantos outros, nas mãos da extrema direita tenha tanto a ver com um retorno furioso do machismo.

Há homens que se sentem estranhos, perdidos num mundo em que perderam os privilégios que tinham por tão só haverem nascido num determinado sexo, classe, orientação sexual: e com o declínio da democracia desde a crise econômica iniciada em 2008, eles se consideraram autorizados a vingarem-se daqueles que se atreveram a se colocarem como seus iguais, pior que isso, a pensarem que podiam lhes ensinar algo novo e diferente.

Mas é esse o caminho do futuro, o dos diferentes, do “outro por excelência”, como foi a mulher por milhares de anos: e por isso Juliana e Jamil, querendo ambos devolver amor a um país que foi pilhado pelo ódio, escrevem ao Brasil (e sobre o Brasil) a partir da alteridade europeia, mas com um coração de quem se dirige a uma criança amada.






Professor titular aposentado do Departamento de Filosofia da USP. Autor, entre outros livros, de Maquiavel, a democracia e o Brasil (Estação Liberdade).