Mostrando postagens com marcador morte. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador morte. Mostrar todas as postagens

Lula acertou de novo / Coletivo de judeus publica nota em apoio às falas de Lula sobre massacre em Gaza


Lula e Benjamin Netanyahu (Foto: Ricardo Stuckert

Lula acerta ao dizer que não há na História nada semelhante ao que está acontecendo na Faixa de Gaza, a não ser “quando Hitler resolveu matar judeus”

Aline Alves

A declaração do presidente Lula sobre a investida de Israel sobre o povo palestino, realizada ontem na Etiópia, não deveria ser convertida em polêmica tantas décadas depois dos horrores da Segunda Guerra Mundial, se houvesse alguma honestidade intelectual por parte dos críticos. Hollywood explorou à exaustão o tema do nazismo, e isso poderia ter servido à conscientização geral sobre o assunto, mas o resultado foi a mercantilização da barbárie, a banalização da violência, e um desconhecimento sobre o nazismo e o Terceiro Heich, que foram reduzidos a inimigos derrotados da América.

Não pretendo aqui dar conta de descrever o que foi o nazismo, em razão da sua densa complexidade, apenas lembrar de elementos científicos – para que não restem dúvidas, ainda mais em um tempo em que é preciso resgatar a ciência para que ela volte a ter significado para o desenvolvimento humano – que demonstram que Lula acerta em sua declaração sobre a situação da Palestina, ao dizer que não há na História nada semelhante ao que está acontecendo na Faixa de Gaza, a não ser “quando Hitler resolveu matar judeus”. A mídia hegemônica, assim como Hollywood, em seu empenho em deseducar mais do que promover um real debate, prontamente rejeitou a comparação entre Israel e a Alemanha nazista, no entanto a História mostra que não há aqui nenhum equívoco. Em Reactionary modernism: technology, culture and politics in Weimer and the Third Reich, o historiador Jeffrey Herf apresenta sua análise sobre o nazismo e observa que ele é construído sobre dois pilares, grosso modo: a regressão e a modernidade, posta à disposição da primeira. A Alemanha nazista contava com alta tecnologia para desenvolver o que precisava para realizar o projeto do Terceiro Reich: resgatar os tempos do império alemão e cumprir sua utopia racial. Leitor de Adorno e Hoeckheimer, Jeffrey Herf identifica no nazismo a “dialética da modernidade” quando aponta que o avanço da ciência, em vez de promover o desenvolvimento humano, muitas vezes promoveu regressão. Isso está nítido nas malhas ferroviárias alemãs sendo usadas para transportar judeus, ciganos, gays, comunistas, deficientes físicos para os campos de extermínio, na tecnologia aplicada ao cinema em serviço da propaganda nazista e no potencial bélico utilizado para atacar os inimigos do Reich.

Dos mesmos recursos dispõe o Estado de Israel, e da mesma forma os utiliza: tecnologia altamente avançada (tivemos, inclusive, uma ideia desse avanço quando a ABIN paralela usou aparelhos de espionagem israelense) utilizada para a eugenia, que parece dar o tom do que seria a pátria ideal para judeus, concepção essa adotada por parte desse Estado de Israel e de setores do sionismo radical (importantíssimo lembrar aqui que essa não é a concepção geral da comunidade judaica, que tem em grande parte se manifestado criticamente em relação aos ataques de Israel contra os palestinos, sofrendo, inclusive, severas retaliações pelo mundo, como é o exemplo do jornalista Breno Altman). É com essa tecnologia que, aos olhos de todo o mundo, mais de 30 mil palestinos foram assassinados por Israel desde outubro passado, sendo 40% das vítimas crianças. Esse número é importante para compreendermos que não há espaço aqui para tergiversar; a mídia hegemônica tem dito que não cabe a comparação entre a Alemanha nazista e o atual Estado de Israel, uma vez que ele não tem um projeto eugênico. Fica o questionamento: quem consegue matar 30 mil pessoas em 4 meses apenas para se defender? Quem, em legítima defesa, mata algumas dezenas de opositores (no caso, integrantes do Hamas) e cerca de 12 mil crianças? Como um Estado com técnicas tão avançadas erra o alvo 30 mil vezes, isso sem contar com os feridos? Como um Estado que se defende mantém suas cidades de pé, enquanto o território do adversário tem 95% da população desabrigada?

O que estamos testemunhando é a exata utilização de técnica avançada para a realização de limpeza étnica, com o propósito de se construir uma utopia racial que, desta vez, só é possível se o povo palestino não existir mais. É o resgate de um passado mítico que confere a um povo uma suposta superioridade, se coloca como a única forma possível de vida na terra, e que exige o extermínio de tudo e todos que não se incluam nessa raça e seu passado. Como esse tipo de racismo se estabeleceu como princípio do sionismo mais radical é uma questão que pode e deve ser analisada com mais profundidade, até para que sejamos capazes de evitar uma nova onda de ódio aos judeus, e também para que não nos percamos do debate científico e honesto. Mas o ponto a que quero chegar aqui é que Lula acertou ao criticar o ataque do Hamas aos kibutz israelenses, e acerta novamente em condenar o genocídio promovido por Israel contra os palestinos; acerta também ao compará-lo a outro momento histórico, o do nazismo, com o qual compartilha métodos e objetivos. E acerta sobretudo ao fazê-lo diante de todo o mundo, como o líder cujo vulto alcança todos os cantos do planeta. Acredito que poderíamos fazer apenas uma observação sobre um ponto da fala de Lula, se o que está acontecendo no presente já se repetiu em outro momento histórico além do nazismo, e lembraríamos, por exemplo, da devastação colonial pela qual passaram a América Latina, África e Oriente Médio; podemos ir mais atrás e lembrar da Inquisição Católica, das Cruzadas, do Império Romano. Mas sem esquecer que nenhum desses episódios contou com tanta sofisticação técnico-científica quanto a que estamos testemunhando neste exato momento.


 Aline Alves é professora, escritora e artista plástica. Doutora em Teoria Literária pela UFRJ.






Coletivo de judeus publica nota em apoio às falas de Lula sobre massacre em Gaza


O coletivo Vozes Judaicas por Libertação publicou uma carta em apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que virou alvo de críticas por suas falas sobre o ataque de Israel contra os palestinos na Faixa de Gaza.

No último domingo (18), em entrevista coletiva antes de deixar a Etiópia rumo ao Brasil, Lula comparou o massacre promovido pelas forças militares de Israel contra a Faixa de Gaza ao Holocausto promovido pela Alemanha nazista contra os judeus na Segunda Guerra Mundial. "O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus", afirmou o presidente.

Após a fala, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, anunciou, nesta segunda-feira (19), que Lula seria considerado "persona non grata" no país. O termo é um instrumento jurídico utilizado nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é bem-vindo.

Para o coletivo Vozes Judaicas por Libertação, é impossível comparar e hierarquizar genocídios, dado que a “a experiência vivenciada por cada povo afetado é inigualável”. Ao mesmo tempo, no entanto, "a contradição de o povo judaico ser ora vítima e agora algoz é palpável, tenebrosa e desalentadora. Lula externou o que está no imaginário de muitos de nós".

O grupo ainda afirma que “enquanto coletivo de judias e judeus, temos antepassados que foram vítimas do Holocausto nazista, e entendemos que nosso imperativo ético é nos posicionarmos contra o genocídio do povo palestino e contra a utilização da nossa defesa como justificativa”.

Confira a carta na íntegra:
Dando um passo além nas contínuas denúncias dos crimes cometidos por Israel contra os palestinos, o presidente Lula causou furor ao fazer uma comparação entre o que ocorre hoje em Gaza e o que Hitler fez com os judeus durante o nazismo.

A comparação entre genocídios é sempre delicada pois a experiência vivenciada por cada povo afetado é inigualável. Cada um representa uma narrativa singular e dolorosa na história das comunidades vitimadas. Logo, não há como estabelecer qualquer hierarquia entre genocídios. É impossível estabelecer uma métrica objetiva para determinar o 'pior' genocídio da história. Categorizar historicamente vítimas maiores ou menores é uma perigosa armadilha de reprodução de racismo.

A contradição de o povo judaico ser ora vítima e agora algoz é palpável, tenebrosa e desalentadora. Lula externou o que está no imaginário de muitos de nós. Uma comparação que causa muita dor a judias e judeus de todo mundo, que tiveram as suas vidas cindidas pelo genocídio dos judeus na Europa, e agora veem um crime similar sendo cometido, supostamente em seu nome. Enquanto coletivo de judias e judeus, temos antepassados que foram vítimas do Holocausto nazista, e entendemos que nosso imperativo ético é nos posicionarmos contra o genocídio do povo palestino e contra a utilização da nossa defesa como justificativa.

Se a criação e fundação de um Estado judaico foi uma medida de sobrevivência num mundo sitiado, ela logo se tornou um pesadelo. O Estado de Israel não trouxe emancipação verdadeira aos judeus pois a sua existência é mantida às custas da negação da autodeterminação dos palestinos. As lideranças israelenses seguem promovendo um massacre contra palestinos e ainda ameaçam a vida de judeus e judias em todo o mundo. Israel representa hoje a maior fonte de insegurança para todos os judeus do planeta ao usar nossa identidade como fachada e justificativa para sua campanha de terror.

Por isso, defendemos e acreditamos que as palavras de Lula são de grande importância pois levantam questões relacionadas à urgência da ação, como um chamado definitivo dirigido a todos para agir diante do que ocorre em Gaza neste momento. Frente à incapacidade da ONU e de várias organizações internacionais em conter a violência perpetrada por Israel em Gaza, destaca-se a importância vital da postura demonstrada por líderes internacionais como Lula, que levantam suas vozes contra o que é já considerado por incontáveis especialistas como um genocídio contra o povo palestino.

As palavras têm poder. Se a forma como Lula se expressou na ocasião foi pouco cuidadosa – tropeçando justamente neste ninho de comparações forçadas – sua fala tem o objetivo de atingir a imaginação e provocar uma crise moral sobre Israel. O pedido de impeachment protocolado pelos deputados bolsonaristas é uma medida descabida, assim como as acusações de antissemitismo – cujo real objetivo é deslegitimar o governo e a diplomacia brasileira. Não acreditamos que judeus brasileiros estão em risco por causa de sua declaração.

Apoiamos as colocações do presidente Lula e cobramos que a radicalidade de suas palavras seja colocada em prática. Seria um gesto diplomático de relevância gigantesca romper todas as relações entre o estado brasileiro e Israel, em especial as relações militares que também fortalecem a barbárie em terras brasileiras, com a compra de armas e tecnologias de controle social que são usadas para atingir a vida do povo negro nas favelas. Convocar o embaixador brasileiro em Tel Aviv foi um passo ainda insuficiente nessa direção.

Por fim, convidamos a todas e todos, mas principalmente ao governo brasileiro a atender as demandas do movimento internacional de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), liderado pelas bases da sociedade civil palestina. O povo palestino tem pressa e nossas ações têm poder."

Edição: Lucas Estanislau

 

Postado em Brasil de Fato


 



Até quando ?

 

Documentário imperdível na Netflix mostra a vida — e a morte — das crianças em Gaza

 


Publicado por Roger Worms - Atualizado em 21 de outubro de 2023


Gostaria de viver como outras crianças do mundo
Vivemos uma vida de merda, terra e mar, tudo bloqueado

 Gostaria de ir à escola

 Temos medo de andar por nossas terras, porque há mísseis instalados ali

Muitas vezes penso em nossa situação e nunca vejo uma saída

 Onde não se consegue dormir é difícil sonhar


Esses são depoimentos de crianças extraídos do documentário “Nascido em Gaza”, disponível no Netflix. Ele nos mostra o trágico cotidiano de uma população em constante devastação e condições sub-humanas de sobrevivência graças ao cerco de Israel.

São dez crianças retratadas em entrevista, que vivem em tensão constante pelos perigos da guerra. Apresentam seus horrores e suas cicatrizes profundas.

Escrito e dirigido pelo cineasta ítalo-argentino Hernán Zin, ganhou o prêmio de melhor documentário nos Prêmios Goya, o mais importante do cinema espanhol. Também venceu o primeiro lugar no Festival Internacional de Documentários Al Jazeera.

Com a boa música de Carlos Martin e a inspirada fotografia do seu diretor, Hernán Zin, o filme nos conduz para um universo de atrocidades, através dos depoimentos de crianças simples e endurecidas, após ataques do Exército de Israel a civis desarmados no verão de 2014, na Faixa de Gaza.

Em estatísticas apresentadas no filme, cerca de 40 mil crianças palestinas necessitam de ajuda psicológica. Destaca-se também que 70% dos óbitos, naquele ataque de 2014, foram de crianças com menos de 12 anos.

Tudo isso nos faz imaginar o que tem passado a população civil da região depois do ataque do Hamas? Como tem sido a resposta de Israel aos civis palestinos?

O Hamas é o maior entre os vários grupos islâmicos palestinos e seu nome é um acrônimo árabe para Movimento de Resistência Islâmica. Seu objetivo é a destruição do Estado de Israel para que o Estado da Palestina tome o espaço de toda Palestina Histórica.Cena do documentário “Nascido em Gaza”

O Likud, partido de Netanyahu, nunca escondeu que seu objetivo é ter todo o mesmo espaço, a chamada Grande Israel. Ou seja, o objetivo do Likud, que significa Unidade, também é ter todo o espaço almejado pelo Hamas.

Bibi Netanyahu já estava no poder há nove anos, à frente da ofensiva israelense que chacinou e amedrontou para sempre os meninos e meninas retratados no documentário.

A pergunta que fica evidente é: onde e como estarão eles hoje? Quantos sobreviveram?

“Eu gostaria de entrar na resistência e fazer justiça por meus primos mortos”, diz um dos garotinhos. Um choque de realidade em um universo colonialialista de guerras entre grupos mergulhados na profunda desigualdade financeira e penúria social.

Se os EUA quisessem de fato a paz, não vetariam propostas como a do Brasil. O que esperar das próximas gerações que vão sobreviver nesse inferno? A resposta de uma das crianças é definitiva: “Onde não se consegue dormir é difícil sonhar”.




Algumas imagens do Documentário Nascido em Gaza 






Abaixo um pouco de história e geopolítica para entender o conflito Israel x Palestina ( Hamas )



Jô Soares : Intelectual, escritor e artista brasileiro



 



Jô Soares : Intelectual, escritor e artista brasileiro



 



Canto indígena de Bruno Pereira vira remix por André Abujamra : " chorei muito ! "





"Eu não costumo ficar profundamente triste. Quem me conhece sabe que sou muito otimista e raramente faço a tristeza me dominar, mas hoje eu quebrei a espinha! Geralmente eu faço música como uma oração! Quando vi o vídeo do Bruno chorei muito e daí fiz esse remix! Meu amigo/irmão @mauro.renui fez o vídeo! força e amor", disse num post às 23h da terça-feira (13.jun.22) na sua rede social o Multi artista, cantor, compositor, guitarrista, percussionista, pianista, produtor musical, ator e diretor de teatro e cinema, André Abujamra, filho de Antonio Abujamra, um dos maiores diretores e atores do teatro brasileiro.

Publicamos na página do Facebook do MS Notícias o vídeo em que o indigenista Bruno Pereira estava entoando um canto indígena, o mesmo usado por Abujarana para fazer o remix de homenagem. Veja como ficou:


Com samples de cordas, flautas e percussões, a multiplicação das vozes e uma profusão de sons derramados, o compositor e arranjador impulsiona o canto solitário de Bruno, um homem só no meio da floresta a que devotou sua vida, às milhões de rotações do planeta. À sua real grandeza.

O vídeo de Mauro Renui convoca os passos de Chico Mendes, Dorothy Stang entre outros tantos heróis anônimos – entre eles os indígenas donos improváveis do território – a se somarem a Bruno Pereira e Dom Philips. A música sobe em círculos e vertigens, feito um mantra.

DESAPARECIDOS

Bruno está desaparecido juntamente com o jornalista Inglês Dom Philips, desde 5 de junho, quando estavam numa expedição jornalística no Vale do Javari, região do Oeste do estado do Amazonas.

Os dois, apaixonados pela floresta, sua flora e fauna, provavelmente estão mortos, mas serão tratados como vivos por aqui até que se prove o contrário.

Ontem o vídeo de Bruno começou a circular na internet, pouco após a esposa de Dom Philips dizer à imprensa britânica que seu primo havia sido informado pela embaixada que 2 corpos foram achados amarrados em árvores. Apesar disso, a Polícia Federal no Brasil negou que os corpos pertencessem à Bruno e Dom. A PF emitiu uma nota sobre isso, veja AQUI.




 

 

Para ler clique no link abaixo :

Busca por jornalista e indigenista na Amazônia está perto do fim, diz grupo indígena







A morte do amigo negacionista



A morte de um amigo que virou bolsonarista também 
pode ser devastadora


Moisés Mendes

Morreu o amigo de adolescência de um grupo que se reúne há um ano e meio no WhatsApp. Esse é o resumo da história verdadeira de um sujeito brincalhão, alegre, falante, o cara aquele que se encaixava em qualquer turma com qualquer assunto e com qualquer tipo de risada, das contidas, compridas ou gargalhadas.

Um colega legal, daqueles que não colocava ninguém a correr se chegasse atrasado numa rodinha de conversa. Isso na segunda metade dos anos 70, no 2º grau, quando a escolha do que se quer ser na vida é uma pela manhã e duas outras à tarde.

O amigo não vacilou muito quando adulto e virou empresário. Quando se reuniam, muito tempo depois, já com famílias, filhos e agregados, ele aparecia.

Eram encontros raros, mas lá estava ele com o mesmo perfil. Outros mudaram um pouco ou muito os jeitos e temperamentos. Ele não. Era sempre o mesmo. Expansivo, assertivo, sempre divertido e agora um homem próspero.

Quando o grupo foi criado no Whats, no começo do ano passado, os colegas se reagruparam. Democratas com ideias progressistas e humanistas e atuando nas mais diversas áreas. E então o amigo aquele apresentou-se ali como se fosse outra pessoa.

O colega sempre leve depois de homem maduro, já com mais de 60 anos, incorporou no Whats um sujeito pesado. Não era mais o tucano que poucos sabiam que havia sido. Era um ativista bolsonarista e negacionista.

O grupo se abateu. O colega passou a pregar contra o isolamento e a vacina e em defesa do kit covid, como se fosse um modelo para cursinho de extremista de direita. Virou uma caricatura absolutista.

O grupo se sentiu constrangido, a maioria debandou em poucos meses, e o colega também foi embora. O adolescente interativo, agregador, divertido, não existia mais.

Mas, quando ele saiu, outros voltaram, sob um clima muito mais de desconforto do que de repulsa e condenação. A turma se reagrupou de novo quando o amigo aquele não estava mais por perto.

Há pouco mais de um mês ficaram sabendo que ele havia sido infectado. Depois, foram informados de que estava na UTI e entubado. E esta semana alguém deu a notícia de que havia morrido.

Poucos antes de morrer, reafirmou nas redes sociais (porque alguém espiava suas postagens) o que pensava da vacina e dos remédios milagrosos de Bolsonaro.

Sei, porque me contaram, que o sentimento de perda foi intenso e dolorido. O grupo agarrou-se à memória do guri divertido, para despedir-se dele, e não do sessentão que havia se apropriado do adolescente do colégio.

A morte nos reapresenta o dilema que, quanto mais a pandemia se espicha, mais fica irresolvido. O que teria virado esse amigo, aos 60 anos, se Bolsonaro não tivesse chegado ao poder e dividido famílias, colegas, vizinhos?

Os amigos que perdemos para a extrema direita em meio à ascensão do bolsonarismo são uma invenção de Bolsonaro, ou Bolsonaro só existe porque esses nossos amigos estavam à espera de um sujeito que incorporasse todas as crueldades e todos os ódios, ressentimentos e preconceitos?

Foi mesmo Bolsonaro quem fez aflorar a índole do amigo que se afastou da turma, ou esse e outros amigos criaram o Bolsonaro poderoso, eleito pelo voto, para que assim pudessem ser representados e se expressar como de fato são ou eram?

A morte de cada amigo da adolescência vai nos tirando aos poucos o que construímos naqueles tempos na direção da eternidade. A morte de um amigo que virou bolsonarista também pode ser devastadora.

Um adulto bolsonarista não deveria ter o direito de dar fim prematuro ao que ele mesmo foi no nosso tempo de colégio. O bolsonarismo tenta destruir até o nosso passado e as nossas melhores memórias.


   Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim) - https://www.blogdomoisesmendes.com.br/





A morte do amigo negacionista



A morte de um amigo que virou bolsonarista também 
pode ser devastadora


Moisés Mendes

Morreu o amigo de adolescência de um grupo que se reúne há um ano e meio no WhatsApp. Esse é o resumo da história verdadeira de um sujeito brincalhão, alegre, falante, o cara aquele que se encaixava em qualquer turma com qualquer assunto e com qualquer tipo de risada, das contidas, compridas ou gargalhadas.

Um colega legal, daqueles que não colocava ninguém a correr se chegasse atrasado numa rodinha de conversa. Isso na segunda metade dos anos 70, no 2º grau, quando a escolha do que se quer ser na vida é uma pela manhã e duas outras à tarde.

O amigo não vacilou muito quando adulto e virou empresário. Quando se reuniam, muito tempo depois, já com famílias, filhos e agregados, ele aparecia.

Eram encontros raros, mas lá estava ele com o mesmo perfil. Outros mudaram um pouco ou muito os jeitos e temperamentos. Ele não. Era sempre o mesmo. Expansivo, assertivo, sempre divertido e agora um homem próspero.

Quando o grupo foi criado no Whats, no começo do ano passado, os colegas se reagruparam. Democratas com ideias progressistas e humanistas e atuando nas mais diversas áreas. E então o amigo aquele apresentou-se ali como se fosse outra pessoa.

Olavo de Carvalho (1947 – 2022) : Morre um pústula

 


Reconhecer isso mesmo com o corpo ainda quente é obrigatório, porque sua vida foi dedicada ao ódio e à violência contra grupos sociais. Esconder é de alguma forma invizibilizar essa violência, esse horror que foi por ele incentivado em vida.

Renato Rovai

Não comemoro mortes. É algo que assumi como um dogma. A morte envolve muitos sentimentos para além do finado que precisam ser respeitados.

Já vi gente comemorando a morte de filhos de adversários políticos, de atores e até de jogadores de futebol. Acho que isso revela mais sobre a pessoa do que sobre o morto ou seu familiar que é alvo do ódio.

Não vou abrir uma champanhe pela morte de Olavo de Carvalho e nem ao menos sair por aí dizendo “bem feito, quem mandou não se vacinar”. Mas ao mesmo tempo não vou deixar de dizer que quem morre é um dos mais tóxicos dos seres humanos que teve algum tipo de destaque no debate público desde a democratização do Brasil em 1985.

Olavo foi um cancro para a democracia brasileira. Ele, em conjunto com a família Bolsonaro, transformou em herói para uma parcela da população gente como Ustra. Só por isso mereceria todos os repúdios mesmo no dia da sua morte. Mas mais do que isso, incentivou ódio a gays, violência contra pessoas que chamava de globalistas, todo tipo de discriminação e ainda convenceu milhões a lutarem contra a vacina chinesa o que levou dezenas de milhares à morte, inclusive ele.

Morre um pústula. Essa é a verdade. E reconhecer isso mesmo com o corpo ainda quente é obrigatório, porque sua vida foi dedicada ao ódio e à violência contra grupos sociais. Esconder é de alguma forma invizibilizar essa violência, esse horror que foi por ele incentivado em vida.

Mesmo morto, Olavo deixa seguidores. E por isso precisará continuar a ser combatido. Sua história de crápula e de alguém deletério aos direitos humanos e ao processo civilizatório tem que ser discutida como algo a ser superado pela sociedade para que pessoas assim não tenham mais tanto espaço para combater a democracia por dentro.

Olavo provavelmente vai definhar enquanto guru. Mas isso também depende de nós. Os erros dos democratas em não valorizar a cultura e a educação e ao mesmo tempo não diminuir as injustiças sociais é que abrem espaço para gente assim se tornar referência e liderança.

Olavo morre e é hora de aproveitar a oportunidade para enterrar junto com ele o olavismo e todo o mal que ele representou ao Brasil.





Renato Rovai é graduado em jornalismo pela Universidade Metodista, mestre em comunicação pala Universidade de São Paulo e doutorado em ciências humanas e sociais pela Universidade Federal do ABC. É professor de jornalismo digital na Faculdade Cásper Líbero e blogueiro.

Professor convidado do Centro Latino-Americano de Cultura e Comunicação da ECA-USP e diretor editorial da Revista Fórum. Militante da democratização da mídia, articulou o Fórum de Mídia Livre e do Encontro Nacional dos Blogueiros.

Trabalhou nos jornais Diário do Grande ABC, Diário de Minas, Diário Popular, TV Gazeta e Editora Globo.

Criou a editora Publisher Brasil, em 1994. Em 2001, lançou a Revista Fórum, no primeiro Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, a revista teve a sua versão impressa até o ano de 2013, a partir de 2014 a Revista Fórum passou a ser digital.



Olavo de Carvalho


Para ler mais clique nos links abaixo :

















Olavo de Carvalho (1947 – 2022) : Morre um pústula

 


Reconhecer isso mesmo com o corpo ainda quente é obrigatório, porque sua vida foi dedicada ao ódio e à violência contra grupos sociais. Esconder é de alguma forma invizibilizar essa violência, esse horror que foi por ele incentivado em vida.

Renato Rovai

Não comemoro mortes. É algo que assumi como um dogma. A morte envolve muitos sentimentos para além do finado que precisam ser respeitados.

Já vi gente comemorando a morte de filhos de adversários políticos, de atores e até de jogadores de futebol. Acho que isso revela mais sobre a pessoa do que sobre o morto ou seu familiar que é alvo do ódio.

Levaram o Reitor : Documentário

 




Levaram o Reitor : Documentário

 




Relatos emocionantes de vítimas da Covid-19 na CPI do Senado em 18/10/2021

 




Veja outros relatos emocionantes a partir do ponto 2:13:30 até 3:05:59 no vídeo abaixo:



Abaixo Carlos Harmitt comenta os emocionantes relatos das vítimas da Covid-19 






Relatos emocionantes de vítimas da Covid-19 na CPI do Senado em 18/10/2021

 


Relato de jovem que perdeu os pais com covid emociona até o intérprete de Libras

 


Intérprete de libras se emociona durante relato de jovem que perdeu os pais na pandemia (vídeo)


"Se ele tivesse ideia do mal que ele faz para a nação, além de todo o mal que ele fez, ele não faria isso", diz Giovanna Mendes, que perdeu pais para a Covid, sobre Bolsonaro não se vacinar.

Agência Senado com 247 - A jovem Giovanna Gomes Mendes da Silva, de 19 anos, ficou órfã e agora vai ter a guarda da irmã de 11 anos. Ela contou à CPI da Pandemia ter perdido a mãe, que era transplantada e fazia hemodiálise, para o covid-19, e o pai, que sofria de câncer e também teve covid-19. Segundo Giovanna, a mãe ficou intubada por oito dias.

"Eu vi que eu precisava da minha irmã e ela precisava de mim. A partir daí eu pensei que eu não poderia mais ficar sem ela, então decidi que precisava mesmo ficar com a guarda dela. Eu assumi esse desafio por amor", disse Giovanna que relatou as dificuldades para o tratamento dos pais e o desafio de cuidar da irmã.

Giovanna Mendes contou que a mãe era transplantada e fazia hemodiálise. "Meu pai também ficou internado neste período. ele se recuperou, tinha doença pré-existente, tinha um câncer, quando ele saiu do tratamento da covid, que tinha se recuperado teve que ser internado de novo porque o câncer havia se generalizado. Dois dias depois do falecimento da minha mãe ele voltou a ser internado. Não tive nem oportunidade de chorar a morte da minha mãe. ele passou 13 dias internados e veio a óbito também. Não perdemos só os pais, perdemos uma vida de alegria. Hoje temos uma vida triste", afirmou a jovem.







Relato de jovem que perdeu os pais com covid emociona até o intérprete de Libras

 


Intérprete de libras se emociona durante relato de jovem que perdeu os pais na pandemia (vídeo)


"Se ele tivesse ideia do mal que ele faz para a nação, além de todo o mal que ele fez, ele não faria isso", diz Giovanna Mendes, que perdeu pais para a Covid, sobre Bolsonaro não se vacinar.

Agência Senado com 247 - A jovem Giovanna Gomes Mendes da Silva, de 19 anos, ficou órfã e agora vai ter a guarda da irmã de 11 anos. Ela contou à CPI da Pandemia ter perdido a mãe, que era transplantada e fazia hemodiálise, para o covid-19, e o pai, que sofria de câncer e também teve covid-19. Segundo Giovanna, a mãe ficou intubada por oito dias.

"Eu vi que eu precisava da minha irmã e ela precisava de mim. A partir daí eu pensei que eu não poderia mais ficar sem ela, então decidi que precisava mesmo ficar com a guarda dela. Eu assumi esse desafio por amor", disse Giovanna que relatou as dificuldades para o tratamento dos pais e o desafio de cuidar da irmã.

Amor e superação de uma falta : PS Eu Te Amo



PS: ESTAREI SEMPRE AQUI ESPERANDO
POR VOCÊ !


Sabemos que, às vezes, é difícil superar a perda de um ente querido e seguir com a vida apesar da ausência dele. Neste processo de aceitação e superação do luto, alguns filmes ajudam a enxergar uma luz no fim do túnel. O longa P.S. Eu Te Amo é um bom exemplo. É uma inspiração para superar a perda. É uma linda história de amor!

No filme, Holly Kennedy (Hilary Swank) é casada com Gerry (Gerard Butler), um engraçado irlandês por quem é completamente apaixonada. Quando Gerry morre, a vida de Holly também acaba. Em profunda depressão, ela descobre com surpresa que o marido deixou diversas cartas que buscam guiá-la no caminho da recuperação.

Inspirado no livro com o mesmo título, o filme P.S. Eu te Amo é de 2007 e agradou bastante quem gosta de romance e poesia. Holly Kennedy é profissionalmente indefinida e tem medo de ser abandonada pelo homem que ama. E é surpreendida pela morte dele.

Quando ela se vê nesta situação desesperadora e sem volta, ela se entrega ao isolamento e a uma vida de lembranças e sonhos. Apesar de eles não formarem um par perfeito, o amor entre eles era verdadeiro e juntos enfrentam suas diferenças e as dificuldades financeiras. Mesmo com a morte, o vínculo afetivo fica!


Holly Kennedy ( interpretada por Hilary Swank) e Gerry(Gerard Butler)


O que tira a personagem deste estado emocional é o vínculo afetivo dela com o falecido. Depois de ficar viúva, ela recebe um inesperado presente. Trata-se de uma mensagem gravada em fita cassete por seu marido que promete a ela cartas que ainda chegarão.

As mensagens chegam mesmo na sua caixa de Correio, são sempre assinadas por Guerry e com o P.S. Eu te amo. Assim, Holly é conduzida de volta à vida. Como se ele a guiasse em novos caminhos e numa nova jornada existencial.

Ela é confortada pela presença de Gerry por meio das cartas. E se nega a tentar um relacionamento com Daniel, interpretado por Harry Connick Jr. A trilha sonora é competente e ajuda o público a vivenciar a parte central da história. O filme P. S. Eu te amo emociona e pode contribuir para ajudar pessoas a levantarem a cabeça e enfrentar a vida depois da morte de alguém querido.




Superação do luto

É possível lindar com a perda de um companheiro. Não é fácil, mas há algumas reflexões e atitudes que podem ajudar bastante. Da mesma forma, que administrar a perda dos pais é complexo e exige bastante esforço dos filhos.

Um dos caminhos que podem aliviar bastante a dor é pensar que eles continuam vivos dentro de nós. E por eles, temos que tentar nos alegrar e buscar pensamentos e atividades que nos confortem e nos deixem felizes. Assim, estaremos fazendo-os felizes também.




Para superar o luto, temos que aceitar passar por algumas fases que vêm após a morte de alguém querido. Primeiro, a sensação de perder o chão, depois uma certa raiva e a não aceitação. Em seguida, vem a conscientização da perda e, por último, a sensação de que a pessoa cumpriu sua missão na terra e que agora está num lugar melhor.

Só depois destas etapas, vamos ganhando força para superar a perda. Esquecer não. Mas aprender a conviver com a falta. Importante salientar que ao passar por todas estas etapas, o ideal é contar com a companhia de outras pessoas que nos são gratas.

Conclusão:




P.S. Eu te Amo é um dos filmes românticos mais poéticos e delicados das últimas décadas. Inspirado no livro de mesmo nome, de autoria da escritora irlandesa Cecelia Ahern, ele percorre sutilmente e sem pieguices a trajetória de uma garota perdida, profissionalmente indefinida, quase despojada de seus antigos sonhos e ideais, com medo de ser abandonada pelo homem que ama como ocorreu com sua mãe, e subitamente arrebatada de seu amor não pela vida, mas sim pela morte. Veja o filme, ouça a canção, você vai se emocionar!

Sobre a Música do Richard Marx - Right Here Waiting

"Right Here Waiting" é uma balada gravada por Richard Marx no seu segundo álbum, Repeat Offender. "Right Here Waiting" foi hit número um na Billboard Hot 100. No Brasil, foi a 47ª música mais tocada nas rádios em 1989, e esteve incluída na trilha sonora internacional da telenovela da Rede Globo "Top Model ", exibida entre 1989 e 1990.




Fontes:

P.S. Eu te amo. EUA. Comédia / Drama 2007

https://gruposaojudastadeu.com.br/filme-p-s-eu-te-amo-uma-inspiracao-para-superar-a-perda/