Hitler descobre a verdade sobre manifestações de São Paulo




Hora de abolir os zoológicos!


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Caique Botkay

A relação do Homem com a natureza é historicamente controversa. De modo geral, a espécie humana nutre o sentimento de posse absoluta do planeta, não só quanto ao uso abusivo de seus recursos naturais – gás, óleo, pedra, madeira, minerais – como quanto à sua atitude frente à infinidade dos demais seres vivos.

O conceito de Gaia vem sendo discutido há tempos; a consciência de uma Terra coletivamente interdependente em seu equilíbrio já não é novidade alguma.

Entre os incontáveis desastres ambientais que a espécie humana promove seguidamente há séculos, venho levantar uma questão que considero básica: qual a razão lógica que nos o dá direito de aprisionarmos animais de outras espécies? Não me refiro aqui à questão alimentar: essa é uma outra discussão, que pode gerar argumentações tais como a sobrevivência.

O que me chama a atenção é a facilidade que temos de aprisionar animais para mera exibição como se fosse uma atitude perfeitamente natural, em âmbito universal.

Não é.

Apenas demonstra uma deformação prepotente, ignorante e autoritária. À luz da psicanálise, deve ser fácil associar alguma forma de psicopatia a tal hábito, que de tão corriqueiro tornou-se aceito em todos os continentes.

A evolução, no sentido do crescimento de uma consciência de manutenção equilibrada do planeta, aponta contra tal anacronismo.

Ninguém, em sã consciência, pode defender o fato de que tirar um animal de seu habitat natural e confiná-lo em cubículos ou espaços restritivos seja um direito humano.

Mesmo a tênue argumentação de que é um fator educativo mostra-se indefensável. Os atuais recursos tecnológicos permitem que não só os animais sejam mostrados em diversos ângulos, mas também vivendo em seu berço natural, de onde jamais deveriam ter sido retirados.

Mas o que mais importa, causando danos irreversíveis, é que as crianças, sendo estimuladas a visitar os zoos, começam, desde muito cedo, a serem educadas segunda a ideia de que fazem parte de uma “raça superior”. Essas últimas palavras me foram literalmente ensinadas no colégio, não faz tanto tempo assim. 

Como se essa “raça superior” tivesse sido ungida com o direito de aprisionar em celas, de forma vil e covarde, a própria natureza que gera tantas preocupações para sua sobrevivência atual e futura.

É óbvio que será muito mais difícil formar consciência ecológica na mente de jovens que participam dessa cerimônia medieval de visita ao zoo. 

Quem pode prender uma onça, ou qualquer outro animal, pode perfeitamente cortar as árvores que desejar, assim como desviar rios, derreter geleiras. Pode tudo, inclusive matar seus semelhantes.

Pelo fim programado dos zoológicos de todo o mundo, por sua substituição por aparatos tecnológicos, pelo absoluto cuidado com os animais que ainda permanecem enclausurados até que o derradeiro encerre sua existência. Encerrará assim também uma fase humana que será considerada primitiva, desinformativa e cruel no futuro.


Postado no site Outras Palavras em 11/06/2013



Manifestações em São Paulo e a música Do You Hear The People Sing?


Manifestações em São Paulo em 13/06/2013 com a música "Do you hear the people sing?" do filme Os Miseráveis, ao fundo.



Do You Hear The People Sing?

Do you hear the people sing?
Singing a song of angry men?
It is the music of a people
Who will not be slaves again!

When the beating of your heart
Echoes the beating of the drums
There is a life about to start
When tomorrow comes! 

Will you join in our crusade? 
Who will be strong and stand with me? 
Beyond the barricade 
Is there a world you long to see? 
Then join in the fight 
That will give you the right to be free!

Do you hear the people sing? 
Singing a song of angry men? 
It is the music of a people 
Who will not be slaves again!

When the beating of your heart 
Echoes the beating of the drums 
There is a life about to start 
When tomorrow comes!

Will you give all you can give 
So that our banner may advance 
Some will fall and some will live 
Will you stand up and take your chance? 
The blood of the martyrs 
Will water the meadows of France!

Do you hear the people sing? 
Singing a song of angry men? 
It is the music of a people 
Who will not be slaves again!

When the beating of your heart 
Echoes the beating of the drums 
There is a life about to start 
When tomorrow comes! 

 Os miseráveis (2012)

Você Ouve As Pessoas Cantarem?

Você ouve as pessoas cantarem?
Cantando a canção dos homens furiosos
Essa é a música de um povo
Que não será escravo novamente


Quando a batida do seu coração
Ecoa na batida dos tambores
Há uma vida prestes a se iniciar
Quando a manhã chegar

Você vai se unir a nossa cruzada?
Você será forte e ficará comigo?
Além da barricada
Há um mundo para se ver por muito tempo?
Então junte-se à luta
E você ganhará o direito de ser livre

Você ouve as pessoas cantarem?
Cantando a canção dos homens furiosos
Essa é a música de um povo
Que não será escravo novamente

Quando a batida do seu coração
Ecoa na batida dos tambores
Há uma vida prestes a se iniciar
Quando a manhã chegar

Você dará tudo que pode dar
Para que nosso estandarte possa avançar?
Alguns vão morrer e alguns vão viver
Você vai se erguer e agarrar sua chance?
O sangue dos mártires
Vai regar os prados da França!

Você ouve as pessoas cantarem?
Cantando a canção dos homens furiosos
Essa é a música de um povo
Que não será escravo novamente

Quando a batida do seu coração
Ecoa na batida dos tambores
Há uma vida prestes a se iniciar
Quando a manhã chegar

Apesar da grandiosa produção da versão de 2012, prefiro esta versão de Os miseráveis (1998)


Claudia Riecken em: Vinagre contra Arnaldo Jabor




Uma crítica lúcida ao jornalismo de aparências.
Referente aos manifestantes de São Paulo.
Vídeo a que se refere a autora e empresária - Jabor na Globo:http://www.youtube.com/watch?v=l3Py-_...



Quem morre?





Morre lentamente
Quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo

Morre lentamente
Quem destrói seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar. 

Morre lentamente
Quem se transforma em escravo do hábito
Repetindo todos os dias os mesmos trajeto,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou 
Não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções, Justamente as que resgatam o brilho dos 
Olhos e os corações aos tropeços. 

Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz 
Com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto 
Para ir atrás de um sonho, 
Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, Fugir dos conselhos sensatos... 

Viva hoje !
Arrisque hoje ! 
Faça hoje !
Não se deixe morrer lentamente !

Martha Medeiros




Mundo em transe






Washington Araújo

A sociedade civil precisa ter protagonismo de fato e não mais apenas de direito. 

Não se trata de manter intacta a velha dicotomia claudicante e insustentável de governantes e governados, poderosos e ‘des-empoderados’.

Na verdade, novas vozes precisam ser ouvidas com urgência avassaladora: as vozes sofridas das massas anônimas da humanidade. E estas vozes jamais serão ouvidas a se manter o atual desenho da posse dos meios de comunicação. 

Estes meios encontram-se tão dissociados da realidade humana que não sabem fazer nada diferente salvo a manutenção do status quo – um mundo respirando por máquinas, saindo de uma para outra Unidade de Tratamento Intensivo, em estado vegetativo. 

Há que se desligar as máquinas e canalizar as energias na construção do novo mundo que por tantos milênios pacientemente aguardamos surgir.

O advento de um novo ciclo no poder humano demonstrado - de forma incontestável - com o surgimento e acesso de milhões de seres humanos à rede mundial de computadores, à Web, descortinam ante as presentes gerações de seres humanos infindáveis possibilidades de trazer a lume milhões de visões de mundo, percepções da realidade bem como a construção de mundos virtuais através de redes sociais congregando objetivos, metas, anseios, aspirações, sonhos e utopias.

Temos que aproveitar o momento antes que uma miríade de leis e regulamentos para se proteger os donos da informação venham engessar e criminalizar os usuários da ‘Grande Teia’. 

As relações que sustentam a sociedade precisam se repensadas, revistas, reexaminadas. Estas relações são as que fazem interagir estados nacionais, dentro e entre comunidades, entre indivíduos e instituições sociais, entre os próprios indivíduos, e entre a humanidade e a natureza ao seu redor. 

Nada, absolutamente nada, escapa ao imperativo da época em que vivemos: a percepção da unificação da espécie humana. Somos, com efeito, cidadãos e cidadãs de um único e mesmo país – o planeta Terra.

Uma dimensão crítica do desenho e implementação das novas estruturas econômicas e institucionais é o senso de uma guardiania mundial – a ideia de que cada um de nós ingressa no mundo sob a guarda do todo e que, por sua vez, possui como legado um certo grau de responsabilidade para com o bem-estar da coletividade. 

O princípio da guardiania questiona a eficácia das expressões atuais de soberania. Ele desafia a base ética das lealdades que não vão além do estado nacional. Embora o multilateralismo tenha fortalecido e expandido a cooperação entre estados nacionais, ele não foi capaz de eliminar os conflitos de poder que prevalecem nas relações entre esses estados.

A miopia de sucessivas gerações, esparramando-se no leito dos milênios, não mais pode ser tolerada, seja por qual princípio for. 

Temos que nos ver a todos como passageiros de uma mesma História humana. E não existem cabines diferenciadas para primeira classe e para os serviçais, simplesmente porque este padrão enraizado de injustiças não mais se sustenta e está desmoronando por si mesmo. De tão podre.

Temos que nos olhar como somos – sujeitos de nossa história e aptos a escrevermos, com nossas próprias mãos, nosso próprio futuro.

Neste vácuo de autoridade moral, nesses escombros de povos vítimas de seus governantes, massas de manobras de interesses inconfessáveis na velha e cruel luta do (e pelo) poder, há que surgir novos personagens que articulem uma estrutura visionária e ambiciosa que permita o florescimento humano.

Washington Araújo é jornalista e escritor. Mestre em Comunicação pela UNB, tem livros sobre mídia, direitos humanos e ética publicados no Brasil, Argentina, Espanha, México. Tem o blog http://www.cidadaodomundo.org

Postado no site Carta Maior em 28/02/2013





E por falar em amor ...