Viver é se despedir um pouco de nós mesmos




Karen Curi

Essa vida é mesmo surpreendente. Em uma única existência somos capazes de viver e sobreviver a diversas fases, sob a sorte e a falta dela que nos unge os dias. De uma forma concisa eu poderia dizer que viver é uma sucessão de erros e acertos, de tropeços e saltos, afogamentos, resgates, onde só desfrutamos e valoramos as subidas depois que despencamos ladeira abaixo. E como toda história tem dois lados, na vida não poderia ser diferente. A gente só percebe a vitória e a derrota quando estamos no topo, ou no poço.

Acredito que nós, seres humanos, somos providos de uma força sobre-humana para aguentar tanta pedrada que a vivência insiste em mandar. É incrível a nossa capacidade de cair e levantar, de reformular por dentro, sangrar e estancar, ressurgir. Somos feitos de partículas de persistência, átomos de dedicação, moléculas de crença, células de esperança. Quanto mais nos entregamos e mergulhamos em nossos motivos, mais reforçamos o nosso propósito de viver. Acontece que, vez ou outra, vem uma paulada pelas costas, um tombo violento e esparramado, uma bala perdida que nos encontra na escuridão. Então morremos. Para, depois, nascermos de novo.

A vida é cheia de ciclos… E para começar um é preciso encerrar o outro. Por isso morremos tantas vezes durante tantos anos. A prova viva da morte está no fim cruciante de um relacionamento amoroso, no vazio assustador do abandono físico, na escassez de alguém ali, que nos ame, ou que ao menos nos suporte. Está na falta de emprego e perspectiva, na despensa vazia, na ordem de despejo, na saúde fragilizada e apavorada, na despedida de uma alma querida. Quando perdemos tudo, o que nos resta é recomeçar do nada. Precisamos morrer para renascer, assim como o mito da Fênix, que antes da sua morte entrava em combustão para depois renascer das próprias cinzas. Somos assim. Aves tão fortes que conseguimos carregar elefantes. Nossas lágrimas não só expelem alívio, como também têm o poder de cura.

A verdade é que os golpes da vida nunca são gentis, muito menos educados ao ponto de anunciar a chegada. Ao lançar-nos no chão parece que um buraco se abre e nos engole, mastiga, degusta e então, cospe. Do que sobra de nós é preciso dar forma e pôr de pé. Morre um para nascer outro, indiscutivelmente mais resistente. Desse jeito, toda vez que recebemos uma pancada desnorteante nos despedimos de um pouco de nós, um fio de esperança se perde, um bocado de confiança vaza, um tanto de boa fé escorre. É possível que nos recuperemos adiante, embora algumas vezes isso não aconteça. Morremos.

Como a Fênix, cessamos em nossa autocremação de dores, de ódio, indignação e sensação de incapacidade, um mistura de venenos que nos corrói e nos traz de volta à terra. É com base na junção de algumas mortes passadas e futuras vidas que eu digo: Deve-se cortar para florescer, é preciso morrer para voltar a viver.

Então, do pó ressurgimos, amedrontados, cambaleando, abrindo os olhos e as asas, sacudindo a poeira. Enchemos o pulmão de ar para arriscar um primeiro voo, ainda contido e baixo, mas consumidos de uma força maior acreditada em nossas capacidades e virtudes. Aos poucos, nos enchemos de esperança e de coragem para alçar novas manobras e riscar outros horizontes.

Não adianta. A nossa força oriunda das quedas. É por isso que as feridas são imprescindíveis para o crescimento, por mais que nos regalem certa rigidez ao casco. É a capacidade de recomeçar dentro de nós mesmos que nos permite viver outra vez. Somente dessa forma recuperamos a nossa vida.

Quando a alegria decorrer em tristeza, quando a leveza se transformar em pesar, é o momento de desprender-se outra vez. E outra, e outra, e outra. Quantas forem necessárias. Em busca da felicidade vamos, endurecendo-nos, mas sem perder a ternura. Jamais.


Postado no Bula


Trança 2015 !








trança lateral moda sem limites














Protesto de coxinhas na Paulista virou piada internacional




Protestos contra a "corrupção" usando camisetas da CBF !








O " clamor " alimentado pela imprensa




Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:

Muito frequentemente, leitores de jornais questionam este observador sobre as razões pelas quais a mídia tradicional do Brasil perdeu diversidade e adotou nos últimos anos um viés tão radicalmente conservador e tão homogêneo que chega a se caracterizar como um verdadeiro partido político.

A resposta nunca é simples, mas a própria imprensa oferece exemplos que ajudam a entender como se deu esse processo de perda de qualidade e degeneração da atividade jornalística.

Por exemplo, sabe-se que a imprensa, como sistema, tem um alinhamento automático com o campo ideológico que se denomina “liberal”, no que se refere às questões da economia, o que corresponde a escolhas que devem ser qualificadas como reacionárias no campo social. 

Reacionárias porque reagem vigorosamente a qualquer intervenção direta do Estado no sentido de corrigir as perversidades do sistema capitalista para produzir um mínimo de equanimidade nas oportunidades de promoção social dos indivíduos.

Assim, esse conjunto de empresas que catalisa pensadores e ativistas como instrumentos de influência e poder vive essa contradição que, de certa forma, reproduz as discrepâncias do próprio sistema capitalista. 

Por exemplo, a imprensa precisa se apresentar como uma espécie de farol da modernidade, porque isso justifica sua existência, mas se comporta mais frequentemente como uma lanterna na popa, mais apta a iluminar o passado, reescrevendo a História, do que ajudando a entender o que vem pela frente.

Numa sociedade complexa como a brasileira, onde a dinâmica das relações sociais e de negócios não encontra no campo político uma representação correlata, as escolhas da imprensa acabam por distorcer o equilíbrio entre as opções ideológicas, dando maior peso às alternativas conservadoras.

Isso fica muito claro quando notamos que a mídia tradicional despreza certos protagonistas da cena política, por considerá-los menos qualificados, mas se vale deles como a “mão do gato” para alcançar determinados propósitos.

Na terça-feira (2/6), por exemplo, registre-se como, novamente, os jornais dão grande destaque, sem o devido senso crítico, a iniciativas dos líderes do Congresso Nacional, que estão empenhados em fazer aprovar uma série de propostas que produzem retrocessos em conquistas sociais importantes da democracia brasileira.

Negação do contraditório

Estimulados pela constante exibição nas primeiras páginas dos jornais e pelo tempo que lhes é destinado nos noticiários do rádio e da televisão, o senador Renan Calheiros e o deputado Eduardo Cunha mantêm um aceso conflito com o poder Executivo, dando curso a mudanças em questões há muito acomodadas no quadro legal.

A proposta da redução da maioridade penal entra em pauta nesse contexto de confrontação, e em seguida é colocado na agenda um projeto que altera o equilíbrio dos poderes, transferindo para o Parlamento funções de gestão das empresas estatais.

Nessa linha de iniciativas, aguarda na fila um projeto de lei que pretende transformar em letra morta o sistema de controle da circulação de armas de fogo, restrição que é apontada por especialistas como uma das principais causas da redução de mortes violentas no país nas duas últimas décadas.

Propostas como essas avançam e conquistam a opinião de cidadãos pouco educados politicamente, justamente porque a imprensa não faz o trabalho de elucidar problemas complexos que preocupam a sociedade.

A desinformação, produzida pela prática das aleivosias e da meia-verdade na rotina da mídia, resulta em opiniões radicais sobre questões sociais, como a defesa do encarceramento de adolescentes e o apoio crescente à pena de morte. Por trás de tudo, como justificativa para esses retrocessos, acena-se com o que se denomina de “clamor popular”.

O tal “clamor” nasce quase sempre do mau jornalismo, como no caso de um jovem acusado do assassinato do médico Jaime Gold, no Rio de Janeiro, e que se demonstrou ser inocente.

Em editorial no qual apoia veladamente a proposta de mudança na regra da maioridade penal, o Globo se refere a uma suposta “rigidez paternalista” do Estatuto da Criança e do Adolescente e afirma que há “um compreensível clamor por mudanças, ideologias à parte”. Com esses argumentos, defende a consulta popular porque o assunto seria “de fácil compreensão geral”.

Primeiro, a expressão “ideologias à parte” é uma negação do contraditório, fundamento da sociedade moderna.

Segundo, o que o jornal qualifica de “clamor por mudanças” é apenas o resultado da ação cotidiana da própria imprensa em sua pregação reacionária.

Terceiro, a “fácil compreensão” é o efeito do noticiário que criminaliza crianças e adolescentes negros e pardos, aos quais é negada qualquer oportunidade de inclusão social.


A corrupção no futebol : Esquemas de propinas entre a FIFA, a CBF e a TV Globo




Vídeo com Azenha : Como o FBI chega à Globo

O jornalista Paulo Henrique Amorim conversa com o jornalista Luis Carlos Azenha sobre a corrupção no futebol que envolve a FIFA, a CBF e a TV Globo





Postado no Conversa Afiada em 02/06/2015


Marcha pela “ paz ”, alma de Herodes


herodes

Fernando Brito

A imagem do vídeo publicada pelo portal Terra com a faixa carregada por um menino e duas meninas, ontem, no bairro de classe média-alta do Jardim Marajoara, em São Paulo é o retrato dos tempos que estamos vivendo.

Já nem é uma discussão, que deveria ser anacrônica no mundo moderno – excetuados, claro, os fanáticos do Exército Islâmico – sobre a legitimidade ou a eficácia da pena de morte (que, em tese, deveria ter feito dos EUA um dos países menos violentos no mundo), mas a sua aplicação, como sugere a faixa, até mesmo a crianças de qualquer idade.

Algo assim semelhante a Herodes.

São três guris que levam a faixa – como na idade deles eu levei pedindo democracia e respeito à dignidade humana – da morte sem idade para ter visto a vida, sequer e dar-lhe o valor que, velhos, nos faz querer conservá-la até o último suspiro.

Era uma marcha pela “paz”.

Paz, como a “pax romana” dos tempos daquele Herodes, feita com armas e autoritarismo.

E com a arma suprema destes tempos, avassaladora: a mídia.

Pena de morte, sem limite de idade, a crianças, até.

A esta turma, um pobre ateu feito eu, recomendo a leitura de Mateus 5:20-22:

Pois eu lhes digo que se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos céus.
Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: ‘Não matarás’, e ‘quem matar estará sujeito a julgamento’.
Mas eu lhes digo que qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento.
Também, qualquer que disser a seu irmão: ‘Racá’ (significa desprezível) , será levado ao tribunal. E qualquer que disser: ‘Louco!’, corre o risco de ir para o fogo do inferno.


Postado no Tijolaço em 01/06/2015


Em que você concentra suas energias?




Sthephanie Gomes


Tudo é energia. Ações são energia, pensamentos são energia, palavras são energia, sentimentos são energia, há energia ao nosso redor e também em todas as coisas.

Mas o tipo de energia sobre o qual quero falar neste post é aquela que emana de você. Suas atitudes, pensamentos, desejos, percepções, sentimentos… em que você concentra tudo isso?

Seus sentimentos mais frequentes indicam que você está mais focado no positivo ou no negativo? Você investe mais energia em coisas que gosta ou em coisas que não gosta? Diante de uma decisão, você concentra seus pensamentos no que pode dar certo ou no que pode acontecer de errado? Dá mais atenção às críticas ou aos elogios? Em seus esforços diários, seus pensamentos estão focados mais em fugir de algo do seu presente ou na construção de algo importante para o futuro?

Segundo a Lei da Atração, não são simplesmente os nossos pensamentos que transformam a realidade, e sim a energia que emitimos ao universo quando um pensamento positivo nos coloca em sintonia com a energia daquilo que desejamos. Portanto, não se trata só de pensar. Se suas atitudes, ações, movimentos e sentimentos também voltarem-se para o positivo e estiverem de acordo com aquilo que você quer, você receberá.

É por isso que, quando você deseja mudar algo, sua atenção deve estar na construção do novo, e não no quanto você quer se livrar do velho. Também é por isso que a gratidão é tão poderosa: antes de começar a desejar mais, ela faz você parar de pensar no que não tem e focar naquilo que tem.

Quer algumas dicas para mudar o foco da sua energia?

Apegue-se a tudo aquilo que você conseguir pensar, reconhecer e enxergar de positivo na sua vida.

Comemore com mais intensidade as coisas boas que te acontecerem
Acredite nos elogios que recebe.

Diminua a concentração de energia que você dedica ao que não te 
oferece nada de bom.

Gaste mais tempo admirando suas qualidades do que lamentando seus defeitos.

Quando perceber que está pensando em coisas que podem dar errado, pare imediatamente e comece a pensar no que acontecerá se tudo der certo.


Autoestima é um assunto que tem tudo a ver com a energia do seu pensamento. Você tem algo que não gosta em você? Meus parabéns, você é tão normal quanto todas as outras pessoas do mundo. Mas tenho certeza de que também tem algo que você gosta. Admita (admitir já é um bom começo para mudar a sua energia de direção).


Que tal dar mais atenção a isso? Por que não valorizar mais o que você gosta em você ao invés de ficar pensando no que não gosta? Já imaginou como você se sentiria muito melhor se fosse tão obcecado pelas suas qualidades como é pelos seus defeitos?

Vou dar um exemplo pessoal: eu detesto meu nariz, mas amo meu cabelo. Se eu fosse calcular quanto tempo já perdi pensando que meu nariz me deixa horrível, com certeza o resultado seriam alguns dias de vida desperdiçados. 

Só que um dia eu decidi que queria investir mais da minha energia nas coisas boas que eu tenho e sou e comecei a perceber que eu me sentia super bem quando meu cabelo estava bonito. 

Resolvi fazer uma mudança muito simples: usar o tempo que eu passava olhando e odiando meu nariz para cuidar do meu cabelo e deixá-lo mais bonito. A mudança de foco é simples, mas a diferença que ela causou foi gigantesca.

Tente fazer isso em relação a tudo o que você perceber que está depositando sua energia de forma errada. Não posso dizer exatamente o que você deve fazer, mas talvez seja muito mais simples do que você imagina.

E uma dica extra: aproveite que está focando em coisas positivas sobre você e faça isso também em relação aos outros. Repare no que as pessoas têm de bom. Faça isso também em relação a lugares, situações, oportunidades e até com os problemas.

Aos poucos você começa a ver o mundo e a vida de forma mais iluminada, e, ao mesmo tempo, sua vida começa a mudar. Tudo isso apenas porque decidiu concentrar sua energia na coisa certa.


Postado em Desassossegada