O que foi escrito na estátua de Ceschiatti, com batom – “perdeu, mané” –, pode ser reverberado por nós, no dia de hoje, escreve Denise Assis.
Hoje foi um dia em que o noticiário impresso – sim, ele ainda existe – nasceu velho. Não deu conta de acompanhar os fatos que se atropelavam e desfilavam na nossa frente, abrindo antigos escaninhos, onde emoções represadas afloravam a cada citação das faltas dos acusados, a cada prova, a cada movimentação em direção a um golpe que nos jogaria com a força de uma catapulta a um passado que conhecemos e não queremos de jeito nenhum revisitar.
Me vi de novo, pelos corredores da universidade, abraçando o meu conjunto de livros, entrelaçados com o Decreto 477 (publicado em 26 de fevereiro de 1969, uma ferramenta a mais do recém-instituído Ato Institucional nº 5, para dar conta de solapar sonhos os destes de nós, os jovens estudantes e os nossos professores. O principal legado do ministro Jarbas Passarinho). Uma fala mais alta e bastava para o banimento, o fim do sonho, a distância do almejado diploma.
Coube ao ministro relator, Alexandre de Moraes, esquadrinhar o que cabia a cada um dos oito integrantes do “núcleo crucial” de forma tão eficiente e irretocável, que mobilizou até mesmo o tecnicista Luiz Fux. Em seu voto, que pretendia asséptico, tal como eu, Fux voltou às salas da universidade, para ouvir os ecos da voz do brilhante jurista Heleno Fragoso, a dar boa noite aos bisbilhoteiros “arapongas”, mais assíduos às suas aulas do que os próprios alunos.
Cabia a mim, por minha vez, dar bom dia ao colega ao lado, descabelado, roupas extravagantes, barulhento, que entrava na sala de forma espalhafatosa, e que anos mais tarde encontrei em Brasília, metido num terno com o broche da Polícia Federal, revelando, enfim, o que fazia nas manhãs dos anos de 1970, no curso de Comunicação. Nos espionava.
À ministra Cármen Lúcia, coube explicitar por que reivindicamos a presença feminina na corte.
Não apenas porque, sim, nós mulheres devemos estar em todos os lugares, mas também para evidenciar o quanto soma a emoção genuína, nessas horas, em que a história está sendo passada a limpo. O período de arbítrio (esperemos), está sendo enfim interrompido, num recado explícito aos nossos ameaçadores de plantão. E foi ela, em seu voto, que veio amarrando os fatos, nivelando os personagens, as perseguições, as quedas, até desembarcar dos ônibus financiados pelo Agro, nos gramados de Brasília, no 8 de janeiro. Sem pieguice, com a determinação de quem assistiu aos fatos que narrava, Cármen Lúcia os enfileirou para finalizar seu voto contundente, competente e que demarcou: é o fim da linha. Acabou para vocês.
Aos que colocaram em dúvida a tal da dosimetria, aos que mediram palmo a palmo, que tamanho devem ou não fixar as penas – pois condenados eles já estão, pelo menos tecnicamente –, coube ao ministro Flávio Dino, com a sua capacidade de aprofundar e trazer à tona conhecimento com pitadas de ironia e brilhantismo, deixar claro que não é isso que se está discutindo agora, embora haja de sobra, artigos e penas a serem somadas. O que se discutiu ali foi o fim da impunidade. O fim do medo de enfrentar a história.
A Cristiano Zanin, que presidiu e arrematou, coube pouco espaço para emoção, técnica ou história. Coube, porém, o fecho de um capítulo que, esperamos, termina aqui, de idas e vindas entre o Planalto, o Judiciário e os comandos militares, para tomar a febre dos “militares”, a cada crise política, sempre eles, a turvar os nossos destinos.
O que foi escrito na estátua de Ceschiatti, com batom – “perdeu, mané” –, pode ser reverberado por nós, no dia de hoje, quando tivemos a decretação do fim de uma era em que virávamos a página sem ler o seu conteúdo.
Hoje, no Supremo Tribunal Federal (STF), houve uma sessão de leitura conjunta do que são capazes esses senhores.
Tivessem tido êxito e teríamos um presidente eleito morto, o seu vice também, e um ministro do Supremo enforcado na Praça dos Três Poderes, como chegaram a mencionar em suas trocas de mensagens. Os que protestassem, seriam mandados para um campo de extermínio, à imagem e semelhança dos nazistas, tendo como capataz o general Augusto Heleno.
Não, não é ficção. Estava descrito no projeto autoritário de Bolsonaro. Como bem disse Cármen Lúcia, eles caminham de mãos dadas com a morte. Só ela é capaz de deter os inconformados, como muitos que partiram num rabo de foguete, nos idos da luta por liberdade. Ou talvez nem ela.
Estão aí Hildegard Angel e Ivo Herzog, que não nos deixam mentir. Com suas presenças, levaram para aquela sala da primeira turma do STF, a nossa resistência. Stuart Angel, vive! Vladimír Herzog, vive! Assim como vivos estão os nossos sonhos de uma democracia que não mais caia nas mãos dos que caminham pelo poder guiados apenas pela vontade de se perpetuar nele. Grande dia!
Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".
Abaixo 2 vídeos com imagens históricas da Ditadura Militar que vigorou no Brasil de 1964 a 1985 e 2 músicas símbolos da Resistência. Ditadura Militar que, por muito pouco, não conseguiram trazer de volta ao país.
Antidepressivos naturais podem ser usados de forma complementar ao tratamento convencional da depressão. Já é sabido que ouvir música e praticar exercícios físicos também exercem um fator primordial no combate à depressão. Então venha conhecer informações interessantes, mas que jamais substituem a orientação médica especializada ok?
De acordo com a definição do Ministério da Saúde, a depressão é uma doença grave que acomete em torno de 15,5% dos brasileiros. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é principal causa de incapacitação no mundo.
Ela costuma aparecer a partir dos 30 anos de idade, mas pode surgir em qualquer idade, com maior taxa de prevalência em mulheres.
Os sintomas de depressão costumam ser tristeza profunda, sentimento de perda ou raiva que interferem nas atividades diárias de uma pessoa e alterações do sono.
Se você desconfia que tem depressão, procure orientação psicológica ou médica, e confira uma lista de antidepressivos naturais a seguir, mas não substitua tratamentos convencionais está certo?
1. Erva-de-são-joão
Antes de ingerir erva-de-são-joão, saiba que ela pode interagir com medicamentos e torná-los menos eficazes.
Erva-de-São João
Alguns estudos mostram que a erva-de-são-joão pode tratar a depressão. Algumas pesquisas sugerem que essa planta pode alterar a forma como o cérebro processa a serotonina, a dopamina e a norepinefrina de maneira semelhante a alguns antidepressivos.
Em alguns estudos, a erva-de-são-joão funcionou melhor do que um placebo e pode funcionar tão bem quanto os antidepressivos convencionais.
2. Lavanda
De acordo com uma revisão, sentir o aroma de lavanda antes de dormir ajuda as pessoas a dormirem melhor.
Jardim de Lavanda
Um outro ensaio clínico mostrou que um grupo de pessoas que usaram um adesivo com aroma de lavanda apresentou melhoria no sono. Dormir bem pode ajudar a amenizar os sintomas da depressão.
3. Fazer Compostagem
Compostagem é o processo biológico de valorização da matéria orgânica, seja ela de origem urbana, doméstica, industrial, agrícola ou florestal, e pode ser considerada como um tipo de reciclagem do lixo orgânico.
Prática da compostagem
Trata-se de um processo natural em que os micro-organismos, como fungos e bactérias, são responsáveis pela degradação de matéria orgânica, transformando-a em húmus, um material muito rico em nutrientes e fértil.
A prática ainda faz bem para a saúde. De acordo com um estudo, o contato com uma bactéria presente no húmus funciona como um antidepressivo, diminui alergias, dor e náusea.
4. Serotonina
A serotonina atua no corpo inteiro, de modo a influenciar desde as emoções às habilidades motoras. Ela é considerada um estabilizador natural do humor, ajuda a regular o sono, a fome e a digestão, sendo importante para manter a saúde óssea, estimular a náusea, curar feridas, estimular os movimentos intestinais e reduzir a depressão e a ansiedade.
Exposição solar e exercício físico com a bike são fontes de serotonina
De acordo com estudo publicado pelo Journal of Psychiatry and Neuroscience, existem alguns estimulantes naturais de serotonina, que podem ser:
Exposição à luz do sol ou a terapia da luz: são remédios geralmente recomendados para o tratamento da depressão sazonal;
Exercício físico
Exposição solar e exercício físico com a bike são fontes de serotonina
Dieta saudável (tofu, muitas folhas, frutas e vegetais frescos);
Meditação
5. Vida social, mas com poucos amigos
Amizades e atividades sociais moderadas beneficiam a saúde mental – mas, em excesso, podem ter o efeito oposto. Construir laços afetivos e manter boas amizades são, geralmente, sinônimos de alegria e bem-estar. Do mesmo modo, o envolvimento em projetos sociais, como voluntariado, e uma postura socialmente ativa têm sido associados a benefícios para a saúde mental. No entanto, um estudo alerta: esses benefícios podem depender da quantidade de amigos e atividades que você mantém.
Envolvimento em projetos sociais de cuidar dos cães abandonados
A partir da análise dos dados coletados, a equipe descobriu que as atividades sociais beneficiaram sobretudo os indivíduos mais isolados, com três ou menos relacionamentos próximos. Por outro lado, as pessoas com maior número de amigos não pareceram obter os mesmos benefícios à saúde mental do primeiro grupo – em alguns casos, houve até prejuízos.
6. Jardinagem
A jardinagem é uma prática simples e que pode trazer diversos benefícios. Além do resultado palpável, que pode ser um belo jardim, uma flor que desabrocha na sua plantinha ou um alimento orgânico de sua própria produção, a jardinagem também pode ajudar a combater ansiedade e depressão, melhorar a atenção e até os seus níveis de vitamina D, caso você tenha um espaço ensolarado para plantar.
Plantar para colher
Uma revisão de estudos analisou 22 pesquisas sobre os efeitos da jardinagem e concluiu que a prática ajuda a promover redução da depressão, da ansiedade e até do índice de massa corporal, além de trazer um aumento da satisfação com a vida, da qualidade de vida e do senso de comunidade.
7. Alimentação saudável
Um relatório que revisou uma série de estudos concluiu que 12 substâncias presentes nos alimentos estão relacionadas à prevenção e ao tratamento da depressão. Essas substâncias são os ácidos graxos ômega-3 de cadeia longa, folato, ferro, magnésio, potássio, selênio, tiamina, vitamina A, vitamina B6, vitamina B12, vitamina C e zinco.
Segundo estudo, consumir os alimentos da dieta mediterrânea, quantidades adequadas de ácidos graxos ômega-3 e evitar alimentos processados, como aqueles ricos em carboidratos refinados ou açúcar, ajuda a prevenir e tratar a depressão.
Um estudo mostrou que alimentos com maior potencial de combate à depressão e ansiedade são:
Agrião
Mostarda
Nabo
Beterraba
Alface (de todos tipos)
Manjericão
Coentro
Salsa
Pimenta-jalapeño
Abóbora
Couve-flor
Dente-de-leão
Brócolis
Repolho roxo
Acerola
Limão
Tudo de bom para combater a depressão
Mas, atenção, a vitamina B12 (uma das substâncias que ajudam a combater a depressão) só pode ser obtida por meio do consumo de animais. Se você é vegetariano ou vegano, é necessário fazer a suplementação.
Ainda assim, se você consome carne de origem animal, fique atento ao fato de que cerca de 40% dos não vegetarianos têm carência de vitamina B12.
Na população que não come carne, esse número sobe para 50%. E a necessidade de suplementar aumenta passando dos 50 anos de idade (para quem come ou não carne). Consulte um nutricionista ou nutrólogo para saber qual é a suplementação indicada para o seu caso.
8. Dopamina
A dopamina é um neurotransmissor importante no cérebro em muitas funções, incluindo recompensa, motivação, memória, atenção e até regulação dos movimentos corporais.
Quando a dopamina é liberada em grandes quantidades, cria sentimentos de prazer e recompensa, o que motiva a repetição de um comportamento específico. Quando os níveis estão baixos, por outro lado, há uma redução da motivação e do entusiasmo por coisas que excitariam a maioria das pessoas.
Os níveis de dopamina são normalmente bem regulados no sistema nervoso, mas existem algumas coisas que você pode fazer para aumentá-los naturalmente, entre elas:
Ouvir música é fonte de dopamina
Evite a gordura saturada.
Consuma probióticos.
Pratique yoga.
Durma o suficiente.
Ouça música.
Medite.
Exponha-se ao sol.
Inale óleo essencial de bergamota.
Tome suplementos de ferro, niacina, folato, vitamina B6, magnésio, vitamina D, curcumina, extrato de orégano e chá verde.
9. Café
O saboroso café
As descobertas de uma meta-análise de 2017 sugeriram benefícios do consumo de café. A pesquisa descobriu que as pessoas que bebem café podem ter menos probabilidade de sofrer de depressão e problemas cognitivos, como o mal de Alzheimer.Que beleza, eu sou consumidora voraz de café!
10. Banho frio
Os benefícios do banho frio têm popularizado esta prática no mundo. Mesmo que os tremores afugentem muitos (principalmente no inverno), os corajosos usufruem dos benefícios do aumento da circulação sanguínea, da redução de dores musculares, da pele mais saudável e do efeito de despertar.
Curiosamente, o banho frio parece proporcionar aos adeptos uma sensação de felicidade — a pesquisa que sugere esse efeito aponta impulsos elétricos como responsáveis — eles viajam das terminações nervosas ao cérebro.
Tomar banho frio tem mais benefícios que possa imaginar
Tomar um banho frio, segundo Stella Legnaioli, por até cinco minutos, de duas a três vezes por semana, ajudou a aliviar os sintomas de depressão em certos pacientes, em um ensaio clínico.
Para pessoas com depressão, as duchas frias podem funcionar como uma espécie de terapia de eletrochoque suave. A água fria envia muitos impulsos elétricos para o cérebro. Eles agitam seu sistema para aumentar o estado de alerta, a clareza e os níveis de energia. As endorfinas, chamadas de hormônios de felicidade, também são lançadas. Esse efeito leva a sentimentos de bem-estar e otimismo.
E por falar em otimismo vamos ouvir uma canção que nos fará muito bem: Você nasceu para viver!