Queixar-se por quê ? O que ganhamos com isso ?





Adriana Garibaldi

Quando vemos a grande inutilidade e perda de tempo em nos queixar de tudo e todos percebemos que as palavras, emoções e pensamentos que não representem algo útil a nossas vidas são impulsos que somente nos desgastam sem acrescentar benefício algum a relação que mantemos com a existência. 

As queixas, quando não contemplem reivindicações justas e pertinentes, que o próprio ato em expressá-las nos conduza a movimentar recursos próprios na procura de soluções e mudanças, na maioria das vezes, mantém-nos presos a um palavrório inútil que somente nos paralisa.

Queixamo-nos do clima, do calor excessivo, do frio, sem conseguirmos fazer com que os ciclos das estações e suas consequências climáticas sejam alterados em absoluto.

Queixamo-nos da nossa condição de casados ou de solteiros e pulamos de uma para outra condição com a rapidez de um piscar de olhos para descobrir que queixar-se por queixar-se, continuamos na mesma, numa permanente energia de inconformação. 

Queixamo-nos da falta de atenção ou da falta de correspondência afetiva por parte dos outros, sem que a queixa nos faça nem mais amados, nem mais apreciados, nem mais desejados a ponto de mudar os sentimentos das pessoas por nós.

Queixamo-nos do trabalho que no início representava fonte de satisfação e autorrealização e que, de uma hora para a outra, transformou-se em rotina entediante e enfadonha, fazendo com que tudo fique ainda pior em consequência da energia que projetamos em torno daquele labor. 

Queixamo-nos dos governantes, da política, dos políticos, da corrupção e na hora de sermos nas nossas vidas exemplos de dignidade, ética e honestidade fugimos pela tangente alegando que, ao final de contas, o mundo pertence aos espertos, àqueles que tiram vantagem em tudo, que sermos fieis aos princípios de nobreza é coisa do passado, consolidando em torno de nós, conceitos, crenças e valores que ficam plasmados no ambiente social ao qual pertencemos propiciando a permanência no poder de governantes e políticos que os representam como espelhos daquilo que nós mesmos concebemos e acreditamos.

Queixamo-nos da deteriorização do corpo que chega sem pedir licença, convidando-nos a refletir sobre a impermanência de tudo que concerne à vida material enquanto nos esquecemos do necessário cultivo da frugalidade no prato e na mente pagando um alto preço por isso, intoxicando nossas células com alimentos repletos de toxinas, sem falar dos pensamentos e emoções igualmente toxicas que nos envenenam cada vez que nos utilizamos do recurso da queixa e da reprovação como forma de desabafo. 

Com a chegada da velhice, queixamo-nos do pouco tempo que nos resta, sentindo-nos impotentes par não poder realizar aquilo que não fomos capazes de realizar antes, quando jovens, e, na juventude, não somos capazes de valorizar a dádiva primaveril que essa fase da vida nos oferece com atitudes inconsequentes ou relacionamentos inapropriados que só acrescentam uma carga de insatisfação a nos acompanhar pela vida afora.

Se a queixa tivesse o poder de nos trazer as coisas que desejamos, o mundo seria um paraíso, cheio de pessoas altamente satisfeitas, considerando a enorme quantidade de criaturas que se queixam o tempo todo sem nada fazer para mudar as coisas.

Reformulemos nossas valores, com consciência, objetividade e coragem. Afinal, nosso copo está meio cheio ou meio vazio? Ajustemos nosso ângulo de visão para as coisas que já enriquecem nossa existência.
"Queixar-se por quê? Disse o espírito Emmanuel no Livro "Vinha de Luz", de Francisco Cândido Xavier - Sob o título "Queixas" Capítulo 118.
"Não será a esfera de luta o campo de aprendizado? Acaso, não é a sombra que pede a luz, a dor que reclama o alívio? Não é o mal que requisita o concurso do bem?"
Transformemo-nos, transformando a realidade que nos circunda, enquanto é tempo, enquanto a vida nos permita, com espírito de cooperação e amor próprio, sem queixas inúteis e improdutivas. 



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