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Você nunca conseguirá descer ao nível de certas pessoas, e isso é ótimo




Não conseguiremos nunca descer ao nível de certas pessoas, e isso é ótimo. Isso quer dizer que estamos do outro lado, longe da ignorância que fere.


Marcel Camargo

Não é novidade alguma o fato de que as redes sociais se tornaram um ringue em que pessoas com ideias opostas se digladiam. Qualquer assunto, por mais banal que seja, gera polêmicas, problematizações, em meio a ofensas e ignorâncias. O problema é que muitas pessoas tomam como pessoal o contraditório de suas ideias, além de a muitos ser impossível mudar o ponto de vista ou assumir o erro.

Quando se trata de política, principalmente, os embates se tornam ainda mais inflamados, parece que os eleitores de X e de Y são obrigados a aceitar tudo o que seus escolhidos fazem. Muitas pessoas se negam a ver qualquer atitude mal feita dos políticos em que votaram, como se não fosse possível o seu voto ter sido direcionado a alguém que erra. Todos erram, menos quem a pessoa elegeu.

O mesmo se dá em diversos tipos de situações em que as pessoas se veem contrariadas em seus posicionamentos. Basta alguém discordar, que elas ficam agressivas, irritadiças, usam palavras de baixo calão, de sarcasmo sem fundamento, colocando juízos de valor acima de estatísticas e de dados comprovados. É preciso estômago para tentar argumentar e defender um posicionamento hoje em dia, porque nos deparamos com níveis tão baixos de palavras, que ficamos assustados.

Não tem outro jeito, o melhor a se fazer, quando tentam nos contradizer de forma violenta e estúpida, é ignorar. Não podemos entrar na vibe desse tipo de gente, não merecemos nos desequilibrar por conta de pessoas desprovidas de empatia, de pessoas incapazes de ouvir alguém além de si mesmas. Não conseguiremos nunca descer ao nível delas, e isso é ótimo. Isso quer dizer que estamos do outro lado, longe da ignorância que fere.

Sabedoria popular: não dê pérolas aos porcos. Levo até hoje, quando alguém me ofende por discordar de mim. Eu ignoro, não é fácil, mas ignoro. Não vou tentar dar um pouco do meu melhor para quem vai jogar aquilo no lixo. Guardo o que tenho para quem possui ternura e não quer me magoar. Faça assim: apenas siga, com plenitude, um sorriso no rosto e a certeza de que seu caminho é limpo.










Você nunca conseguirá descer ao nível de certas pessoas, e isso é ótimo




Não conseguiremos nunca descer ao nível de certas pessoas, e isso é ótimo. Isso quer dizer que estamos do outro lado, longe da ignorância que fere.


Marcel Camargo

Não é novidade alguma o fato de que as redes sociais se tornaram um ringue em que pessoas com ideias opostas se digladiam. Qualquer assunto, por mais banal que seja, gera polêmicas, problematizações, em meio a ofensas e ignorâncias. O problema é que muitas pessoas tomam como pessoal o contraditório de suas ideias, além de a muitos ser impossível mudar o ponto de vista ou assumir o erro.

Quando se trata de política, principalmente, os embates se tornam ainda mais inflamados, parece que os eleitores de X e de Y são obrigados a aceitar tudo o que seus escolhidos fazem. Muitas pessoas se negam a ver qualquer atitude mal feita dos políticos em que votaram, como se não fosse possível o seu voto ter sido direcionado a alguém que erra. Todos erram, menos quem a pessoa elegeu.

O que o suicídio de uma apresentadora britânica linchada nas redes diz sobre o Brasil de Bolsonaro





Mauro Donato

No sábado passado, o linchamento virtual da internet fez uma jornalista cometer suicídio.

Caroline Flack, apresentadora de programas de reality famosos como Love Island (Ilha do Amor), tinha 40 anos e não suportou o tribunal de carrascos das redes sociais. 

Em dezembro do ano passado, Caroline Flack foi acusada de ter agredido o namorado, o tenista Lewis Burton. Devido à repercussão, foi afastada do programa. 

Mesmo com o namorado recusando-se a prestar queixa e declarando apoio a Caroline, o estrago perante a opinião pública já estava feito. 

A Justiça britânica, pressionada pelo populacho, deu andamento e chegou a decretar que a apresentadora mantivesse distância de Lewis Burton. Eles passaram o Dia dos Namorados separados por decisão judicial.

Ontem, Burton fez uma postagem terrivelmente triste no Instagram: “Meu coração está partido, tivemos algo tão especial (…) Sinto tanta dor, sinto muito sua falta.”



No Reino Unido há um agravante clássico: os tabloides. Jornais sensacionalistas fazem grande sucesso na ilha e amplificaram a gritaria da internet. Passaram os últimos dois meses massacrando Caroline Flack. Ela sucumbiu. 

O episódio de Love Island de ontem não transmitido, mas segundo a ITV o programa continuaria normalmente nesta segunda-feira.

O caso reacendeu, com intensidade de pira olímpica, a pauta da regulamentação das mídias sociais.

“Eu me preocupo com permitirmos que as empresas de mídia social se regulem. Em nenhuma outra área da vida permitiríamos que empresas privadas se policiassem. Devemos garantir que o estado tenha um sistema de regulamentação”, declarou Lisa Nandy ao jornal The Guardian. 

“A imprensa também tem que assumir responsabilidades. Não apenas pelo ódio e abuso, mas pela difamação constante dos deputados trabalhistas e líderes trabalhistas. Temos que fazer algo para diversificar nossa imprensa, para ter uma mídia melhor. Não eram apenas as mídias sociais, eram as mídias amplificando o que as mídias sociais estavam fazendo”, afirmou Keir Starmer, candidato à liderança trabalhista.

Ele tem divulgado que irá “diversificar” a imprensa caso substitua Jeremy Corbyn, atual líder do Partido Trabalhista.

O caso merece destaque no Brasil pela similaridade aos ataques sofridos por jornalistas, entre eles Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo.

Desde que expôs o esquema de disparos turbinados em grupos de whatsapp (e financiados por empresas) que colaboraram para a eleição de Bolsonaro, a jornalista tem sofrido ataques odiosos.

Após a última sessão da CPI das fake News, mais de um vídeo sugerindo que Patrícia é prostituta passaram a circular entre grupos de direita.

A ampliação das bobagens de MBL e grupelhos afins que nasceram nas redes sociais circulando memes e mentiras tornou-se um monstro que agora está fora de controle.

Patrícia Campos Mello hoje pode estar achando graça de videozinhos esdrúxulos comparando-a a prostitutas. Mas com o tempo, e inevitável intensificação dos ataques e ofensas, isso pode ganhar uma dimensão insuportável.

A apresentadora inglesa Caroline Flack já tinha sido vítima de tabloides e parecia ter tirado de letra. Em 2009 ela namorava com o príncipe Harry. Quando o relacionamento vazou para a imprensa, o tratamento foi grotesco, como sempre é nesses jornais.

“Eu não era mais Caroline Flack, apresentadora de TV, mas Caroline Flack, a ‘ficante’ do príncipe Harry”, disse ela na época. Decidiram terminar o namoro de maneira descomplicada.

Mas o subconsciente pode ser um acumulador implacável. A soma de casos isolados, ainda que aparentemente inofensivos, pode resultar em tragédias.



Quando agredimos o outro, movimentamos forças poderosíssimas de destruição



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Thiana Furtado


Muito já foi dito que agredir as pessoas não é algo interessante. Sabemos que isso fará com que você movimente uma força destrutiva poderosíssima. Estou me referindo ao ego alheio. E, como consequência, o seu também – a menos que você seja uma pessoa iluminada.
“ CAIREMOS, PARA DEPOIS NOS LEVANTARMOS, QUANTAS VEZES TORNAREM-SE NECESSÁRIAS PARA O NOSSO CRESCIMENTO INDIVIDUAL E COLETIVO, COMO CONSEQUÊNCIA.”
Mas isso é raridade, uma vez que, todos nós estamos aqui para aprender. Cairemos, para depois nos levantarmos, quantas vezes tornarem-se necessárias para o nosso crescimento individual e coletivo, como consequência. Vou começar citando um exemplo.

Quando estamos envolvidos em uma discussão, percebemos que estamos lidando não somente com o outro, mas também conosco, não é mesmo? Pois é, o outro servirá como um espelho prostrado diante de nós. Convém que você não mecha em vespeiros, se não for especialista no assunto de digladiação de terceiros.

Não que seja bonito ser especialista nesse assunto, mas se você não sabe em que terreno está pisando, lhe aconselho a manter a boca desse fogão desligada, para prevenir vazamentos desnecessários. E se você deixar o “gás” vazar muito, quando ligar o palito de fósforo, por certo terá, diante de si, uma explosão. Essa explosão, com toda certeza ocorrerá, se houver uma química receptiva, diante do seu possível alvo de gatilhos emocionais em desalinho.

O que precisamos ter em mente é que não deve partir de nós, essa desarmonia, que poderia abalar o equilíbrio contido na casa do universo. Torna-se necessário partir de nós, a paz que gostaríamos de fazer progredir nos ambientes em que nos encontramos inseridos. Se algum dia alguém lhe tirar do seu centro, pare, respire, reflita e diga para si mesmo em alto e bom som: Eu consigo! Eu não preciso brigar, discutir, me desgastar, por uma tormenta que não levará ninguém a lugar nenhum, exceto, a uma possível desarmonia relacional.

É claro que, enquanto humanos, cairemos por diversas vezes, nessas armadilhas. Mas, a medida que pudermos trabalhar o nosso interior em um sentido realmente revelador, estaremos mais próximos de um possível acerto. O mundo já tem brigas demais, já tem desentendimentos em demasia, já tem muita coisa errada e indigna acontecendo, para darmos atenção a coisas que não deveriam ter a menor importância. Mas, ao contrário do que parece, essas coisas têm incumbência, sim!

Por vezes pode parecer difícil fazer as pazes conosco e com algumas pessoas que estão em nosso ciclo de convivência. E essas pessoas parecem fazer de tudo para desafiar o nosso bem-estar. Mas escute esse sábio conselho que lhe dou neste precioso momento de reflexão.
SE VOCÊ PASSAR A IGNORAR O QUE SÓ O FARÁ MAL, SAIRÁ DESSE DILEMA VITORIOSO !
Sorria, olhe para si mesmo diante do espelho e diga enfaticamente: Olá! Eu sou a manifestação da política de boa vizinhança que desejo transmitir aos demais.

Você pode, você consegue, quer apostar como estou certa? É chegada a hora dos vencedores mostrarem a que vieram. E nunca se esqueça que sempre faltará um pouco, quando não se acredita suficientemente em sua própria majestosidade.
DEPOIS DE TODOS OS PASSOS SEGURAMENTE FOMENTADOS, UM NOVO DIA SURGIRÁ, REPLETO DE LUZ E DE REALIZAÇÕES.
E o melhor de tudo é poder dizer com o coração aberto: Obrigada, querido Criador, por ter me fornecido força, coragem e discernimento para vencer mais esse desafio! E lhe digo mais: Depois desses virão outros. Porque a vida é exatamente assim. Só os fortes sobreviverão.

Eu lhe desejo muito boa sorte em sua caminhada. Fé em Deus, porque ele é poderoso!






Estamos perdendo nossa humanidade ? Pelos fatos relatados no texto abaixo parece que sim !


deboche morte marisa letícia


" Fod*, vagabunda morreu tarde ", diz mulher ao comentar matéria sobre morte de Marisa


"Fod**, morreu tarde. Vagabunda. Bandida", diz mulher ao comentar deboche de procuradores da Lava Jato sobre o falecimento de dona Marisa Letícia



A revelação pelo portal UOL de que membros da força-tarefa da Lava Jato tripudiaram da morte de Marisa Letícia foi uma das notícias mais comentadas na manhã desta terça-feira (27). As informações estão embasadas nos vazamentos do arquivo do The Intercept Brasil.

Dona Marisa Letícia deu entrada no hospital no dia 27 de janeiro de 2017, após sofrer um AVC hemorrágico. A morte cerebral foi diagnosticada no dia 3 de fevereiro. Um dia depois, a colunista do jornal Folha de S.Paulo, Mônica Bergamo, descreveu a agonia vivida por Marisa em seus últimos dias de vida.

Em abril deste ano, em entrevista à mesma colunista, o ex-presidente Lula disse que “Marisa morreu por conta do que fizeram com ela e com os filhos dela”.

“Dona marisa perdeu motivação de vida, não saía mais de casa, não queria mais conversar nada”, continuou o presidente ao responder uma pergunta sobre a possibilidade de a saúde da esposa ter sido afetada pelas investigações da Lava Jato.
“Querem que eu fique pro enterro?”

Nas conversas divulgadas na matéria mais recente dos portais Intercept e UOL, a visão apresentada pelos procuradores da Lava Jato era bem distante da humanizada.

No dia 24 de janeiro de 2017, quando foi noticiada a internação de dona Marisa Letícia, o procurador Januário Paludo escreveu no chat “Filhos do Januário 1”: “Estão eliminando as testemunhas…”

No dia 2 de fevereiro, quando saiu nos jornais que o cérebro da ex-primeira dama parou de receber sangue, a procuradora Laura Tessler disse no mesmo grupo: “quem for fazer a próxima audiência do Lula, é bom que vá com uma dose extra de paciência para a sessão de vitimização”.

No dia seguinte, quando confirmado o falecimento de Marisa Letícia, a procuradora Jerusa Viecili comentou: “Querem que eu fique pro enterro?”. A frase foi acompanhada com o símbolo de um emoticon sorrindo com os dentes à mostra.

No dia 4 de fevereiro, Telles disse sobre a nota de Mônica Bergamo descrevendo a agonia dos últimos dias de dona Marisa Letícia: “Ridículo… uma carne mais salgada já seria suficiente para subir a pressão… ou a descoberta de um dos milhares de humilhantes pulos de cerca do Lula…”

“Morreu tarde, vagabunda”

Ao comentar no Facebook a matéria da reação dos procuradores da Lava Jato diante da morte de Marisa Letícia, a internauta Fernanda Dress escreveu: “Foda-se, morreu tarde. #Vagabunda. #Ladra. #Bandida”.


(Reprodução/Facebook)



A publicação da internauta foi criticada por outros usuários. “Que gente escrota que apoia esse tipo de frieza e falta de compaixão. E ainda se dizem cristãos”, publicou um usuário.

“Até hoje não entendi todo furor que houve em torno de um evento do qual ninguém escapará. Quem está bem jamais vai se regozijar com a morte. Tanto é que elegeram alguém que tem a morte como um estandarte”, escreveu outra.

Para o advogado Arnobio Rocha, as conversas dos procuradores sobre a morte de Marisa, Vavá e Arthur são as mais cruéis e abjetas já reveladas até agora no escândalo da Vaza Jato.

“Os procuradores tratam de maneira sórdida as mortes de familiares de Lula. De forma jocosa e perversa, tramam como obstar a ida de Lula aos velórios de seus entes mortos. Ironizam, por exemplo, a internação de D. Marisa Letícia como ‘queima de arquivo’, por vezes como se a doença dela venha das ‘puladas de cerca do marido’, ou que o estado dela era “vegetal”, não servindo mais nem para testemunhar ou ser Ré”, observa Arnobio.

“A morte do irmão do ex-presidente traz uma discussão sobre a possível ida ao velório e enterro, e é vista não como um direito, mas como a oportunidade de Lula fugir, tabulam soluções para impedir e a todo momento a morte é tratada com desdém, a dor e o Direito são secundados”, continua o advogado.

“Na morte do neto de Lula, o pequeno Arthur, os procuradores aprofundam seus ódios e suas falas perversas, propõem a ‘solução Toffoli’, que era levar o cadáver até um local onde Lula o visse e não aparecesse para ninguém que estava velando o neto, assim, ele, Lula, não se vitimaria, não aparecendo publicamente”, acrescenta o advogado.

“Em todos os momentos, os procuradores da República, servidores públicos concursados, muito bem remunerados, formados em excelentes faculdades, a maioria públicas, uma espécie de elite do serviço público, tratam Lula como um inimigo público, sem direitos”, finaliza.












Peço a Deus que ilumine essa gente, diz Lula sobre diálogos da Vaza Jato


"Peço a Deus que ilumine essa gente, que poupe suas almas de tanto ódio, rancor e soberba. Quanto aos crimes que cometeram contra minha família e contra o povo brasileiro, tenho fé que, deles, um dia a Justiça cuidará", afirmou o ex-presidente Lula ao comentar sobre os diálogos da Lava Jato sobre a morte de seus familiares.

247 - "Foi com extrema indignação, com repulsa mesmo, que tomei conhecimento dos diálogos em que procuradores da Lava Jato referem-se de forma debochada e até desumana às perdas de entes queridos que sofri nos anos recentes: minha esposa Marisa, meu irmão Vavá e meu netinho Arthur", escreveu o ex-presidente Lula, sobre os novos trechos de conversas de procuradores da Lava Jato, revelados pelo The Intercept e UOL, nesta terça (27), que tratam sobre a morte de familiares.

" Confesso que foi um dos mais tristes momentos que passei nessa prisão em que me colocaram injustamente. Foi como se tivesse vivido outra vez aqueles momentos de dor, só que misturados a um sentimento de vergonha pelo comportamento baixo a que algumas pessoas podem chegar. 
Há muito tempo venho dizendo que fui condenado por causa do governo que fiz e não por ter cometido um crime sequer. Tenho claro que Moro, Deltan e os procuradores agiram com objetivo político, pois me condenaram sem culpa e sem prova, sabendo que eu era inocente. 
Mas não imaginava que o ódio que nutriam contra mim, contra o meu partido e meus companheiros, chegasse a esse ponto: tratar seres humanos com tanto desprezo, como se não tivessem direito, no mínimo, ao respeito na hora da morte. Será que eles se consideram tão superiores que podem se colocar acima da humanidade, como se colocam acima da lei? 
Peço a Deus que ilumine essa gente, que poupe suas almas de tanto ódio, rancor e soberba. Quanto aos crimes que cometeram contra minha família e contra o povo brasileiro, tenho fé que, deles, um dia a Justiça cuidará. 
Luiz Inácio Lula da Silva ”



Pessoas saudáveis não saem por aí ferindo as outras




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As pessoas que me machucaram, apenas me repassaram o que doía nelas ou o lixo que elas carregavam.

Ivonete Rosa


Já peguei-me pensando em algumas situações em que fui ferida, eu pude me dar conta, claramente, de que fui vítima de vítimas. As pessoas que me machucaram, apenas me repassaram o que doía nelas ou o lixo que elas carregavam. Algumas fizeram isso de propósito, outras fizeram sem ter noção do estrago que estavam me causando. Descobri que algumas pessoas são inconformadas com a minha vida, simplesmente, porque frustrei as expectativas que elas nutriam a meu respeito. Elas desejavam o meu fracasso e eu não dei esse gostinho a elas.

Nesse emaranhado de lembranças, dores, ressentimentos e, culpas, fui e vou me esforçando para perdoar as pessoas. Na medida em que eu identifico a condição emocional da pessoa, eu vou me desprendendo daquele ressentimento, eu vou dando um desconto a ela e toco o meu barco. Nisso, a psicologia tem me ajudado bastante. Confesso que é mais fácil perdoar as pessoas que eu tive a certeza de que me feriram sem intenção. Considero que também feri muitas pessoas.

Se perdoei todo mundo? Não sei ao certo, mas posso garantir que não carrego nada que me pese tanto. Sempre que uma lembrança dolorosa surge, eu não a alimento e, busco alternativas para sublimá-la porque a vida me mostrou que carregar o lixo que depositaram em mim seria uma escolha destrutiva e, eu escolhi viver da melhor forma que eu puder.

Eu não sou nenhuma madre Tereza de Calcutá, estou longe disso. Eu apenas descobri que o rancor que eu carregava só fazia mal a mim mesma. A pessoa que me machucou, certamente, não está perdendo nenhum segundo do sono dela preocupada com o mal que me causou, então, compreendi que me livrar dessas tranqueiras emocionais trata-se de uma decisão racional e inteligente, afinal, eu não nasci para ser depósito do lixo de ninguém. Você já imaginou como seriam os meus textos se eu fosse um depósito de mágoas? Nem quero imaginar.

Hoje, quando eu penso em quem me machucou, de imediato, vem uma certeza: aquela pessoa não estava feliz, ou ela é perversa, ou ela é mau caráter, ou ela não conseguiu uma forma saudável de se livrar do lixo que alguém depositou nela. Independente da condição que a pessoa se encontrava, eu decidi que não vou alojar aquele veneno aqui dentro de mim. Eu preciso de alma leve para escrever e alcançar outras vidas, esse é o meu propósito aqui nesse Universo.

Se você parar para pensar nas pessoas que lhe machucaram, você para de sentir mágoa e passa a sentir pena. Porque, pensando bem, pessoas saudáveis não saem por aí machucando os outros. Logo, se é alguém adoecido, ele está em sofrimento, ele já está carregando um peso enorme.

Talvez, você não concorde comigo, mas foi essa a alternativa que eu venho buscando para tentar entender quem me feriu e, a partir dessa compreensão eu liberá-lo da minha mágoa. É que mágoa, ressentimento, amargura e outros sentimentos negativos ocupam muito espaço da alma da gente e, acaba não sobrando espaço para os sonhos, o riso, a poesia, o encantamento.

Fácil não é, mas é possível aprender a deixar de lado certas coisas. A gente vai selecionando aquilo que merece a nossa atenção, a gente vai deixando de revidar certas provocações. A gente vai aprendendo a contar até 10 para não entrar na frequência tóxica do outro que não tem nada a perder. No fim do dia, percebemos que o nosso sono foi mais tranquilo e, que abstrair a negatividade alheia é um santo remédio.








Sprite colocou hater cara a cara com 100 de suas vítimas – veja no que deu



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Débora Schach


A Sprite convidou um hater para participar de um experimento. Foi assim que o garoto, que atacou cerca de 565 pessoas em mais de 1000 tuites durante o ano passado, acabou cara a cara com 100 de suas vítimas. 

Os insultados usavam camisetas onde estavam impressas as mensagens ofensivas postadas pelo jovem. Um a um, eles se aproximavam e liam os insultos em voz alta. Em seguida, no auge da tensão, todos cercam o hater, começam a cantar ‘All You Need is Love’, dos Beatles, e o abraçam.

A campanha, criação da argentina Santo, quer mostrar que o amor é maior que o ódio. A agência garante que o troll não fazia ideia da natureza do experimento, e que não podia prever qual seria sua reação. Ele, por sua vez, declarou – “Quando todos eles me abraçaram, eu pensei… eu nunca vou esquecer isso”. Assista ao vídeo logo acima. Abaixo, os bastidores da ação. Saiu na  Creativity.












A era da insensatez e o caso do neto de Lula : Deus não perdoará !


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Lenio Luiz Streck

Resumo: A crueldade humana não tem efeito constitutivo; é declaratório. Assim como a imbecilidade. Ela sempre esteve aí. A internet a revelou! Se o mundo tem pessoas horríveis, meu dever é incomodá-las!

Duas frases marcaram a semana: a blogueira Alessandra Strutzel (sim, temos de dar nome aos bois e bois aos nomes!) disse, ao saber da trágica morte do neto de Lula, de 7 anos: "Pelo menos, uma notícia boa". E a do deputado Eduardo Bolsonaro (Deus acima de todos – eis o slogan da moda): A ida de Lula ao enterro "só deixa o larápio em voga posando de coitado"! Houve ainda muitos outros "pronunciamentos" de ódio e regozijo pela morte do menino de 7 anos.

Até onde chegamos? É o fundo do poço? O que Deus diria disso, ele que, conforme o slogan, "está acima de todos?"

Confesso a vocês – e Rosane, minha esposa e Gilberto, um de meus assistentes, são testemunhas – que esse episódio me abalou profundamente. Embarguei a voz. Triste pela morte da criança e estupefacto e magoado com a raça humana e com a reação das pessoas nas neocarvernas que são as redes sociais. Ah, blogueiros e influenciadores, coachings e quejandos, ah, quantos justos haverá em Sodoma? Abraão será um advogado que lhes conseguirá um HC?

Peço paciência para me seguirem no que vou dizer. No auge do macartismo, em audiência no Senado, o advogado Joseph Welch teve a coragem de perguntar ao senador McCarthy, o homem que deu nome à prática de ver comunismo em tudo:

"Senhor, você perdeu, afinal, todo senso de decência?" Pergunto aos odiadores que comemoraram ou trataram com raiva de Lula o episódio fatídico:"Senhores e senhoras, parlamentares, blogueiros, twuiteiros, whatsapianos e faceboqueanos: vocês perderam, afinal, todo senso de decência?"

Em tempos de hinos nas escolas, na era das acusações de marxismo cultural (sic), eu poderia muito bem falar aqui sobre o macartismo à brasileira. Não vou. Falo, hoje, sobre nosso senso de decência. Ou melhor, tento falar sobre o senso de decência que perdemos.

Também não vou falar — não diretamente — sobre aquilo que, agora, todos já sabem ter acontecido. Lamentavelmente, morreu o neto, de sete anos, do ex-Presidente Lula. Sobre isso, não há o que falar. É o zero total. É Timon de Atenas, de Shakespeare, propondo o fim da linguagem. Shakespeare, logo ele, que bem sabia que a linguagem é a casa do Ser (Heidegger).

Sou um hermeneuta. Bem sei que a linguagem é, como dizia Ortega y Gasset, um sacramento que exige administração muito delicada. Da palavra não se abusa; não se pode colocá-la em risco de desprestígio. É precisamente por isso que sei que sobre a morte de uma criança não se fala; lamenta-se. Chora-se.

Vou (tentar) falar, portanto, repito, sobre o senso de decência que perdemos. Confesso, é difícil: às vezes, a degradação e a desumanidade são tão grandes que também parecem impor o silêncio. Mas como Auberon Waugh dizia sabiamente,

se é verdade que o mundo é um lugar horrível com pessoas horríveis, temos o dever sagrado de incomodá-los sempre que possível.

Eis a minha tarefa: incomodar as pessoas horríveis. O que dizer em tempos nos quais uma legião de imbecis, para usar as palavras de Eco, aproveita-se da morte de uma criança e utiliza as redes sociais para destilar ódio e externar a própria baixeza? É hora do grito de Schönberg: Palavra, oh Palavra, que falta me faz!!!!

O que dizer quando se torna normal que um deputado — o mais votado da história do país — vai às redes sociais, sempre as redes sociais, para dizer que "cogitar" a saída de Lula para o enterro do neto (saída que está prevista na lei, diga-se) "só deixa o larápio [sic] em voga posando de coitado"?

Perdemos, afinal, todo senso de decência? Não, não tenho raiva. Sinto é...pena.

O que Deus, que está "acima de todos", diria? Ou dirá? Deus, que disse que nunca mais inundaria a terra:

"nunca mais será ceifada nenhuma forma de vida pelas águas de um dilúvio; nunca mais haverá dilúvio para destruir a terra".

Deus disse também que sempre que houvesse nuvens sobre a terra, e o arco aparecesse nas nuvens, lembrar-se-ia "da eterna aliança entre Deus e todos os seres vivos de todas as espécies sobre a terra".

E se o Altíssimo mudasse de ideia? E se Deus dissesse que, afinal, a humanidade deu tão errado que é hora de um novo dilúvio?

E se o critério de seleção para o dilúvio fosse aquilo que se diz, espalha, compartilha, no WhatsApp? Já pensaram? Como falei na coluna passada (ler aqui), que tal se Deus fizer uma PEC e alterar o estatuto do purgatório? Então, a partir de agora, o juízo final será feito por Ele a partir do exame do WhatsApp de cada um (e também do twitter e face). Uma olhadinha e Deus manda para o inferno. Platão foi o primeiro a denunciar as fake news. Platão mostrou que dizer aos néscios que as sombras são sombras é uma coisa perigosa. Pode ser apedrejado. Como o sujeito que saiu da caverna o foi.

Dizer hoje, a quem está mergulhado nas redes e pensa que o mundo são as redes, que esse mundo é imundo, em que o joio fez fagocitose ruim no trigo, pode também ser perigoso. Denunciar isso pode dar apedrejamento. Por isso, Deus acertou em fazer essa PEC alterando o regulamento do purgatório. O critério é simples: uma olhadinha no whatts e face. E, bingo. Vai para o fogo do inferno!

George Steiner bem dizia: tornamo-nos a civilização pós-verbo. A banalização da linguagem, por meio das redes sociais, corrompe a ideia da verdade. O limite do que é socialmente aceito é colocado cada vez mais longe. O que é verdadeiro? Não há mais critérios. O que se pode dizer? Tudo, porque limites já não há.

A era da técnica e das redes sociais, que prometiam a democratização da informação, desenvolveram um vocabulário próprio; estabeleceu-se um novo jogo de linguagem. No lugar do paraíso da horizontalidade, o inferno da barbárie interior que se exterioriza. ("Hipocrisia, que falta você faz", diz Hélio Schwartsman.) Será que a blogueira que comemorou a morte do neto de Lula externaria o pensamento na fila do banco?

No princípio era o Verbo. E no fim, o que será? No final era o whattsapp? O facebook?

Nenhum homem é uma ilha. A morte de todo ser humano diminui a nós, que somos parte da humanidade. Talvez as palavras, sempre as palavras, de John Donne nunca tenham sido tão urgentes.

Mas um alerta: não pergunte, afinal, por quem os sinos dobram. A resposta pode vir pelo WhatsApp.

(Pergunto mais uma vez aos macartistas que recusam as regras do jogo de linguagem da decência e aderem ao jogo das redes, e já têm – sempre - comentários prontos: senhoras e senhores, perdemos todo senso de decência?)

Post scriptum: gesto humano foi, dentre outros, o demonstrado por Gilmar Mendes, conforme noticiou Mônica Bergamo (aqui). Também me emocionei quando li a matéria de Mônica. E entendi melhor ainda a minha emoção anterior.


Lenio Luiz Streck   Lenio Luiz Streck - Jurista, professor de Direito Constitucional e pós-doutor em Direito.

Postado em Brasil 247 em 02/03/2019


O fascismo tem rosto . . .



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Veja porque o Deputado Jair Bolsonaro tem seguidores e poderá ter 

milhares de votos em 2018 !






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Filho de Bolsonaro, com o cartaz na mão, é deputado federal


Ver imagem no Twitter


DICA PARA A REDAÇÃO DO ENEM QUANDO BOLSONARO FOR ELEITO PRESIDENTE EM 2018 - direitos humanos: esterco da vagabundagem.




Escreva que quer torturar, assassinar, solte os monstros. STF liberou geral o ENEM




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Fernando Brito

Pensa que uma das funções da pedagogia é humanizar, ensinar a conviver, a respeitar, a encarar cada ser humano como essencialmente igual a você?

Esqueça.

A Ministra Cármem Lúcia acaba de atender o Escola Sem Partido e proibir que se “zere” redações do Enem que começa amanhã que em que se vilipendiem os direitos humanos propondo, entre outras coisas, “defesa de tortura, mutilação, execução sumária e qualquer forma de “justiça com as próprias mãos”.

Os nossos juízes acham que redação é uma mera “técnica”, dissociada do que contem. Como devem achar que Direito é uma técnica, dissociada do que produz para a sociedade e para o indivíduo.

E, como é só uma técnica, não há nenhuma importância em que alguém expresse por ela ódio, desumanidade, racismo, sadismo, nazismo.

E, se pode na redação do Enem, por que não poderia no Facebook, no Instagram, no Twitter?

E por que não pode na rua, no metrô, no ônibus?

É inacreditável que essa senhora que preside, do alto de sua pequenez mental, o Supremo Tribunal Federal, tenha esquecido que a principal e saudável função da lei é estabelecer parâmetros mínimos de convívio social e a expressão em textos – a redação – é uma destas formas de relacionamento, porque algo está sendo escrito para ser lido e não se trata de um onanismo gráfico.

Se o que se expressa é uma monstruosidade, a ministra colabora para que um monstro, possivelmente à custa do dinheiro da sociedade, sinta-se à vontade para cursar uma universidade para aprimorar sua monstruosidade.

O Doutor Menguele bem que poderia dizer que o que fazia era “ um procedimento técnico ” na Medicina.

Vai ser muito curioso o dia em que alguém desta tal “ Escola Sem Partido ” for perguntado que nota teria uma redação fazendo a apologia da pedofilia que, agora, para eles, parece ser o maior mal do Brasil e do mundo?

Eu poderia usar as idéias que a Dra. Cármem “ liberou geral ” para me referir a ela e ao Judiciário.

Quem sabe eu mereceria um dez pela boa redação?



Postado em Tijolaço em 04/11/2017




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A família Bolsonaro comemora uma pauta que conseguiu concretizar sem nem mesmo ter começado oficialmente a corrida eleitoral de 2018: o Supremo Tribunal Federal (STF) liberou redações que ferem os direitos humanos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que começa neste domingo (5).

Para se ter uma ideia de quanto a ministra Cármen Lúcia atende aos interesses ultraconservadores de Bolsonaro e cia, um dos filhos do deputado federal já ironizava com o tema pouco antes do Supremo negar o pedido da procuradoria-geral da República para que as redações que afrontassem os direitos humanos fosse zeradas.

“DICA PARA A REDAÇÃO DO ENEM QUANDO BOLSONARO FOR ELEITO PRESIDENTE EM 2018 – direitos humanos: esterco da vagabundagem.”, tuitou o vereador Carlos Bolsonaro.

A possibilidade de afrontar os direitos humanos sob o guarda chuva da “liberdade de expressão” sem ser punido e, mais do que isso, a demonização do conceito de direitos humanos sempre associado à “vagabundagem” é uma velha pauta dessa ultradireita que encabeça projetos lunáticos e retrógados como o “escola sem partido”.

Para se ter uma ideia, a decisão da ministra Cármen Lúcia nega um pedido da PGR para suspender a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que determinou recentemente a revogação da regra prevista no edital do exame. A decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, por sua vez, atendeu a um pedido da Associação “Escola Sem Partido”, que alegou que a regra atentava contra a liberdade de expressão.

Bolsonaro é o mais popular defensor do “escola sem partido”, proposta que vem sendo discutida em inúmeras assembleias estaduais e que visa limitar a liberdade pedagógica dos docentes com base na falácia de que eles estariam “doutrinando” os alunos com ideologias de esquerda. A ideia já foi rechaçada e criticada pela maior parte dos conselhos e entidades educacionais mais respeitadas do país.



DICA PARA A REDAÇÃO DO ENEM QUANDO BOLSONARO FOR ELEITO PRESIDENTE EM 2018 - direitos humanos: esterco da vagabundagem.




Saiu do portal e matou a família




chacina em campinas



Os mortos e feridos na chacina de Campinas são as primeiras vítimas fatais do ódio à esquerda estimulado pela mídia nos últimos anos.

Para arrancar o PT do poder, revistas, jornais e emissoras de rádio e TV incentivaram o machismo, a misoginia, a homofobia, a raiva irracional a todo pensamento progressista. Alimentaram a besta.

A carta do assassino nada mais é do que uma colagem dos pensamentos toscos que lemos nos comentários dos portais noticiosos todos os dias, inspirados em (de)formadores de opinião aos quais a mídia deu espaço.

Não há nada de surpreendente ali: à parte seus problemas pessoais e psicológicos, o atirador utiliza as mesmas palavras que a direita usa nas redes sociais cotidianamente para atingir “inimigos”, sobretudo mulheres, homossexuais e defensores dos direitos humanos.

Não é à toa que o assassino machista de Campinas apela à mesmíssima expressão para se referir tanto à mãe do seu filho quanto à presidenta Dilma: “vadia”.

A palavra “vadia” aparece 12 vezes na carta. Este é o termo mais usado contra mulheres hoje no Brasil, arroz de festa nas redes sociais. Foi o primeiro insulto que recebi ao inaugurar o blog, em 2012, vindo de um roqueiro de direita que se sentiu incomodado por um texto meu –e ele recebeu em seguida o apoio de uma jornalista da Globo.

Contra Dilma, foram incontáveis as vezes em que ela foi chamada de “vadia” e outros termos homólogos a “prostituta” na internet e em cartazes nas manifestações verde e amarelas: “puta”, “vaca”, “vagabunda”, “quenga”.

Em 2010, o cartunista Nani foi pioneiro no machismo contra Dilma ao mostrar a candidata “rodando a bolsinha” numa esquina; a charge foi divulgada pelo portal mais visitado, o UOL.

Chamar uma mulher de “vadia”, seja ela anônima, jornalista ou presidenta da República virou algo normal, “liberdade de expressão”. No twitter e facebook, xingar mulher rende “likes”. Vão dizer que não? Se até deputados fazem isso e têm milhões de seguidores…

Quem inventou o ódio às feministas presente na carta do atirador de Campinas? Quem o disseminou? Nos programas pseudohumorísticos da televisão aberta e nas redes sociais, é considerado piada inofensiva chamar as feministas de “feminazis”, achincalhá-las noite e dia, demonizá-las.

É inegável que, para atingir Dilma, a mídia naturalizou o desprezo às mulheres que se destacam e que lutam contra o machismo. Precisa assumir sua enorme responsabilidade na misoginia que insuflou.

O caso de Campinas infelizmente não é fato isolado.

Enquanto a direita brada contra as feministas, todos os dias morrem mulheres vítimas de feminicídio no Brasil.

Esta semana, um advogado de Vitória, no Espírito Santo, espancou uma faxineira na porta de casa e teve o desplante de “pedir desculpas”, como se fosse um mero esbarrão. Ficará quanto tempo preso?

Em novembro, a sobrinha-neta do ex-presidente José Sarney foi estuprada e morta pelo próprio cunhado, dentro de casa.

Não precisa conferir as estatísticas, basta olhar os portais: todo dia uma mulher é agredida ou morta por ex e atuais companheiros.

Desta vez os alvos foram mais numerosos, mas o assassino demonstra sua motivação misógina ao escrever que iria levar junto com ele “o máximo de vadias”. Das 12 vítimas fatais da chacina, nove são mulheres.

Em março de 2015, Dilma foi criticada pelo maior jornal do país por sancionar a lei que torna o feminicídio crime hediondo. Em sua carta, o assassino de Campinas chama a lei Maria da Penha de “vadia da penha”.

A combinação de ódio com a defesa do armamento pessoal é literalmente explosiva, e conta com o apoio midiático.

Na época do plebiscito, em 2005, a revista mais vendida do Brasil não hesitou em se posicionar, na capa, contra o desarmamento.

Uma das bancadas da direita hidrófoba com mais poder dentro do Congresso, todo mundo sabe, é a da bala, formada por políticos que são financiados pela indústria do armamento – a mesma que produz balas de borracha para massacrar estudantes em protestos.

Diante das chacinas que se tornaram praticamente semanais no mundo “civilizado”, seguimos enxergando um uníssono culpado: o fanatismo religioso, esquecendo que todos os fanatismos são igualmente nocivos.

O fanatismo político também é sangrento e este encontrou um poderoso eco nas grandes corporações midiáticas, capazes de construir e destruir governantes.

Este é um sentimento perigoso, o ódio. É muita irresponsabilidade para com o país disseminá-lo em nome do antipetismo, estamos alertando há anos.

Quantas vezes escrevi aqui aquele provérbio espanhol, “cria cuervos y te sacarán los ojos”? O antipetismo desencaminhou o Brasil, estamos indo para um rumo tenebroso. O único limite para o ódio é o sangue.

E assim começamos 2017… Minha solidariedade às vítimas desta tragédia.

Mas sabem o que é ainda mais triste? Saber que nos esgotos de onde o assassino saiu não faltará gente para aplaudi-lo.