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As pessoas emocionalmente fortes choram com os filmes




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Raquel Etérea

Existem pessoas de lágrimas fáceis que choram com filmes ou com situações emotivas. Uma expressividade emocional que tradicionalmente tem sido considerada “de mulheres” e que é apontada como sinal de fraqueza e sentimentalismo. Contudo, isto é totalmente equivocado: chorar é próprio de pessoas emocionalmente fortes.

Nada há nada de vergonhoso em soluçar. É uma reação natural diante de um estímulo que nos provoca essas lágrimas, que às vezes tanto procuramos esconder. Tudo isto acontece porque associamos a ação de chorar com o negativo, mas por acaso também não choramos de alegria? 
Aprenda com todas e cada uma das lágrimas que você derramar na sua vida.
Chorar com os filmes indica empatia

Os filmes nos mostram uma ficção que nos faz sentir emoções reais. Por isso, chorar com eles é sinal de que sabemos sentir empatia pelos personagens que participam da ação. Nos colocamos na sua pele, vemos a realidade através dos seus olhos, deixamos nossas circunstâncias para nos transportarmos às deles… Tudo isso nos permite compreender a sua situação.

Mas, existe alguma explicação racional para isto? O fato é que quanto maior a carga emocional do filme, mais o cérebro libera oxitocina. Uma pesquisa realizada pela Claremont Graduate School descobriu que a secreção deste hormônio nos ajuda a nos conectar com outras pessoas, fazendo com que sejamos mais amáveis, mais empáticos, mais compreensivos.

Portanto, chorar não é sinal de fraqueza, mas sim de empatia, de que sabemos nos conectar com os outros, de que podemos sentir na pele as emoções alheias, e isto nos torna pessoas emocionalmente fortes, não o contrário.
A empatia está vinculada aos neurônios-espelho, os grandes encarregados que tornam possível que nos coloquemos na pele dos outros.
Além disso, as pessoas que carecem de empatia têm uma grande desvantagem nos seus relacionamentos interpessoais. Não sabem se conectar, nem entender o que a pessoa que está à sua frente pode sentir. Isto lhes causa sérios problemas e conflitos. Conectar-se com os outros é muito importante para estabelecer relacionamentos saudáveis e que ofereçam apoio.

Nesta hora, fica claro que chorar não nos faz mais fracos, isto é um mito! Cada vez que você se deparar com uma pessoa que chora por qualquer coisa, você já não a verá como alguém fraco, mas saberá que é mais forte do que você pensa. Você também chora com os filmes?

Chorar melhora o nosso estado de ânimo

Pensamos que o contrário de chorar é sorrir. O riso é o que melhora o nosso estado de humor, o que nos faz sentir felizes e afortunados. Inclusive, nos momentos ruins, os especialistas dizem que forçar o riso pode nos fazer superar uma situação difícil, aumentando a confiança tanto em si mesmo como no fato de que as expressões fáceis também provocam bons estados de ânimo.

Mas, e se chorar também melhorar o nosso estado de ânimo? Esta foi a conclusão à qual chegaram os especialistas de uma pesquisa realizada pela Universidade de Tilburg. Nesta pesquisa, os psicólogos perceberam que os filmes mais tristes podiam melhorar o estado de ânimo de quem os assistia.

Talvez você seja contra tudo isto ou não se sinta nem um pouco identificado. Então você precisa responder a esta pergunta: Você procura reprimir as lágrimas quando chora com os filmes? A pesquisa concluiu que para que o choro tivesse o efeito desejado, era importante deixá-lo fluir livremente.

Durante a pesquisa descobriu-se que no início as pessoas se sentiam terrivelmente tristes. Sentiam muita empatia com os protagonistas e liberavam totalmente as suas lágrimas. Mas, à medida que os minutos passavam, iam se sentindo melhor. Somente os que não reprimiam seu choro conseguiam sentir este bem-estar, o restante das pessoas piorava o seu estado.
Respiro fundo, fecho os olhos, engulo as lágrimas e sorrio. Não poderia ter cometido um erro pior.
Portanto, não é ruim que uma situação ou um filme faça você chorar. Isto é um sintoma das pessoas emocionalmente fortes, mas para tirar o melhor partido disto, é preciso deixar que as lágrimas fluam. De alguma forma, elas agem como um desabafo, e mesmo que você se sinta muito mal em um primeiro momento, logo tudo vai melhorar.

As pessoas emocionalmente fortes sabem que chorar é positivo para elas. Graças às lágrimas podem desabafar, empatizar com os outros e se conectar com o resto das pessoas. As pessoas emocionalmente fortes não são frágeis, ainda que você pense o contrário. Talvez agora você seja consciente de que não era tão forte quanto você achava que era. Reprimir suas emoções é o maior sinal de fraqueza.





Deixem-nos chorar !



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Susiane Canal


Não precisamos estar bem o tempo inteiro. Muito menos, fazer de conta que está tudo ok, quando estamos longe disso. 

Chorar, vez ou outra, é vital. Sentir, verdadeiramente, faz bem. Somos humanos. 

Independentemente do que esperam de nós, precisamos, sobretudo, respeitar nossos momentos.


Porque há momentos em que apenas queremos ficar calados

Precisamos sentir toda a tristeza que surge em nosso ser

Necessitamos não ser questionados, nem confrontados

Apenas respeitados.


Deixem-nos, vez ou outra, mergulhar em nossas incertezas

Decifrar as nossas desilusões

Curtir a desconstituição de algumas “verdades”

Viver o luto pela perda de sonhos…


Não podemos sufocar o turbilhão de emoções que nos habita

E que, volta e meia, entra em erupção

Precisamos contemplar esse calor todo saindo do nosso íntimo

E confirmar que as cinzas se depositarão, mansamente, às margens de nossa existência…


Precisamos chorar para extravasar, para nos libertarmos

Pela pessoa que gostaríamos de ser e talvez não estejamos sendo

Pelo que desejamos que as pessoas fossem, mas elas não são

Pelas possibilidades pedidas sem serem experimentadas

Pelos momentos de covardia, de intolerância, ou de insensatez

Pelas injustiças do mundo, e pela inconstância da vida

Para nos reconhecermos humanos, enfim…


O que será de nós se mantivermos tudo isso aprisionado?!

Se desintegrar e se reconstituir faz parte de uma vida que foi realmente vivida…


Deixem-nos, então, a sós, e em paz

Deixem-nos, vez ou outra, chorar

E deixem-nos livres para sermos nós mesmos e sentirmos, ao nosso modo, tudo o que se apresentar…



Postado em Conti Outra







Chorar vale mais que uma boa dose de tranquilizantes





Quando anoitece e a razão escurece, ascende clara a ferida. São dias em que a alma sente dor, uma dor tamanha que é impossível ignorar. Então a gente chora. Chora sim. 

A gente se socorre no choro, enquanto tenta fazer escorrer em lágrimas o que precisa sair, descer ou desfazer. O choro é chuva que varre a dor, é uma atrevida tentativa de fazer a tristeza fugir do olhar. Enquanto escorre, a lágrima faz curva na angústia, faz o instante condoer-se em dilúvio. 

Chorar é fazer as palavras caírem dos nossos olhos. É dizer o que, em certos momentos, se encontra indizível.

A gente chora também porque se despede, porque se lamenta, porque se comove, porque o filme era lindo. 

Choramingamos baixinho, dentro de um quarto em solidão ou por detrás de um abraço de despedida no aeroporto. Soluçamos pela lembrança que dói ou que alimenta. Ao reviver em memória o último beijo, o irrevogável tempo de infância, a conversa que não terminamos, o abraço sobrante no braço, a família que está longe, aquele que se foi. 

Choramos como pedido de ajuda ou como estratégia para sermos olhados — quando o mundo parece ocupado demais para prestar-nos atenção. 

Choramos porque nos sentimos sozinhos, quando todos se divertem em viver, e nós naquele instante, não.

Choramos de medo dos monstros que dormem em nossos quintais a nos assombrar. Choramos de raiva porque tudo deu errado naquele dia. Choramos por solidariedade ao mais fraco, por empatia ao que sofre. Porque nos reconhecemos nos olhos dos pedintes, esmolando além do pão, um trocado de misericórdia. 

Choramos porque amamos intensamente e desejamos ser amados, e nem sempre somos. Alguns choram em segredo, quando a única opção é ser forte. A alma plange, soluça na intimidade recolhida do escuro. É, existe dor que é sigilo. 

No entanto, existe choro que regozija, onde a alegria que não cabe mais por dentro há de sair pelo transbordamento.

De todo modo, choro é alívio pra alma. É a gente colocando a mão por dentro da garganta a desatar o nó. 

Shakespeare diria que chorar é diminuir a profundidade da dor. Acho mesmo que é dar a palavra ao que se encontra sem nome dentro de nós. 

O choro é a vertigem da palavra, ela entontece e fica trancada — escassa — e o sentimento só consegue sair em rio, quando a comporta se abre. E desce, escorregando na face, deixando na cara lavada a nossa humanidade.

Há quem diga que homem não chora. Ora, os homens não têm olhos e tempestades por dentro? E ainda ouvimos: Pare de chorar a-go-ra! Engole o choro! 

Pra mim, pranto engolido transmuta em fome demasiada, em angústia, em ferida, vira gastrite, vira enfermidade pra alma. Choro contido vira gelo, empedra as entranhas, nos enrijece enquanto criatura humana. Seca a gente por dentro, enxuga as nascentes dos rios que nos habitam. O pranto é um resto de mar que cura. 

Os que se retraem a chorar rasgam palavras, se livram de comunicar aquilo que o indizível não deu conta de representar. E por qual calçada vai descer essa torrente, já que não descai pelos olhos? 

Os que não choram se colocam mais perto de adoecer, por isso, chorar pode valer mais do que uma boa dose de tranquilizantes.

Se eu tiver que chorar, choro hoje, choro agora. E à vida digo, eu devo dizer: sim, eu vou lhe dar o enorme prazer de me ver chorar. 

Amanhã, bem cedinho, me costuro. E rio. Eu sei me navegar.



Ruth Borges



Postado no Bula