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VÍDEO : Juiz viraliza por tratamento humano : 'não chora, dona Edna, toda vez que alguém chora eu começo a chorar também'




Juiz de Sergipe viraliza por atendimento humano em julgamento

Por Antonio Mello

Completamente diferente da juíza de Santa Catarina, que exigia ser tratada por Excelência ou não daria prosseguimento à audiência, em Sergipe o juiz Kleiton Alves Ferreira, da 9ª Vara Federal, dá um show de simplicidade, empatia e humanidade e viraliza nas redes.

Na audiência, Kleiton pergunta à lavradora dona Edna Maria se ela sabia ler e escrever e elogia a letra dela na assinatura. Encabulada, ela diz que é analfabeta e foi o advogado quem segurou a mão dela para ajudar a assinar.

Num show de empatia, o juiz levou a conversa até informar a dona Edna que o pedido dela por aposentadoria estava atendido:

Ela se emociona, ameaça chorar, quando é interrompida por ele:
"— Não chora, dona Edna, toda vez que alguém chora eu começo a chorar também."
O caso aconteceu em Propriá, no Baixo São Francisco, no dia 18 de julho, mas ganhou as redes sociais agora.

O juiz Kleiton viraliza pela forma carinhosa e simples com que trata as pessoas em audiência.








Amigo de si mesmo





Martha Medeiros

Em seu recém-lançado livro Quem Pensas Tu que Eu Sou?, o psicanalista Abrão Slavutsky reflete sobre a necessidade de conquistar o reconhecimento alheio para que possamos desenvolver nossa autoestima. 

Mas como sermos percebidos generosamente pelo olhar dos outros? Os ensaios que compõem o livro percorrem vários caminhos para encontrar essa resposta, em capítulos com títulos instigantes como Se o Cigarro de García Márquez Falasse, Somos Todos Estranhos ou A Crueldade é Humana. Mas já no prólogo o autor oferece a primeira pílula de sabedoria. Ele reproduz uma questão levantada e respondida pelo filósofo Sêneca: “Perguntas-me qual foi meu maior progresso? Comecei a ser amigo de mim mesmo”.

Como sempre, nosso bem-estar emocional é alcançado com soluções simples, mas poucos levam isso em conta, já que a simplicidade nunca teve muito cartaz entre os que apreciam uma complicaçãozinha. Acreditando que a vida é mais rica no conflito, acabam dispensando esse pó de pirilimpimpim.

Para ser amigo de si mesmo é preciso estar atento a algumas condições do espírito. A primeira aliada da camaradagem é a humildade. Jamais seremos amigos de nós mesmos se continuarmos a interpretar o papel de Hércules ou de qualquer super-herói invencível. Encare-se no espelho e pergunte: quem eu penso que sou? E chore, porque você é fraco, erra, se engana, explode, faz bobagem. E aí enxugue as lágrimas e perdoe-se, que é o que bons amigos fazem: perdoam.

Ser amigo de si mesmo passa também pelo bom humor. Como ainda há quem não entenda que sem humor não existe chance de sobrevivência? Já martelei muito nesse assunto, então vou usar as palavras de Abrão Slavutsky: “Para atingir a verdade, é preciso superar a seriedade da certeza”. É uma frase genial. O bem-humorado respeita as certezas, mas as transcende. Só assim o sujeito passa a se divertir com o imponderável da vida e a tolerar suas dificuldades.

Amigar-se consigo também passa pelo que muitos chamam de egoísmo, mas será? Se você faz algo de bom para si próprio estará automaticamente fazendo mal para os outros? Ora. Faça o bem para si e acredite: ninguém vai se chatear com isso. Negue-se a participar de coisas em que não acredita ou que simplesmente o aborrecem. Presenteie-se com boa música, bons livros e boas conversas. Não troque sua paz por encenação. Não faça nada que o desagrade só para agradar aos outros. Mas seja gentil e educado, isso reforça laços, está incluído no projeto “ser amigo de si mesmo”.

Por fim, pare de pensar. É o melhor conselho que um amigo pode dar a outro: pare de fazer fantasias, sentir-se perseguido, neurotizar relações, comprar briga por besteira, maximizar pequenas chatices, estender discussões, buscar no passado as justificativas para ser do jeito que é, fazendo a linha “sou rebelde porque o mundo quis assim”. Sem essa. O mundo nem estava prestando atenção em você, acorde. Salve-se dos seus traumas de infância. Quem não consegue sozinho, deve acudir-se com um terapeuta. 

Só não pode esquecer: sem amizade por si próprio, nunca haverá progresso possível, como bem escreveu Sêneca cerca de 2.000 anos atrás. Permanecerá enredado em suas próprias angústias e sendo nada menos que seu pior inimigo.




Humildade não é se diminuir, é não se vangloriar




Cristina Trilce


Há uma fábula famosa que diz que havia uma vez uma rã muito cheia de si que desprezou com muito desdém um sapo por considerá-lo pouco para ela. Mais tarde, porém, essa mesma rã precisou da ajuda do sapo. A rã então, com muita humildade, se viu obrigada a pedir perdão ao sapo e assumir que ela não era mais do que qualquer outro anfíbio.

O que aconteceu com a famosa rã dessa fábula é o que ocorre com muitas pessoas ou o que pode acontecer com qualquer um de nós em algum momento de nossas vidas.

Algumas pessoas estão tão acostumadas a não serem humildes em suas vidas que nem se preocupam em esconder esta característica, mas uma hora isso pode mudar.

“Onde há orgulho, haverá ignorância; mas onde há humildade, haverá sabedoria” -Salomón-

O que significa ser humilde?

Como sempre ocorre quando tentamos definir algo da forma mais simples possível, vamos de novo recorrer ao dicionário. Nesse caso, o dicionário da língua portuguesa diz que a humildade é ter a virtude de ser consciente das fraquezas e limitações de si mesmo.

Segundo essa definição, ser humilde se opõe ao orgulho vaidoso e tem a ver com o amor próprio e a dignidade individual. No momento em que a rã da fábula decide desprezar o sapo porque o considera feio, empregando ainda uma atitude arrogante de superioridade, está sendo orgulhosa e vaidosa.

Nesse sentido, o comportamento prepotente e a superioridade moral não definem as pessoas como humildes: trata-se de entender quem somos sem a necessidade de lembrarmos aos outros isso o tempo todo, se vangloriando e se exaltando.

Quando estamos praticando a humildade?

A humildade é ao mesmo tempo uma qualidade e um comportamento que nos situa perante os outros, desse modo podemos dizer que a humildade pode ser praticada em qualquer ação que realizarmos. O fazemos, por exemplo, nessas situações:

Descobrindo a nós mesmos e aos outros: compreendendo que todos temos nossas experiências e circunstâncias e aceitando o fato que não podemos julgar o caminho dos outros sem termos andado em seus sapatos.

Admitindo nossos erros e aprendendo a pedir perdão quando devemos: essa talvez seja uma das atitudes mais difíceis de adotar porque nos põe de frente com nós mesmos. Por isso mesmo, saber perdoar e aprender com os erros nos faz humildes.

Compreendendo as limitações e as liberdades que temos: somos livres para decidir, para tomar caminhos para um futuro ou para outro, mas dentro de limitações. Saber quais são os defeitos que nos freiam nos ajudará a superá-los humildemente.

Reconhecendo que vivemos em uma sociedade e que, como tal, há diversas pessoas de diversas formações, mais velho ou mais novo, mais constantes ou mais inteligentes, etc… Com o respeito de um pelos outros, tendo em conta as particularidades, é possível seguir sendo humilde.

Elogiando as virtudes dos outros de uma forma sincera: diz muito do que somos ter a capacidade de reconhecer sinceramente as virtudes dos que nos rodeiam tanto quanto fazemos com nós mesmos. Não é uma forma hipócrita de nos aproximarmos dos outros, e sim de saber que todos temos nosso valor, seja ele já descoberto ou por descobrir.

“Aquele que com perspicácia reconhece a limitação de suas habilidades está muito perto de chegar à perfeição”  -J. W. von Goethe-

A mariposa recordará sempre que foi uma larva

Tendo em conta tudo o que foi dito, a humildade tem tanto valor que aquele que consegue alcançá-la lembrará sempre como mantê-la. Porque terá sido capaz de encontrar harmonia e paz interior. Além disso, terá sido capaz também de se afastar da vaidade e do apego material em relação às coisas.

A mariposa sempre lembrará que foi uma larva porque sabe que pode cair em algum momento de seu voo e, então, entenderá que não é a mesma coisa ser humilde e ter uma baixa autoestima: a humildade que transborda é muito bonita sempre que sabemos quais são os limites que temos, porque do contrário podemos causar danos a nós mesmos.

A humildade consegue que nos aperfeiçoemos, que nos tornemos mais amáveis e fraternais com nós mesmos e com os outros, que encontremos pessoas mais autênticas que gostem de nós de verdade, que valorizemos o esforço para conseguir o que nos faz feliz, que fujamos das armadilhas do ego …

“Um homem deve ser suficientemente grande para admitir seus erros, suficientemente inteligente para tirar proveito deles e suficientemente forte para corrigi-los”.  -Khalil Gibran-



Admiro as pessoas nobres que não se acham mais do que ninguém




Todos gostamos das pessoas nobres e humildes, que não se acham mais do que ninguém, que promovem a importância de conhecer as suas próprias limitações através das suas ações e que não fazem alarde desnecessário de virtudes e bondades.

As pessoas nobres fogem da humildade falsa e afetada, do “eu faço muito melhor”, do orgulho narcisista e do egoísmo desmedido. Acontece que a soberba daquelas pessoas com ar de superioridade é tão insuportável quanto desprezível.

Mesmo assim, como veremos a seguir, falar muito e presumir em demasia costuma ser o reflexo de algum tipo de carência, vazio ou descontentamento com a própria vida. Ou seja, o que normalmente expressamos com “muito barulho e pouco resultado”.

Uma lição de humildade das pessoas nobres

“ Eu caminhava com meu pai quando ele se deteve em uma curva e depois de um pequeno silêncio me perguntou:

– Além da cantoria dos pássaros, você ouve mais alguma coisa?

Agucei os meus ouvidos e alguns segundos depois lhe respondi: “ Estou ouvindo o barulho de uma carreta ”. – É isso. Disse o meu pai. É uma carreta vazia.

Perguntei ao meu pai: “ Como você sabe que é uma carreta vazia, se ainda não a vimos? ” Então o meu pai respondeu:

– É muito fácil saber quando uma carreta está vazia, pelo barulho. Quanto mais vazia a carreta, maior o barulho que faz. ”

Transformei-me em adulto e agora, quando vejo uma pessoa falando demais, interrompendo a conversa de todos, sendo inoportuna ou violenta, se sentindo poderosa e desprezando as pessoas, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo: “ Quanto mais vazia a carreta, maior o barulho que faz. ”

A humildade consiste em calar as nossas virtudes e permitir aos outros descobri-las. Ninguém está mais vazio do que aquele que está cheio de si mesmo.

Diga como você se exibe e lhe direi qual é o seu vazio

As pessoas completas são as melhores porque não têm necessidade de competir ou de ter razão. Também não precisam aparentar ou mentir, pois o que são aparece nas suas atitudes, na sua moderação e no seu saber estar.

Por isso a humildade tem como base o respeito pelos outros e a amabilidade. Esse é o pano de fundo dos olhares sinceros, autores destes sentimentos que nascem do coração.

Mas há pessoas que, infelizmente, estão tão vazias que a sua carreta faz muito barulho. Este tipo de gente não faz mais que se exibir e se vangloriar, não contempla a realidade emocional alheia e precisa demonstrar o seu valor através de palavras ocas e portas entreabertas.

Este vazio desolador é consequência de uma baixa autoestima, da ausência de possibilidades e de uma educação emocional pobre. Por isso sempre é preciso e importante trabalhar os nossos vazios, carências e capacidades.

Contudo, quando conseguimos algo muito importante para nós, é normal e comum mostrar orgulho. Mas do orgulho pelo esforço e o objetivo alcançado à altivez e à arrogância há uma boa distância.

Neste sentido, para ser humilde com as nossas conquistas e êxitos é preciso ter clareza sobre duas premissas que constituem a base da bondade e da nobreza:

- Não é preciso exibir as suas conquistas, é suficiente esperar que sigam o seu exemplo. A verdadeira conquista está em se aprimorar a si mesmo e aos outros.

- Não é preciso exigir da vida o que lhe falta, é preciso agradecer pelo que ela lhe deu.

Nada do que possamos alcançar nos faz dignos de louvor, nem de nos acharmos superiores aos outros. 

Só a bondade e a humildade nos ajudam a nos elevarmos e se constituirão como suportes da nossa felicidade no caminho.





Humildade . . .