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Ainda as paraolimpíadas



Cláudio Moreno


É de amargar! Como num passe de mágica, a maior parte da imprensa brasileira perdeu o seu tradicional espírito crítico (juntamente com o bom-senso) e aderiu cegamente a esta malparida PARALIMPÍADA. 


Confesso que não entendi essa aceitação pacífica — quase ovina, eu diria — com que a maior parte da imprensa brasileira engoliu uma aberração do calibre de "paralimpíada". 

Os meios de comunicação, sempre tão sensíveis (e críticos) a qualquer inovação vocabular — lembro, por exemplo, de quanta tinta se gastou para comentar o imexível do ministro Magri ou o sugerimento de Dunga, palavras, aliás, formadas dentro dos mais legítimos princípios do idioma —, desta vez aderiram imediatamente a esta malparida "paralimpíada" e ao não menos lamentável adjetivo "paralímpico". 

"Foi exigência do Comitê Nacional", dizem uns; "do Comitê Internacional", emendam outros — como se alguma instituição desportiva, política, religiosa, financeira, jurídica ou o que seja, desta ou de qualquer outra galáxia, tivesse o poder de determinar a forma das palavras que nossa língua produz ou deixa ingressar em seu léxico! 

Se, com muita boa vontade, equipararmos o nome de um comitê esportivo a uma marca registrada, podemos até admitir que ele seja grafado de acordo com a vontade ou fantasia do dono (ou dos dirigentes). 

No entanto, assim como as corporações que produzem a Gillette e o Band-Aid nada podem fazer se resolvemos criar, a partir de seus nomes, os substantivos gilete e bandeide, os referidos comitês não vão influir, com suas decisões privadas, na grafia de palavras como paraolimpíada  e paraolímpico, já de uso comum e assim registradas em todos os nossos bons dicionários.
A língua inglesa, de onde veio a novidade, tem lá suas desculpas por ter produzido essa aberração: segundo o Oxford English Dictionary — o incomparável OED —, o termo paralympic foi cunhado nos anos 50 a partir da união de pedaços dos vocábulos paraplegic e olympic, já que, em sua primeira edição, o evento era dirigido exclusivamente para quem sofria algum tipo de paralisia. 

Este tipo de fusão lexical (chamada tecnicamente de amálgamamesclagempalavras-valise, etc.), que junta o segmento inicial de uma palavra ao final de outra para formar uma terceira, é bastante produtivo no Inglês: smog (smoke+fog), bit(binary+digit), brunch (breakfast+lunch), fanzine (fan+magazine),freeware (free+software), entre dezenas de outras. Duas delas, inclusive, passaram a fazer parte de nosso vocabulário técnico:mecatrônica (mechanics+electronics) e estagflação(stagnation+inflation).
Em nossa língua, no entanto, esse é um processo exótico, usado principalmente por quem busca o efeito crítico ou jocoso que as palavras amalgamadas despertam: showmícioportunholbrasiguaio,bebemorarchafé (café muito diluído), namorido (é mais que um namorado, mas menos que um marido — vocábulo que, misteriosamente, ainda não tem o seu equivalente feminino...), onguessugas (usada para ONGs não muito honestas), chocólatra, etc. 

Os humoristas de primeira linha (no meu dicionário, aqueles que descobrem, para alegria geral, as pepitas de humor que se escondem no idioma) exploram bastante este veio. É o caso de barcilo, "bactéria encontrada num bar"; boicejo, "o tédio do marido da vaca"; cartomente, "adivinha que nunca diz a verdade" (todas do Millôr Fernandes); ou de marmúrio, "barulho longínquo do mar"; zerossímil, "que não se parece com nada"; e triglodita, "muito, muito primitivo", do nosso Luís Fernando Verissimo. 

Como se vê, esse curioso processo de criação produz vocábulos efêmeros, apropriados para situações especiais, lúdicas ou literárias, mas não faz parte daquela "máquina de fazer palavras" que todos os falantes do Português usam desde pequeninos.
O interessante é que paralympics tornou-se discutível mesmo no Inglês, sua língua de origem:  como os jogos passaram a incluir portadores de outras deficiências, a ideia primitiva de paraplegics desapareceu, e o vocábulo passou a ser reanalisado como para+olympics, onde o primeiro elemento é o prefixo de origem grega "para", que significa, entre outras coisas, "semelhante, paralelo" — o mesmo que encontramos em paramilitarparadidático e paramédico, ideia também presente na paraolimpíada, que passou a ser um evento regular, paralelo e estreitamente relacionado à olimpíada.
Não me cabe criticar os ingleses por persistirem no uso da forma primitiva; afinal, eles têm uma rainha, dirigem do lado errado da estrada e devem ter lá os seus motivos para se conformar com paralympics — mas asseguro que aqui é diferente: não há como justificar, no Português, esta forma esquisita, que causa estranheza a todos os que entram em contato com ela.
Cláudio Moreno nasceu em Rio Grande, o único porto marítimo do estado, e veio para Porto Alegre quando ainda usava calças curtas.  No final dos anos 60, concluiu o curso de Letras da UFRGS, com habilitação em Português e Grego. Em 1972 ingressou como docente no Instituto de Letras da mesma universidade, tendo sido responsável por várias disciplinas nos cursos de Letras e de Jornalismo, assim como pela disciplina de Redação para os cursos de Pós-Graduação de Medicina. Em 1977, concluiu o mestrado em Língua Portuguesa com a dissertação Os Diminutivos em -inho e -zinho e a Delimitação do Vocábulo Nominal no Português; em 1997, obteve o título de Doutor em Letras com a tese Morfologia Nominal do Português
Postado no blog Sua Língua

Apresentação brasileira na cerimônia de encerramento da Paraolimpíada de Londres



Paraolimpíadas 2012: Mais brasileiros que valem ouro !





Maciel Santos posa com a medalha de ouro conquistada na bocha BC2 





Shirlene Coelho conquistou mais uma medalha de ouro para o Brasil nos Jogos Paralímpicos de Londres ao vencer neste sábado a prova do arremesso do dardo, classe F37/38. A atleta atingiu a marca de 37,86 metros, batendo o próprio recorde mundial, que era de 35,95 metros, ganhou, também, medalha de bronze no arremesso de disco.



Brasil conquista a medalha de ouro no futebol de 5 (futebol com jogadores cegos) nos Jogos Paralímpicos de Londres. 




Antônio Tenório é o judoca brasileiro mais bem-sucedido nos Jogos Paraolímpicos, tendo conquistado o ouro nas competições de 1996, 2000, 2004 e 2008. Em Londres é bronze com 41 anos.



Felipe Gomes sorri ao lado de seu guia após ouro nos 200 m T11 



Medalhas do Brasil na Paraolimpíadas 2012 


        Ouro   Prata   Bronze   Total
                    21       14          8         43  


Paraolimpíadas 2012: Deu Brasil na Maratona !


Após se alternar entre a segunda e terceira posições durante toda a prova, Tito Sena abriu o penúltimo quilômetro na vice-liderança. Vendo o espanhol Abderrahman Ait Khamouch se encaminhar para o título, o brasileiro aumentou o ritmo, pressionou o rival e conseguiu a ultrapassagem próximo do fim da prova  Foto: Patrícia Santos/CPB/Divulgação

Com uma grande arrancada no fim, Tito superou o espanhol Abderrahman Ait Khamouch e venceu a maratona T46 (para atletas amputados ou com má formação congênita)  Foto: Reuters






Após ultrapassar a melhor marca de ouros da história - 16 em Pequim -, o Brasil segue acumulando medalhas douradas nos Jogos Paralímpicos de Londres. Neste domingo, último dia de competições, o brasileiro Tito Sena conquistou a 21ª condecoração do País na capital britânica. Com uma grande arrancada no fim, Tito superou o espanhol Abderrahman Ait Khamouch e venceu a maratona T46 (para atletas amputados ou com má formação congênita).






Paraolimpíadas 2012: Brasileiros que valem Ouro !




André Brasil nadador brasileiro venceu a prova dos 50 m livre, categoria S10, e ainda bateu o recorde mundial.







Daniel Dias o maior medalhista paraolímpico do Brasil conquistou sua 4ª medalha de Ouro na Natação nos 50m nado costas S5




O pódio da prova mais veloz para cegas dos Jogos foi todo brasileiro: Jerusa Santos, com o guia Luiz Henrique Barboza, cravou 12s75 e ficou com a prata, enquanto Jhulia Santos, com o guia, Fábio Dias de Oliveira, foi bronze, com 12s76. Terezinha Guilhermina e Guilherme Santana com 12s01, levaram a melhor nos 100m T11, quebraram o recorde mundial (12s04) e voltam para casa com dois ouros.



Foto: Paraolimpíadas 2012: Dupla formada por Eliseu dos Santos e Dirceu Pinto garante o oitavo ouro do Brasil em Londres. A medalha veio na bocha, categoria BC4, sobre a equipe da República Checa. 

Veja como foi: http://ig.cm/TWa1bG

Foto: Getty Images

Dupla formada por Eliseu dos Santos e Dirceu Pinto garante o oitavo ouro do Brasil em Londres. A medalha veio na bocha, categoria BC4, sobre a equipe da República Checa. 


Yohansson do Nascimento 200m paralimpíada (Foto: Patrícia Santos / CPB)


A corrida perfeita, a medalha de ouro, o recorde mundial dos 200m rasos na classe T46. Em 22s05, o alagoano Yohansson Nascimento deixou os rivais para trás 



Alan Fonteles medalha de ouro nos 200 metros rasos da classe T44




Jovane Silva Guissone fez história nesta quarta-feira ao ganhar a medalha de ouro nos Jogos Paraolímpicos de Londres na esgrima de cadeira de rodas


Paraolimpíadas de 2012 em Londres


Foto: AFP

O velocista Alan Fonteles conquistou ouro nos 200m raso, classe T44, ao desbancar o favorito Oscar Pistorius.
A vitória do sul-africano parecia certa, mas Fonteles arrancou na reta final e deixou a concorrência para trás.