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Castro Alves estaria defendendo hoje como ontem a Liberdade !







O poema Navio Negreiro, escrito em 1868, faz parte do livro “Os escravos”, de Castro Alves

Recitado pela primeira vez pelo autor, então com 21 anos, no Teatro São José, em São Paulo, tornando-se uma importante peça na campanha abolicionista que começava a ganhar corpo em todo o país. 

A última parte da poema fala da nossa Bandeira e a infâmia da Escravidão e da falta da Liberdade. 

Poderíamos transportar seus magníficos versos para descrevermos os dias 17 de Abril e 12 de Maio de 2016, quando senhores e senhoras do Congresso Brasileiro usaram nossa Bandeira, para justificarem, também, algo infame, o Golpe em nossa Democracia e em nossa Liberdade.






E existe um povo que a bandeira empresta

P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia! ...

E deixa-a transformar-se nessa festa

Em manto impuro de bacante fria! ...

Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,

Que impudente na gávea tripudia?! ...

Silêncio! ... Musa! chora, chora tanto

Que o pavilhão se lave no teu pranto ...


Auriverde pendão de minha terra,

Que a brisa do Brasil beija e balança,

Estandarte que a luz do sol encerra,

E as promessas divinas da esperança ...

Tu, que da liberdade após a guerra,

Foste hasteado dos heróis na lança,

Antes te houvessem roto na batalha,

Que servires a um povo de mortalha! ...


Fatalidade atroz que a mente esmaga!

Extingue nesta hora o brigue imundo

O trilho que Colombo abriu na vaga,

Como um íris no pélago profundo! ...

 Mas é infâmia de mais ... Da etérea plaga

Levantai-vos, heróis do Novo Mundo ...

Andrada! arranca este pendão dos ares!

Colombo! fecha a porta de teus mares!




Retrato do poeta e abolicionista brasileiro Castro Alves (1847-1871)

Arquivo ABL

Castro Alves é considerado um dos maiores poetas brasileiros.

Seus poemas estão entre os mais lidos no país. 

Grande parte deles se caracteriza pelo espírito humanista e pelo ideal de liberdade. 

Por sua luta abolicionista, tornou-se conhecido como “Poeta dos Escravos” e “Poeta da Abolição”.